Arte do companheiro Edmundo Cabral. TOP!
sábado, 13 de março de 2021
sexta-feira, 12 de março de 2021
Folha de São Paulo confirma palpite do Blog
Na última quarta-feira, escrevi aqui no Blog que a decretação da suspeição de Sérgio Moro pelo STF seriam "favas contadas". Um dos argumentos que utilizei para sustentar esse prognóstico foi que, no meu sentir, Bolsonaro não teria interesse nenhum em influenciar no voto-vista do ministro Kássio Nunes Marques, indicado ao STF por ele, nessa matéria.
"Muito antes pelo contrário", enfatizei, considerando que a anulação dos processos da Lava Jato contra Lula por Fachin já haviam restabelecido os direitos políticos do ex-presidente e que, portanto, Bolsonaro não tinha nada a ganhar envolvendo-se no processo decretação da suspeição de Moro, seu adversário direto no campo da direita em 2022.
Hoje a informadíssima jornalista Mônica Bérgamo escreveu em sua coluna na Folha de São Paulo:
Jair Bolsonaro quer distância do julgamento da suspeição de Sergio Moro no STF (Supremo Tribunal Federal). O presidente acredita que o ex-juiz já está fora do circuito eleitoral. E que qualquer movimento por parte do Palácio do Planalto serviria apenas para dar a ele pretexto para posar de vítima de uma perseguição.
O distanciamento do presidente frustrou os que imaginavam que ele poderia influir no voto do ministro Kassio Nunes, do STF —que pode selar o destino de Moro.Bolsonaro chegou a se interessar pelo assunto quando a declaração de suspeição de Moro poderia restituir os direitos políticos de Lula. Como isso ocorreu antes do veredicto sobre o ex-juiz, no momento em que o ministro Edson Fachin anulou as condenações do petista, o assunto saiu de seu radar.
quinta-feira, 11 de março de 2021
Lula livre, por Fred Ozanan
Hoje o Blog tem a honra de iniciar uma parceria com o genial Fred Ozanan, o maior cartunista que Campina Grande já viu nascer, publicando aqui as suas charges, graciosamente cedidas por ele.
Fred Cartunista, como é conhecido nas redes sociais, iniciou sua carreira na saudosa Gazeta do Sertão de Campina Grande, em 1984, e teve trabalhos publicados no Pasquim, Revista Cartoon, Imprensa e Bundas, dentre outras. Foi chargista político do Diário da Borborema, Jornal de Alagoas, O Norte, A Palavra, Correio da Paraíba e Estadão (RO). Frequentemente participa de salões e mostras nacionais e internacionais e já foi laureado com vários prêmios.
Na internet publica na Charge On Line e Brazil Cartoon e atualmente integra a equipe de chargistas do Portal UOL.
Siga Fred Ozanan no Instagram: @fredcartunista
quarta-feira, 10 de março de 2021
Favas contadas
Escrevi aqui no Blog que são favas contadas a decretação da suspeição de Moro pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Conversando sobre isso com o meu amigo Gustavo Ribeiro, o homem das palinhas, fiquei ainda mais convicto do meu palpite.
Senão, vejamos.
O placar está em 2X2. Votaram a favor da concessão do Habeas Corpus a Lula, isto é, pela decretação da suspeição de Sérgio Moro, os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Édson Fachin (relator) e Carmem Lúcia já haviam votado contra o HC antes da interrupção do julgamento, há mais de dois anos. Cássio Nunes Marques, o único que falta votar, pediu vista.
O mais novo ministro do STF é um garantista e vem votando com Mendes e Lewandowski na 2ª Turma. Aliás, em seu primeiro processo envolvendo Lula no STF, ele votou de maneira favorável ao ex-presidente. Deve manter a coerência e votar pela suspeição. Há quem se preocupe pelo fato do ministro ter sido indicado por Bolsonaro e essa não é uma apreensão infundada nesse STF tão politizado. Mas, tudo que o genocida quer neste momento é ver Moro liquidado, pois o seu ex-ministro da Justiça é um concorrente direto dele no campo da direita. Não acho que vá pressionar Nunes Marques nessa matéria, muito antes pelo contrário. Ora, Lula já recuperou os seus direitos políticos com a anulação dos processos da Lava Jato por Fachin e é muito improvável que isso seja revertido, pois formou-se um amplo consenso no meio jurídico brasileiro de que a Lava Jato realmente extrapolou depois que vieram a público os diálogos escandalosos entre Moro, Dallagnol e companhia captados pelo hacker de Araraquara. Para Bolsonaro, já que Lula será candidato mesmo, é melhor aproveitar a ocasião e jogar a última pá de cal em Moro. Reduzirá danos. Assim, penso que Nunes Marques votará pela decretação da suspensão do ex-juiz.
Mesmo que isso não ocorra, a ministra Carmem Lúcia já disse que vai votar de novo. Ora, não há porque votar novamente se não for para mudar a sua decisão. Seria um fato inusitado, algo insólito. Além do mais, Carmem Lúcia vem dando muitos sinais de que já não é uma defensora incondicional da Lava Jato e, no julgamento de ontem, aparteou Gilmar Mendes e Ricardo Levandowski várias vezes para concordar com eles e fez questão de abrir o microfone e dizer, em alto e bom som, que o grampo nos telefones dos advogados de Lula foi um ato "gravíssimo" (sic). Por isso, Carmem Lúcia deve mudar o seu voto e encaminha-lo pela concessão do HC a Lula.
Fachin também vota de novo, mas, ao contrário de Carmem Lúcia e na contracorrente do sentir hegemônico no mundo jurídico nacional e internacional sobre esse caso, ele continua sendo um defensor obcecado da Lava Jato, sabe-se lá porque. Deve proferir um voto longo, cheio de malabarismos jurídicos e com muita empolação, para denegar o HC e justificar a sua fidelidade canina a Moro e seus asseclas. Mas, é muito provável que ficará isolado.
Assim, o meu palpite é que a profecia de Lula será confirmada pela 2ª Turma do STF. A suspeição de Moro será decretada, o ex-presidente será inocentado e, finalmente, a verdade vencerá.
A conferir.
terça-feira, 9 de março de 2021
O jogo está empatado, mas Lula já é o vencedor
Evidentemente, o restabelecimento dos direitos políticos de Lula em virtude da anulação dos processos foi festejado por todos que cremos na inocência do ex-presidente em face da absoluta falta de provas contra ele e da evidente perseguição que sofreu pelo conluio judicial-midiático da Lava Jato, em decorrência da qual hoje o Brasil padece sob o governo genocida de Jair Bolsonaro.
Entretanto, logo veio "a pulga atrás da orelha". Esmola muito grande, o santo desconfia. Fachin quis justiça para Lula ou salvação para Moro? No fim da noite de ontem, a segunda opção parecia a mais plausível. Fomos dormir ressabiados.
Hoje de manhã, o ministro Gilmar Mendes, presidente da 2ª Turma do STF e crítico acerbo da Lava Jato, se movimenta no tabuleiro e finalmente pauta o julgamento do Habeas Corpus que pede a suspeição de Moro, suspenso há mais de dois anos em função de um pedido de vista dele próprio.
Fachin não se fez de rogado. Solicitou ao presidente do STF, Luiz Fux, outro ardoroso defensor da Lava Jato ("In Fux we trust!"), que o julgamento fosse adiado. O presidente não matou no peito. Fechou-se em copas e deixou Fachin no vácuo. Mas, o bravo varão de Rondinha não desistiu da manobra protelatória e tentou adiar o julgamento na própria 2ª turma. Debalde. Ficou isolado. Finalmente, o julgamento do HC seria retomado.
Em voto histórico, Gilmar Mendes dissecou o que chama de "maior escândalo judicial da história", não sem antes ressaltar que, por decisões do próprio STF - inclusive uma relatada por Celso de Melo - Sérgio Moro foi denunciado três vezes ao Conselho Nacional de Justiça por parcialidade em outras ações penais, todas elas arquivadas por aquele órgão historicamente corporativista.
Dando seguimento ao seu voto-vista, recheado de citações dos diálogos escandalosos captados pelos hackers de Araraquara, Gilmar Mendes chamou a condução coercitiva de Lula de "hediondo espetáculo policialesco", disse que havia um "consórcio" dos procuradores e do juiz Moro com a mídia, a qual "prestava assessoria de imprensa" a eles e definiu como "coisa de regime totalitário" o grampo ilegal no escritório dos advogados de Lula, ao que foi aparteado pela ministra Carmem Lúcia, que exclamou: "Gravíssimo!". Em seguida, estupefato com a "tabelinha", nas palavras de Dallagnol, entre Moro e os procuradores, afirmou que o ex-juiz se comportou como "revisor técnico das peças do MPF". Concluiu, então, que Lula foi submetido a um "modelo autoritário de persecução penal", reconheceu "a suspeição do julgador", declarou "a nulidade do processo desde o recebimento da denúncia", verificou a "ilegalidade da prisão do paciente (Lula)" e a revogou "definitivamente". Aí veio a cereja do bolo: determinou que Sérgio Moro seja condenado ao pagamento das custas processuais da ação penal (ai!!).
Em seguida, o ministro Cássio Nunes pediu vista ao processo, mas Ricardo Levandowski proferiu o seu voto favorável à concessão do HC, cuja conclusão, por sua potência, faz-se mister transcrever: "Eu invalido totalmente esta ação penal, enfatizando que nenhum ato, mesmo após o recebimento da denúncia, pode ser, de qualquer forma, convalidado". Xeque-mate em Fachin, que resolveu dar o seu voto revisado depois do voto-vista de Cássio Nunes, no que foi seguido por Carmem Lúcia. Assim, o placar ficou em 2X2. Empate técnico.
O jogo ainda não acabou, mas Lula já é o vencedor. Em pleno gozo de seus direitos políticos, aguarda apenas a decretação da suspeição de Moro, o juiz ladrão. E isso, são favas contadas.