sábado, 31 de dezembro de 2022

O Jair se foi. Agora é Lula!

 

A ópera-bufa acabou e o seu último ato, encenado antes do final do enredo, mais patético não poderia ser: a um dia do término do seu mandato, Bolsonaro faz uma live chorosa para a sua plateia de abobalhados, aparelha o avião presidencial, coloca um bando de cupinchas dentro e escafede-se para Orlando. Suprema covardia do pior presidente da história do Brasil, afora a cafonice/canalhice que lhe é peculiar. Burlesco. Vade retro.

Agora é Lula!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Milésimo gol de Pelé: a minha mais remota lembrança de um jogo de futebol

O futebol é parte fundamental da minha vida. Adoro. Acompanho tudo quanto é campeonato, copa, torneio. Futebol masculino, feminino, categorias de base. Só não gosto de amistoso, pois vejo futebol, única e exclusivamente, para torcer. Torcer para o meu time e qualquer time que eu escolha quando o meu não está jogando, o que envolve uma complexa operação ideológica a cada peleja (um dia ainda escrevo sobre isso). Torcer contra os rivais do meu time, contra aqueles times que ameaçam a posição do meu na disputa e torcer pelos times pequenos quando jogam contra times grandes.

Essa paixão surgiu com a convivência com o meu avô, Olympio de Mattos, um apaixonado pelo futebol a ponto de ter sido presidente do  1º de Maio, um antigo (e extinto) time da minha cidade, Ouro  Fino. Era o final dos anos 1960 e vovô, juntamente com meus tios Ethewaldo e João Marinelli, eram donos do "Bar do Paulo", o principal da cidade, único ponto de venda de jornais e dos sorvetes Kibom. Ponto de encontro de homens que falavam, sobretudo, de futebol. No turno do vovô, eu sempre estava por lá, "ajudando" e filando doces.

Tínhamos uma camaradagem muito bacana, eu e vovô Olympio. Nos fins de semana, ele me levava ao "Estádio Capitão Armando" para ver os jogos dos times locais e, com ele, eu assistia aos vídeo tapes (VTs) dos jogos do campeonato paulista, pois Ouro Fino fica no sul de Minas, a 200 quilômetros de São Paulo, capital. Ali, naquela época, quase todo mundo torcia para os times paulistas...

Vovô era corintiano roxo e eu, para a sua mais profunda decepção, me tornei palmeirense, também roxo. Francamente, não me lembro como tomei essa decisão, qual foi a influência decisiva, mas acho que foi porque o Palmeiras era a grande sensação na primeira temporada que realmente acompanhei, a de 1969. De fato, a "Academia" de Dudu e Ademir da Guia ganhou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o "Robertão" naquele ano, do qual trago registrada a minha mais remota memória de um jogo de futebol. Aquele Vasco x Santos em que Pelé fez o seu milésimo gol.

Eu tinha oito anos e acompanhei o jogo na TV em preto e branco de um bar na Rua 13 de Maio, perto de uma pastelaria e da Livraria e Papelaria da Dona Ricardina, numa quarta-feira à noite, 19 de novembro. Lembro claramente da atmosfera meio sombria do bar cheio de homens e, principalmente, do que vi com os meus olhos de menino pela TV Tupi: o momento em que Pelé correu para a bola, deu um paradinha, bateu firme e Andrada quase pegou. Lembro de Pelé correndo para o gol e pegando a bola. Lembro da invasão do campo. Lembro de Pelé dedicando o gol às criancinhas. E não me lembro de nada mais. E precisa?

Sim, aquela foi uma noite memorável, mas que não interferiu na minha paixão pelo Palmeiras, que, poucos dias depois levantaria a taça do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, sagrando-se campeão brasileiro.

Não importa. Pelé ficou para sempre na minha memória de menino. E hoje deve estar batendo uma bola no céu.


Eterno retorno

 

Sou um blogueiro bissexto. Volto novamente à escrita. Talvez por falta do que fazer. Talvez por ter que fazer alguma coisa nas férias. Talvez porque tenha voltado às caminhadas e, durante a primeira, hoje, tenha tido vontade de escrever sobre Pelé, que morreu ontem. Talvez porque seja 30 de dezembro e, só para ser diferente (kkk), eu não queira esperar o dia 1º de janeiro para mudar algumas coisas na minha vida. Sei lá. Volto a postar no Blog hoje. Até quando, não sei.