Analisar o atual cenário sociopolítico do Brasil não é tarefa fácil. A velocidade dos acontecimentos impressiona até mesmo os mais experientes cartógrafos do mapa político da atualidade. Por isso, essa brevíssima análise está mais para uma selfie do cenário do que para qualquer tentativa de aprofundamento da nossa situação tupiniquim. Contudo, inexiste um ser vivo brasileiro que não tenha sido sacudido pela tsunami Lula dos últimos dias. Sobretudo, a Laja Jato que, pela marolinha fedorenta que se tornou, perdeu completamente a serventia a que se prestou, de aviltar a democracia, atacar a soberania, destruir a economia e ajudar a colocar a cloaca bolsonarista no poder da nação.
O fenômeno Luiz Inácio Lula da Silva entrou em cena para mudar completamente a narrativa e o sentido da história de um país semidestruído pelas aves de rapina empoleiradas no planalto central. A história se configura e reconfigura diante de nós com insights fantásticos de um Brasil profundo que resiste, insiste e persiste para trazer de volta o bem comum ao seu estado da arte!
Não adianta o espírito lavajatista se debater na poça fétida em que se lambuzou porque não conseguirá reverter a narrativa poderosa que tomou conta da nação. A luz da esperança brilhou nos guetos mais escuros onde as forças fascistas da antipolítica haviam prevalecido até recentemente. É justamente isso que garante ao país um reencontro consigo mesmo. Portanto, será inócua qualquer tentativa da banda podre do sistema de Justiça, com seus aliados antinacionalistas, de prejudicar Lula porque o fundamento ético que emergiu junto com a sua figura histórica mostrou-se inabalável nesse embate entre “Davi” e “Golias.”
Por essa razão, afirmo, sem medo de ser feliz, que a vitória política de Lula já está consumada! Mesmo que ele não concorra e, eu sei que concorrerá, ele elegerá o próximo presidente da república! Quem viver verá!
O cenário que ouso desenhar é parte de uma tese que defendo há algum tempo, cujas hipóteses são as seguintes:
1) Os 7 TB de mensagens em poder de Gilmar Mendes e de outras personagens chaves do tabuleiro é uma pá de cal em qualquer tentativa de ressuscitar a narrativa sebosa da Lava Jato que, aliás, não mais servirá para atacar Lula e as forças de esquerda. Pelo contrário, daqui para frente prejudicará aqueles que inadvertidamente o fizerem. Obviamente que o gado bolsonarista não entra nessa conta.
2) Bolsonaro perderá força por conta da gestão genocida de seu governo. Sobretudo, por conta da imensa luz lançada pelo ex-presidente Lula sobre a sua pessoa e sobre o desastre governamental que este representa.
3) Parcela significativa do empresariado e da política liberal tenderão a ir em direção à Lula para a reconstrução do país, em razão da economia produtiva nos moldes desenvolvimentistas dos seus dois governos. Já se percebem gestos e declarações nessa direção.
4) PSDB, elite de rapina no estilo AMBEV e imprensa golpista tentarão promover um outsider do tipo Luciano Huck ou Henrique Mandeta. É só o que esse povo sabe fazer…
5) O centrão se dividirá entre os principais concorrentes em busca de barganha e autopreservação por ser essa a vocação do campo fisiológico. Provavelmente, nessa partilha, uma parcela seguirá Bolsonaro, a depender do seu desempenho nas pesquisas de opinião Outra parcela seguirá o candidato do PSDB, talvez alguns sigam Ciro Gomes, caso viabilize a sua candidatura, especialmente se for ele o escolhido da AMBEV e, óbvio, Lula receberá aqueles que desejarem conversar. Afinal, nosso campeão pernambucano é mestre na arte do diálogo. E não tenho nenhuma dúvida de que existe uma parcela do centro que caminhará em direção a Lula.
Tudo isso são hipóteses que, portanto, podem se confirmar ou não. O que não mudará é o fato de que Lula será novamente o grande avalista da eleição presidencial, isso se não for ele mesmo o candidato, hipótese em que aposto com grande chance de ver a tese de Lula presidente consagrada nas urnas de 2022.
Lenon Andrade é pastor Batista, membro do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos - CEBI e dirigente municipal do PT de Campina Grande
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