domingo, 1 de maio de 2011

Em 20 anos, o Brasil reduziu o analfabetismo pela metade

Os primeiros resultados do Censo de 2010 começam a ser publicados pelo IBGE, que disponibiliza em um hotsite tabelas, mapas e gráficos que oferecem uma verdadeira radiografia do Brasil desde 1872, ano em que foi realizado o primeiro recenseamento geral da população brasileira. É uma fonte preciosa para professores, estudantes e pesquisadores refletirem sobre os mais diversos aspectos da evolução do nosso país.
Na medida em que os dados forem sendo publicados e que outros estudos e dados vierem à luz, vamos postar algumas análises aqui no blog, de maneira a contribuir com uma reflexão: o Brasil será uma potência mundial no Século XXI? Penso que ao superarmos o neoliberalismo na macroeconomia brasileira com as políticas públicas implementadas pelo Governo Lula (2002-2010), demos um grande salto em direção a essa vocação nacional, pois em 2010 atingimos o patamar de 8ª economia do Mundo, segundo avaliação do FMI e do Banco Mundial (em 2002, o Brasil estava em 12º lugar).
Mas, o que dizer sobre as tendências que devem acompanhar o crescimento econômico em direção à conquista do desenvolvimento humano e do desenvolvimento sustentável, rotas fundamentais para construirmos o nosso desenvolvimento como liberdade, como propõe Amartya Sen? Neste sentido, hoje analisaremos os primeiros dados sobre a educação nacional disponibilizados pelo Censo do IBGE.

O Analfabetismo no Brasil

Em 20 anos, a taxa de analfabetismo no Brasil foi reduzida pela metade. Em 1991, 20,1% da população com 15 anos ou mais não sabia ler e escrever, isto é, um em cada cinco brasileiros eram analfabetos. Hoje a taxa de analfabetismo nesta faixa etária é de 9,6%, coeficiente  ainda muito alto, quando comparado com as taxas na América Latina, onde o Brasil fica apenas em 12º lugar, atrás de países como Cuba, que apresenta a menor taxa (0,2%), Uruguai (1,9%), Argentina (2,8%), Chile (4,3%), Venezuela (7,0%) e Colômbia (7,2%), segundo dados publicados pela UNESCO em 2010[1]. Na mesma faixa do Brasil estão Equador (9%), México (9,1%) e Paraguai (9,8%).
Quando comparamos com as taxas dos chamados BRICs, países que se destacaram no cenário mundial pelo rápido crescimento das suas economias em desenvolvimento, o Brasil apresenta uma posição mediana, bem atrás da Rússia (0,6%), que tem o dobro da extensão territorial do Brasil e um PIB 25% menor que o nosso, e se aproximando da China (7,1%), mas à frente da Índia (34,9%) e da África do Sul (12,4%).
Portanto, embora o Brasil apresente uma evolução significativa em termos da erradicação do analfabetismo no país nos últimos 20 anos, é preciso que se acelere muito esse processo, colocando-o no mesmo ritmo do aumento do PIB, pois se hoje somos a 8ª economia do mundo, continuamos apresentando índices de analfabetismo incompatíveis com a grandeza de nossa economia.

O Analfabetismo no Nordeste

Situação bem pior é a da região Nordeste, que apresenta hoje uma taxa de 19,1% de analfabetos na população acima de 15 anos, muito próxima à do Brasil em 1991 (20,1%). Isto é, em termos de combate ao analfabetismo estamos com uma defasagem de 20 anos em relação à média nacional.
Quando comparamos regionalmente, a discrepância é ainda mais gritante, como se pode observar no gráfico: hoje a região Sul apresenta uma taxa de analfabetismo de 5,1%, a menor do Brasil, seguida pelo Sudeste (5,5%), Centro-Oeste (7,2%) e Norte (11,2%). Assim, a taxa de analfabetismo no Nordeste é cerca de quatro vezes maior do que no Sul e Sudeste e quase o dobro da região Norte. Ademais, o Nordeste apresentou o menor ritmo de redução do analfabetismo nestes 20 anos, pois enquanto as regiões Sul e Centro-Oeste reduziram o analfabetismo em cerca de 57% e Norte e Sudeste algo em torno de 55%, a redução no Nordeste foi de apenas 49%.


Portanto, se a conquista do desenvolvimento como liberdade no Brasil depende de uma aceleração na evolução dos coeficientes educacionais e no combate ao analfabetismo em particular, essa operação é ainda mais urgente no Nordeste, a segunda região mais populosa do Brasil, com 53 milhões de habitantes. É preciso que as políticas públicas educacionais tenham tratamento diferenciado e privilegiado para a região, e que os governos federal, estadual e municipais realmente coloquem a educação como principal prioridade em suas gestões.



[1] Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Situação Educativa da América Latina e Caribe 2007 / Unesco e Panorama Educativo 2005 Caminhando rumo às Metas / Projeto Regional de Indicadores Educativos - Cúpula das Américas).

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Com chegada da UFCG, economia de Sumé dá um salto

A implantação de um campus universitário federal numa cidade do interior traz inúmeros benefícios. De imediato, abre-se a oportunidade para os jovens da região ingressarem no ensino superior público, gratuito e de qualidade sem serem obrigados a deixar o lar, o que evidentemente aumenta em muito as chances de sucesso profissional para os filhos das famílias menos abonados pela fortuna. De fato, dos atuais 788 alunos matriculados na UFCG/Campus de Sumé, em sua imensa maioria egressos do ensino público, cerca de 75% são do Cariri e mais de 90% são paraibanos.
Por outro lado, além de dinamizar a vida social da cidade com o oferecimento de cursos, atividades artístico-culturais, eventos etc., e propiciar a capacitação de recursos humanos e o desenvolvimento dos setores produtivos com atividades de pesquisa e extensão científico-tecnológica, a universidade produz grandes impactos na economia local.
No quadro da empregabilidade, por exemplo, são gerados não apenas os empregos diretos de professores, funcionários e empregados terceirizados, mas também os empregos indiretos temporários (trabalhadores contratados para as obras de instalação do campus) e permanentes, principalmente no comércio e na prestação de serviços, setores bastante aquecidos com a chegada da universidade. No caso de Sumé, foram gerados 176 empregos diretos, sendo 86 professores, 44 servidores técnico-administrativos e 46 empregados terceirizados, estes últimos todos cidadãos do município. Em grandes números, só com os salários diretos, a universidade injeta cerca de 500 mil reais por mês na economia do município. No que tange à geração de renda, não podemos deixar de mencionar também as bolsas de estudo que são disponibilizadas para os estudantes, 130 atualmente no Campus de Sumé, representando o montante de 35 mil reais/mês.
Não são apenas os envolvidos mais diretamente com a universidade que se beneficiam economicamente, mas a cidade como um todo, como podemos concluir analisando os dados contábeis do município de Sumé disponibilizados no site da Secretaria do Tesouro Nacional. Com efeito, verificamos que a arrecadação do município cresceu 45% no ano em que o campus da UFCG foi inaugurado. Considerando-se que desde 2004 a receita tributária mantinha-se relativamente estável, em torno de 600 mil reais/ano, podemos supor que o recorde de 2009 esteja relacionado com a instalação da UFCG na cidade.


É importante ressaltar que a arrecadação de impostos de produção e circulação (ICMS, ISS, IPI e IOF) cresceu 48% no mesmo ano, ao passo que a arrecadação de impostos sobre a renda e os proventos, que vinha caindo desde 2006, deu um salto de 50%.
Em vista disso, podemos reafirmar a tese defendida durante o processo de luta pela expansão da UFCG. A instalação de um campus no interior do Estado produz dois efeitos fundamentais: a democratização do acesso ao ensino superior e o desenvolvimento econômico e social da região.

Valor Econômico: PIB do Nordeste crescerá acima da média nacional em 2011

Puxada por uma onda de investimentos, a economia da região Nordeste deve continuar crescendo acima da média nacional nos próximos anos. Estimativas divulgadas ontem pela consultoria pernambucana Datamétrica, especializada em economia nordestina, apontam para expansão de 5,06% no Produto Interno Bruto (PIB) da região em 2011, contra 4% esperados para o Brasil como um todo. Para 2012, a projeção é de alta de 5,03% no Nordeste, ante uma média nacional de 4,3%.
O crescimento da renda e do consumo das famílias, ao lado de pesados investimentos, sobretudo na construção civil, continuam sendo os principais combustíveis para a expansão maior da região neste ano. Porém, a contínua valorização do real ante o dólar surge como novo personagem. Sócio da Datamétrica, o economista Alexandre Rands explica que o câmbio valorizado tem incentivado, e muito, as importações de máquinas e equipamentos, indústria que está quase toda concentrada no Sudeste.
"Em tempos de investimento elevado, o Sudeste sempre teve o diferencial de abrigar a indústria de máquinas e equipamentos. Quando se começa a importar no volume em que está sendo feito, esse diferencial já não é tão sentido", afirmou Rands. Segundo ele, o Nordeste também sofre menos com a queda no valor das exportações, já que a região vende majoritariamente commodities para o exterior.
Segundo a Datamétrica, o crescimento do Nordeste neste ano continuará sendo puxado por Pernambuco (6,14%), Ceará (5,26%) e Bahia (5,22%), Estados mais populosos e com a economia mais desenvolvida da região. "É normal que essa onda de investimentos que chega ao Nordeste traga empresas interessadas em se instalarem nos maiores mercados consumidores", avalia.
No caso de Pernambuco, a expansão será puxada pelos investimentos no Complexo Portuário de Suape, que recebe simultaneamente obras para a construção de refinaria, petroquímica, estaleiros e, em breve, siderúrgica e montadora de automóveis.
O Estado da Bahia tem novos projetos na área de energia e a promessa de uma boa safra agrícola, assim como o Ceará, que também deve continuar crescendo nos setores de vestuário e alimentos. "Além disso, os três Estados tiveram os governadores reeleitos. Essa continuidade costuma ser positiva para a economia", lembrou Rands.
Para 2012, no entanto, a expectativa é de queda na diferença entre o crescimento do Nordeste e a média nacional. De acordo com a Datamétrica, é esperado para o ano que vem um afrouxamento da política monetária, que deve resultar em expansão do consumo de bens duráveis. Quando isso ocorre, avaliou Rands, o Sudeste tende a demonstrar sua força.
Valor Econômico

sábado, 16 de abril de 2011

Número de graduados no País triplicou em dez anos

O número de estudantes formados por ano na educação superior é o triplo do que se formava há dez anos. Em 2009, 959.197 estudantes concluíram curso superior, quase três vezes o número de formandos em 2000 (352.305). O Brasil saltou de 2,6 milhões de matriculas em 2000 para 5,9 milhões em 2009. Um aumento de 121%. Os dados, apresentados pelo Ministério da Educação na última segunda-feira (11), são do Censo da Educação Superior, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 
Para o MEC, o crescimento do número de matrículas e concluintes deve-se ao conjunto de ações do ministério para ampliação do acesso ao ensino superior. O Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) contribuíram para a ampliação do acesso ao ensino superior e a permanência do estudante.
Reuni - O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) tem como finalidade garantir as condições necessárias para que as universidades federais promovam sua expansão. A partir do Reuni e do Programa de Expansão Fase I, iniciado em 2003, as universidade ampliaram o número de vagas ofertadas em seus cursos de graduação.
Desde o início do processo de expansão, o número de vagas oferecidas nos cursos de graduação presenciais nas universidades federais passou de 109,2 mil vagas em 2003 para 222,4 mil vagas em 2010. Desde 2003, foram criadas 14 novas universidades e 126 novos campi já em funcionamento. O número de municípios atendidos por estruturas das universidades federais passou de 114 em 2003 para 237 até o final de 2011.
ProUni –  O Programa Universidade para Todos (ProUni) foi criado em 2005 e tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de cursos de graduação e de cursos sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior. Desde o início do programa até o segundo semestre de 2010, já foram concedidas 863.773 bolsas de estudo integrais e parciais. 
Fies - Com o objetivo de financiar a graduação superior de estudantes matriculados em instituições particulares foi criado o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Para candidatar-se ao Fies, que foi instituído em 1999, os estudantes devem estar regularmente matriculados em instituições de ensino não gratuitas cadastradas no programa, em cursos com avaliação positiva no Sinaes.
No ano passado, o Fies passou por mudanças que facilitaram a tomada de financiamento pelos estudantes. O agente operador do Fundo passou a ser o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), os juros baixaram de 6,5% para 3,4% ao ano, o período de carência passou a ser de 18 meses após a conclusão do curso e o prazo para quitação do empréstimo foi ampliado passando para três vezes o período financiado do curso, acrescido de 12 meses. 
Todas as operações de adesão das instituições de ensino, bem como de inscrição dos estudantes são realizadas pela internet. Durante o ano de 2010, foram firmados 71.600 contratos com o Fies. Em 2011, somente nos dois primeiros meses do ano (as inscrições tiveram início em 31 de janeiro), 34 mil alunos contrataram o financiamento estudantil. Ao longo de todo o ano de 2009 apenas 32 mil contratos foram firmados. 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Campus da UFCG em Sumé é destaque no Globo Rural

Reproduzo abaixo matéria do Globo Rural de hoje que destaca o Projeto Fogão Solar, desenvolvido pela equipe do Projeto Universidade Camponesa (UNICAMPO), ação de extensão da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que deu origem à criação do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) na cidade de Sumé.

"Tecnologia sustentável para ajudar o homem do campo. Na Paraíba, uma Universidade Federal criou um Centro de Desenvolvimento para o semiárido. Além de beneficiar os agricultores e os jovens da região, o centro ainda está melhorando a vida da comunidade. O conhecimento obtido na sala de aula e nos laboratórios é transferido para o dia a dia dos moradores.
A verde paisagem do Cariri paraibano não vai durar por muito tempo. Depois, de mais alguns meses tudo volta a ficar seco. Enfrentar os efeitos da longa estiagem nunca foi fácil.
Mas os moradores e produtores rurais da região ganharam um aliado importante. A Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, criou no ano passado o Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, que fica na cidade de Sumé, a 270 quilômetros de João Pessoa.
Cerca de 750 jovens tiveram a chance de entrar para a universidade e estudam em sete cursos de áreas tecnológicas voltadas para a economia e os meios produtivos da caatinga.
A estudante Suayra Almeida estuda engenharia de biossistemas e está descobrindo na teoria as práticas que ajudarão a mudar a realidade da região. “O curso de engenharia de biossistemas está voltado para a questão de produzir de uma maneira sustentável, que não agrida o meio ambiente. O curso envolve uma área de conhecimento muito ampla. Podemos trabalhar com produção animal e produção vegetal”, explica.
Com a chegada da universidade, professores e estudantes têm desenvolvido uma série de projetos nos municípios da região. Os produtores rurais recebem apoio na produção agrícola, na criação de caprinos e ovinos, e na implantação de tecnologias que ajudam a preservar o meio ambiente.
Um dos projetos que fazem sucesso na zona rural é o fogão solar. É basicamente uma caixa de papelão, com uma chapa de zinco na base, papel laminado e um tampo de vidro. Em pouco tempo, a comida fica pronta.
“É uma coisa que vai dar certo no assentamento, pois queimamos muita madeira e temos que preservar. Isso vai ajudar a gente e ainda virá coisa melhor”, diz o agricultor Anselmo Coelho.
Em um fogão solar, o preparo do arroz demora uma média de duas horas. A temperatura pode chegar aos 100 graus Celsius."
 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A MAIORIDADE DO CAMPUS DE SUMÉ

O campus de Sumé, o “caçula” da UFCG, já que foi o último dos três criados pelo Plano de Expansão Institucional (PLANEXP), amadureceu com a precocidade de uma criança superdotada. Após dois anos de criação pelo Colegiado Pleno do Conselho Universitário e pouco mais de um ano de efetivo funcionamento de suas atividades-fim, foram realizados vários concursos públicos para docentes em mais de 50 áreas de conhecimento, dois vestibulares e três semestres letivos. Contando hoje com 77 professores e 42 servidores técnico-administrativos, o que representa 92% dos recursos humanos previstos no Projeto Acadêmico, o Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) já é uma Unidade Gestora (UG) que planeja e executa seu orçamento anual autonomamente e atende a um contingente de 455 alunos ativos matriculados em sete cursos de graduação, cujos projetos pedagógicos (PPCs) encontram-se em fase final de revisão pelas Unidades Acadêmicas e deverão ser apreciados pela Câmara Superior de Ensino ainda este ano.
O CDSA já mostra sua pujança também na pós-graduação, na pesquisa e na extensão, com o funcionamento de um Curso de Especialização lato sensu em parceria com o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) e outro em parceria com a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTc/PB) a ser iniciado em 2011, a criação do Núcleo de Produção Agropecuária (NUPAGRO) e do Núcleo de Extensão Cultural (NEXT), além do desenvolvimento de vários projetos de pesquisa e extensão individuais e institucionais que podem ser acessados na sempre atualizada página eletrônica do Centro (www.cdsa.ufcg.edu.br). Também merece destaque o oferecimento de cursos e atividades de extensão para a comunidade, a exemplo do Coral Universitário, a promoção de eventos científicos, esportivos, artísticos e culturais, como a realização dos Seminários Integradores, de workshops, seminários e mesas redondas em diversas áreas, dos Jogos Internos e do Festival “De Repente Beat”, estes dois últimos realizados na semana passada.
É bem verdade que a infraestrutura do Campus ainda encontra-se em fase de implantação, pois, como tudo na vida, também, a precocidade tem seus ônus. Entretanto, os inúmeros desafios advindos de um processo tão complexo como é a implantação de uma unidade de ensino superior que prime, sobretudo, pelo republicanismo de seus atos administrativos e pela qualidade de seus processos acadêmicos, vão sendo enfrentados com desprendimento, entusiasmo e companheirismo pelos três segmentos da comunidade universitária, sempre contando com as parcerias que conseguimos mobilizar dentro e fora da Instituição.
Assim, atualmente o CDSA dispõe de seis prédios reformados para atividades administrativas e atividades-fim, alocados em ambiente totalmente urbanizado, com ruas pavimentadas, calçadas, jardins e rampas de acesso, novas redes elétrica, de iluminação pública, de água e esgoto, e de telefonia e lógica, além de cerca de 6.000 m² de edificações em construção (duas centrais de aula, central de laboratórios, ambiente dos professores, biblioteca, almoxarifado, garagem e pórtico de entrada).
Mas, ainda faltava um elemento fundamental para que este jovem Centro de Ensino atingisse sua maioridade: a livre escolha de seus dirigentes por professores, servidores técnico-administrativos e estudantes, como preconizam a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o Estatuto da UFCG, instrumentos legais que cristalizam essa importante conquista democrática.
E com que maturidade essa maioridade se constituiu! Primeiramente, houve a aprovação da Resolução Nº 01 do CEPE/CONSAD, em 17 de dezembro de 2009, que regulamentou a escolha eleitoral e apontou para a realização das eleições em 2010, dando segurança jurídica e institucional para a comunidade universitária se preparar com antecedência para esse ato de emancipação, anunciado no primeiro semestre deste ano quando atingimos 50% do corpo docente e 100% do corpo funcional, e planejado para ocorrer após as eleições nacionais, quando 88% do segmento docente estava constituído. Depois, pelo próprio processo eleitoral, iniciado pela escolha da Comissão Eleitoral pelo CEPE/CONSAD em outubro, pela construção de um amplo consenso em torno de uma “chapa de união” constituída por professores das duas Unidades Acadêmicas do CDSA e coroada, evidentemente, pelo significativo envolvimento de professores, estudantes e servidores no pleito realizado no dia 18 de novembro, seja em sua organização, atuando como membros da Comissão, mesários e escrutinadores, seja como eleitores.
De fato, para uma eleição em que o voto é opcional e que teve apenas uma chapa inscrita, portanto virtualmente fadada a uma natural desmobilização, a participação foi expressiva: de um colégio eleitoral constituído por 574 pessoas, 408 eleitores acorreram às urnas, o que representa 71% do total, com a participação de 93% do segmento dos servidores, 75% do segmento docente e 68% do alunado. Ademais, 83,3% dos votos foram considerados válidos, com apenas 7,8% de votos brancos e 8,8% de votos nulos, o que também é um coeficiente significativo numa eleição de chapa única em que se considera, teoricamente, que o voto em branco expressa desacordo com a chapa inscrita e o voto nulo um protesto contra o próprio processo eleitoral ou suas regras.
Como a votação foi uninominal, observou-se o seguinte desempenho dos candidatos em relação aos votos válidos: entre o segmento docente, ambos os candidatos atingiram 100% dos votos válidos, isto é, todos os 53 votos foram consignados à chapa, não havendo votos em apenas um candidato; no segmento dos servidores técnico-administrativos, o candidato a diretor obteve 88% dos votos válidos (21 votos) e o candidato a vice-diretor 96% (23 votos), enquanto entre os estudantes o candidato a diretor obteve 92% dos votos válidos (277 votos) e o candidato a vice 81% (244 votos).
O segmento estudantil apresentou a melhor qualificação do voto nessa eleição, pois sufragou 97,1% de votos válidos, com apenas 2,9% de votos brancos e nenhum voto nulo. Para um contingente de 311 eleitores votantes, a imensa maioria de jovens, uma faixa etária em que o voto de protesto tem forte apelo, esse resultado é para se comemorar, pois pensamos que ou expressa preparo, ou senso de cidadania ou maturidade política, ou tudo isso junto, ao aclamar a legitimidade do processo eleitoral pela rejeição unânime ao voto nulo. Por outro lado, o desempenho da chapa entre o alunado aproxima-se do desempenho verificado entre os professores, como veremos abaixo, pois o candidato a diretor auferiu 89,1% do total de votos absolutos e o candidato a vice-diretor, 78,5%, escores que representam, sob nosso ponto de vista, uma ampla aprovação à gestão pro tempore e a confiança dos estudantes na chapa que se submeteu ao escrutínio da comunidade universitária.
No que concerne aos servidores técnico-administrativos, salta aos olhos o grande número de votos inválidos, 38,5% do total, sendo 23,1% de votos nulos (9 votos) e 15,4% de votos brancos (6 votos). Admitindo-se o voto nulo como um protesto contra o processo eleitoral, talvez a explicação para esse alto percentual seja uma reação à regra de paridade vigente na LDB ou à maneira como o processo foi conduzido no CDSA, uma vez que consideramos bastante improvável que seja uma posição contrária à realização de consultas eleitorais para a escolha de dirigentes. Por outro lado, os votos em branco, embora minoritários, e o melhor desempenho do candidato a vice-diretor nesse segmento podem expressar desaprovação à gestão pro tempore ou inconformismo com decisões e encaminhamentos dela emanadas, reação a interesses pessoais contrariados ou mesmo uma simples rejeição aos candidatos inscritos. De qualquer sorte, a chapa obteve a maioria dos votos do segmento mesmo considerando os votos inválidos, apresentado 54% do total de votos absolutos para o candidato a diretor e 59% para o candidato a vice-diretor.
Finalmente, o desempenho da chapa “CDSA de Todos Nós” entre os professores expressou com eloquência a aprovação ao consenso construído nos períodos pré-eleitoral e eleitoral em torno das candidaturas e mesmo à gestão pro tempore. Primeiro, porque a chapa obteve 91,4% dos votos absolutos no segmento, havendo apenas 5,2% de votos brancos (3 votos) e 3,4% de votos nulos (2 votos) e, depois, porque todos os votos válidos foram “casados”, como já foi dito. Considerando-se que a LDB estabelece que o segmento docente deve representar 70% no cálculo da paridade – preceito admitido na Resolução Nº 01/2009 por segurança jurídica – essa expressiva votação entre os docentes, associada ao bom desempenho da chapa nos outros dois segmentos, aponta para um coeficiente eleitoral paritário bastante alto para a chapa, isto é, os candidatos eleitos auferiram  mais de 87% do total de votos, enquanto os votos nulos e brancos somaram cerca de 12%.
Assim, a primeira eleição para a Diretoria do CDSA já faz parte da curta, mas prolífica história do Campus de Sumé, que atinge sua “maioridade” por meio de sua emancipação política, conquistada sobre a “maturidade” construída em apenas dois anos de vida. A ampla participação dos três segmentos no pleito e a expressiva votação na chapa “CDSA de Todos Nós” legitima incontestavelmente a Diretoria eleita, mas coloca sobre ela a imensa responsabilidade de honrar a confiança que a comunidade universitária nela depositou e de não frustrar as expectativas dos eleitores quanto aos compromissos e propostas consignados na carta-programa (acesse aqui). Esta é a grande missão da Diretoria eleita para o quadriênio 2011-2014.

domingo, 14 de novembro de 2010

CDSA DE TODOS NÓS

CARTA-PROGRAMA DA CHAPA “CDSA DE TODOS NÓS”

MÁRCIO DE MATOS CANIELLO – DIRETOR
JOSÉ VANDERLAN LEITE DE OLIVEIRA – VICE-DIRETOR


O Campus de Sumé é uma importante conquista do povo do Cariri em prol da inclusão universitária de jovens e adultos desta e de outras regiões do país, bem como do próprio desenvolvimento sustentável do semiárido, conquista esta respaldada e fomentada pela administração superior da UFCG, que não mediu esforços para colocar em prática seu Plano de Expansão Institucional (PLANEXP), aprovado pelo Colegiado Pleno do Conselho Universitário em maio de 2005.

Último dos três campi criados pela UFCG através do PLANEXP, o Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) encontra-se ainda em processo de implantação e estruturação física, administrativa e acadêmica, mas as atividades letivas estão em pleno funcionamento desde setembro de 2009 e hoje o CDSA conta com sete cursos de graduação, um curso de especialização lato sensu em parceria com o INSA, 77 professores, 42 servidores técnico-administrativos e mais de 500 estudantes. Quando estiver completamente implantado, o CDSA contará com cerca de 1.800 alunos de graduação.

Sendo assim, o principal compromisso da CHAPA “CDSA DE TODOS NÓS” é a plena efetivação do PROJETO ACADÊMICO DO CDSA, aprovado pelo Colegiado Pleno do Conselho Universitário no final de 2008, bem como a conclusão do Plano de Trabalho de implantação do Campus de Sumé, protocolado no Ministério da Educação no mesmo ano.

Assim, após um ano de pleno funcionamento do CDSA – Campus de Sumé, nós decidimos apresentar nossa candidatura à sua direção para o quadriênio 2011-2014, cientes de sua breve mas já gloriosa história de conquistas e dispostos a enfrentar com entusiasmo e espírito republicano todos os desafios impostos por essa complexa tarefa.

Nossa principal diretriz na condução das políticas acadêmicas e administrativas no CDSA será o compromisso inquebrantável que deve nortear qualquer universidade pública: seu protagonismo no desenvolvimento científico-tecnológico, econômico, social e humano da sociedade brasileira, articulado à constante busca pela democratização do acesso ao ensino superior público gratuito de qualidade e pela consolidação da excelência acadêmica do CDSA propiciada pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Isto só será possível se construirmos juntos um ambiente em que a liberdade, a igualdade e a fraternidade sejam valores pétreos a nortear nossas ações, possibilitando que todos os segmentos se irmanem para o sucesso do CDSA, contemplando não apenas o respeito aos direitos conquistados por professores, estudantes e servidores técnico-administrativos, mas, sobretudo, formando um pacto de confiança mútua e de reciprocidade na construção deste projeto acadêmico renovador e socialmente justo chamado Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido.

Sendo estes os nossos principais compromissos – salientando que esta carta-programa não é uma “proposta fechada”, mas um plano de ação a ser renovado cotidianamente pelo diálogo aberto com professores, servidores técnico-administrativos e estudantes – conclamamos toda a comunidade do Campus de Sumé a nos dar seu respaldo democrático através do voto na CHAPA “CDSA DE TODOS NÓS”, construindo conosco uma gestão democrática e participativa.


NOSSAS PROPOSTAS

INFRA-ESTRUTURA
·         Concluir a implantação do Campus com a execução de todas as obras previstas no Plano de Trabalho, criando um ambiente urbanizado ambientalmente sustentável, propício e agradável para o desenvolvimento das atividades do CDSA;
·         Buscar recursos para a execução de outras obras como o Centro de Eventos do CDSA, com auditório, salas de exposição etc., o Teatro de Arena, a Fazenda Modelo, o Laticínio Escola, a Fábrica de Ração, entre outros.
GRADUAÇÃO
·         Apoio às Unidades Acadêmicas visando à conclusão dos Projetos Pedagógicos dos Cursos do Centro e o seu reconhecimento pelo MEC;
·         Implementar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Metodologias Inovadoras de Ensino, de maneira a otimizar o processo de ensino-aprendizagem;
·         Elaborar e implantar um Programa de Acompanhamento Psicológico e Pedagógico, com o objetivo de reduzir a retenção e evasão nos Cursos;
·         Garantir o pleno funcionamento dos Laboratórios Didáticos e outros ambientes necessários ao bom desenvolvimento das atividades letivas;
·         Desenvolver uma política de incentivo à produção de textos didáticos;
·         Incentivar programas de atividades complementares às estruturas curriculares dos cursos.
·         Apoiar as atividades dos programas PROBEX, PIBIC e de Monitoria.
·         Apoiar e buscar mecanismos na implantação de convênios para estágios dos discentes;
·         Promover a isonomia de funcionamento dos três turnos, fomentando atividades regulares e extra-curriculares no período noturno;
·         Lutar pela manutenção da nomenclatura dos Cursos de Engenharia de Biossistemas e Engenharia de Biotecnologia e Bioprocessos e lutar junto ao sistema CONFEA/CREA pelo registro profissional destes cursos;
·         Fomentar, após o reconhecimento dos cursos, parcerias com instituições de ensino e pesquisa nacionais, internacionais (quando possível), empresas, OGN’s etc;
·         Manter e ampliar a política de aquisição de acervo bibliográfico;
·         Incentivar, fomentar e apoiar a criação de Empresas Júniores;
·         Apoiar as Comissões Permanentes de Avaliação dos Cursos.
INTEGRAÇÃO DAS UNIDADES ACADÊMICAS
·         Incentivar, fomentar e apoiar a integração e colaboração mútua entre as Unidades Acadêmicas, UATEC e UAEDUC;
·         Incentivar, fomentar e apoiar a promoção de seminários interdisciplinares organizados conjuntamente pelas duas unidades acadêmicas, com a participação de convidados externos de elevado reconhecimento científico e cultural;
·         Incentivar, fomentar e apoiar publicações conjuntas, fóruns de debates sobre questões interdisciplinares ou multidisciplinares, discussão sobre novos programas conjuntos de graduação e de pós-graduação, etc;
·         Promover estudos e debates no intuito de fazer um balanço permanente da composição das Unidades Acadêmicas, suas dimensões, linhas de pesquisa, graus de participação na graduação e na pós-graduação. Tais estudos e debates, sempre pautados pelo respeito institucional e pelo primado do acadêmico, permitirão que o Centro estabeleça e implemente políticas acadêmicas adequadas ao futuro no que concerne aos quadros docentes (vagas, áreas prioritárias para admissão, carreira, ascensão funcional, aposentadoria, colaboradores, visitantes etc.).
·         Implementar programas de cooperação com outras instituições, incentivando a vinda regular de pesquisadores e professores visitantes, de modo a fortalecer academicamente a oferta de cursos em nossos programas;
·         Estimulo à criação de boletins regulares, de jornal e da revista do CDSA, considerando a área específica de cada curso ou programa;
PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
·         Criação de programas de pós-graduação, com eventual parceria com outras instituições, buscando contextualizar a temática regional;
·         Ampliar a política de parcerias com instituições públicas e privadas, visando o apoio à pesquisa;
·         Incentivar a implementação de Convênios de Cooperação Internacional;
·         Incentivar a publicação de trabalhos técnico-científicos em periódicos nacionais e internacionais;
·         Apoiar a realização de eventos técnico-científicos e artístico-culturais;
·         Incentivar e apoiar a participação de professores, servidores técnico-administrativos e estudantes em eventos técnico-científicos e artístico-culturais;
·         Consolidar a Secretaria de Apoio a Projetos como ferramenta de assessoria técnica aos pesquisadores.
EXTENSÃO
·         Consolidar o Núcleo de Produção Agropecuária (NUPAGRO) e o Núcleo de Extensão (NEXT), dotando-os de infra-estrutura adequada e orçamento próprio;
·         Incentivar, fomentar e apoiar a criação de outros Núcleos de Extensão;
·         Estimular uma participação mais efetiva de professores, servidores técnico-administrativos e estudantes na elaboração e desenvolvimento de projetos de extensão, como também de cursos de extensão;
·         Apoiar e incentivar o desenvolvimento de Projetos que atendam às demandas dos setores agropecuário (principalmente a agricultura familiar), industrial e de serviços;
·         Ampliar a integração com os setores da comunidade e da sociedade civil organizada;
·         Criar condições para o oferecimento de cursos a distância;
·         Criar o Programa de Estágio Docente em Empresas;
·         Projetar e viabilizar a criação da Incubadora de Empresas do CDSA.
POLÍTICAS ESTUDANTIS
·         Consolidar e ampliar o Programa Restaurante Universitário com a construção de prédio próprio;
·         Implementar o Programa Residência Universitária;
·         Consolidar e ampliar o Programa de Bolsa Manutenção;
·         Consolidar a Gerência de Assuntos Estudantis (GAE);
·         Manter diálogo constante com as Entidades Estudantis;
·         Apoiar a participação de estudantes em eventos técnico-científicos e artísticos-culturais.
OUTRAS ATIVIDADES
·         Lutar pela federalização da Escola Agrotécnica de Sumé com a criação do Ensino Médio Profissionalizante;
·         Estimular a capacitação de docentes e servidores técnico-administrativos;
·         Promover uma gestão administrativa transparente com respeito às formas de tomada de decisão e com relação aos recursos orçamentários e sua aplicação.
·         Incentivar a elaboração de projetos visando à obtenção de recursos financeiros junto aos  Fundos Setoriais, objetivando a recuperação e ampliação da infra-estrutura física de laboratórios didáticos e de pesquisa;
·         Organização de espaços para interações humanísticas e culturais;
·         Incentivar, fomentar e apoiar a realização de eventos propostos pelos três segmentos da comunidade universitária.