quarta-feira, 24 de março de 2021
segunda-feira, 22 de março de 2021
Uma palinha de exortação, por Gustavo Ribeiro
Deixa perguntar:
O que você vê da sua janela?
O que da sua janela você vê?
Vê a rua, a lua. Vê o dia, neon, o mar?
Vê muros, paredes, grafites? Vê outras janelas?
Vê carros, pessoas... a pressa delas?
Vê labirintos, canteiros, becos, vielas?
Da minha janela vejo nuvens, o céu azul.
Árvores, folhas, o verde.
Vejo ninhos, o voo dos passarinhos.
Vejo o norte, vejo o sul.
Vejo desconhecidos, amigos, pessoas, vizinhos.
Das nossas janelas vemos vida, e o sentido dela.
Vemos além. Vemos por dentro, por fora.
Há janela de condomínio.
Janela de bacana.
Janela de vidro temperado.
Há fresta estreita na janela da choupana.
De onde não se pode espiar o outro lado.
Há janelas no alto imponentes. Item de decoração.
Embaixo, no chão, improviso entre telhado de zinco, piso de terra batida.
O que cabe na nossa janela?
O que cabe na nossa moldura?
Cabe empatia, sensibilidade, caridade?
Cabe um espelho que possa refletir o interior, descobrir o que somos de verdade?
Uma janela que se abre,
por onde se enxerga através,
pode ser o momento,
a oportunidade,
da busca do rumo, do prumo, do caminho sem viés.
O que entra pela sua janela ilumina o canto da sala.
E o que sai por ela, o que ilumina?
A matéria, o desejo de ter?
Ou o espírito, coração, a pureza da alma, a grandeza do ser?
Pela minha janela vejo os meus, os nossos, os seus.
Pela minha janela vejo o que sou, o que creio e pra onde vou.
Da minha janela eu vejo a luz, eu vejo Deus.
sexta-feira, 19 de março de 2021
Ódio e Nojo
Enquanto milhões de brasileiros e brasileiras choram por seus mortos - familiares, amigos, colegas de trabalho, companheiros de luta, conhecidos, vizinhos e até adversários ("na morte a gente esquece", como diz o Chico) - ou que simplesmente se enternecem por empatia ao próximo;
No momento em que centenas de milhares de cidadãs e cidadãos agonizam nas UTIs lotadas, padecem em enfermarias e corredores de hospitais, se desesperam em filas infindáveis aguardando por um leito para sobreviver, falecem em ambulâncias ou esperando por socorro, morrem sufocadas em casa, num barraco, embaixo de um viaduto, na rua;
Ao mesmo tempo em que milhares de trabalhadoras e trabalhadores da Saúde arriscam as suas vidas na agoniante faina diária de uma guerra inglória em que não medem esforços para honrar o mandado de Hipócrates; no instante mesmo em que esses abnegados heróis e heroínas se extenuam, se deprimem, temem infectar a família, são infectados, adoecem, agonizam e morrem;
Na semana em que ficamos sabendo que os medicamentos necessários para a intubação dos pacientes em estado grave estão acabando nos hospitais - ao que não se atentou o néscio ex-ministro-general, mesmo escaldado pela tragédia do oxigênio em Manaus - e que as farmacêuticas nacionais informam ao novo ministro da Saúde - outro pau-mandado - que não têm capacidade de produzi-los a tempo para suprir os estoques;
No dia em que o Brasil vacinou pouco mais de 300 mil pessoas, se mantendo junto aos países com os menores índices de imunização per capita do mundo, quando poderíamos estar entre os primeiros, pois o SUS, o maior sistema público de atenção à saúde do planeta, tem condições de vacinar 2 milhões de pessoas por dia no país;
No mesmo dia em que 2.724 brasileiros e brasileiras morreram de Covid-19 e em que foram computados 86.982 novos casos, dois macabros recordes mundiais;
"Sem problema, se tu começar a sentir um negócio esquisito lá, tu segue aí a receita do ministro Mandetta: cê vai pra casa e quando você tiver [arremedo e grunhido], [repete o arremedo e o grunhido], falta de ar, aí você vai pro hospital." (Jair Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil, 18/03/2021)
#ForaBolsonaro
#ImpeachmentJá
quinta-feira, 18 de março de 2021
Nordeste: centro decisivo da eleição presidencial, por Jonas Paulo
quarta-feira, 17 de março de 2021
Uma palinha sobre a vacina, por Gustavo Ribeiro
A partir de hoje, o Blog passa a publicar algumas das saborosas "Palinhas" que o meu amigo Gustavo Ribeiro apresenta diariamente na Rádio Cariri FM. São textos que tratam de temas polêmicos com simplicidade, muita verve, um raro senso de humor e nenhuma afetação. Confira:
segunda-feira, 15 de março de 2021
O poder da narrativa Lula, por Lenon Andrade
domingo, 14 de março de 2021
Vídeo: Comentário para o Programa Cariri em Ação
Na pauta: Anulação das condenações de Lula e o que acontece se o STF decidir pela suspeição de Sergio Moro.
sábado, 13 de março de 2021
sexta-feira, 12 de março de 2021
Folha de São Paulo confirma palpite do Blog
Na última quarta-feira, escrevi aqui no Blog que a decretação da suspeição de Sérgio Moro pelo STF seriam "favas contadas". Um dos argumentos que utilizei para sustentar esse prognóstico foi que, no meu sentir, Bolsonaro não teria interesse nenhum em influenciar no voto-vista do ministro Kássio Nunes Marques, indicado ao STF por ele, nessa matéria.
"Muito antes pelo contrário", enfatizei, considerando que a anulação dos processos da Lava Jato contra Lula por Fachin já haviam restabelecido os direitos políticos do ex-presidente e que, portanto, Bolsonaro não tinha nada a ganhar envolvendo-se no processo decretação da suspeição de Moro, seu adversário direto no campo da direita em 2022.
Hoje a informadíssima jornalista Mônica Bérgamo escreveu em sua coluna na Folha de São Paulo:
Jair Bolsonaro quer distância do julgamento da suspeição de Sergio Moro no STF (Supremo Tribunal Federal). O presidente acredita que o ex-juiz já está fora do circuito eleitoral. E que qualquer movimento por parte do Palácio do Planalto serviria apenas para dar a ele pretexto para posar de vítima de uma perseguição.
O distanciamento do presidente frustrou os que imaginavam que ele poderia influir no voto do ministro Kassio Nunes, do STF —que pode selar o destino de Moro.Bolsonaro chegou a se interessar pelo assunto quando a declaração de suspeição de Moro poderia restituir os direitos políticos de Lula. Como isso ocorreu antes do veredicto sobre o ex-juiz, no momento em que o ministro Edson Fachin anulou as condenações do petista, o assunto saiu de seu radar.