terça-feira, 29 de setembro de 2009

UFCG dá início às atividades do campus de Sumé

Aula Magna foi proferida pelo governador José Maranhão


“Embora seja o mais recente campus criado pelo Projeto de Expansão da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), simboliza a retomada da disseminação das universidades paraibanas”, comentou o reitor Thompson Mariz, antes de seguir para Sumé para dar início às atividades acadêmicas do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA), nessa segunda-feira, 28.


“Foi, a partir do nosso campus avançado, a Universidade Camponesa (Unicampo), que elaboramos o nosso Plano de Expansão – resultando em três novos campi situados em zonas de exclusão de ensino superior - o que despertou as outras universidades a ampliarem suas ações rumo ao interior do estado”.


“Criados bem antes, os campi de Cuité e Pombal são frutos da experiência da Unicampo, que se fortaleceu com a interação com a sociedade, ouvindo os movimentos sociais e as representações de classes e os povos do Cariri”, registrou Mariz, dizendo que a criação do campus de Sumé traz, também, a marca da união dos parlamentares paraibanos.


À noite, o governador José Maranhão proferiu a Aula Magna sobre as Potencialidades do Desenvolvimento do Semiárido.


Seminário integrador


Até a próxima sexta-feira, dia 2, o CDSA realiza um seminário para integrar a comunidade acadêmica e as representações sociais da região. Com a temática Semiárido Brasileiro: Potencialidades, Desafios e Estratégias da Convivência no Século XXI, o evento teve início na tarde desta segunda, 28, com reuniões entre os coordenadores de curso e alunos.


“Vamos começar nossas atividades promovendo uma discussão sobre as concepções do Semiárido. Refletindo sobre esses paradigmas, encontraremos os sinais que nos levarão a promover um novo tempo”, explicou o diretor do CDSA, Márcio Caniello, ressaltando que é preciso repensar as praticas políticas e sociais desenvolvidas na região para o surgimento de novas perspectivas de sustentabilidade.


Na programação, além dos debates, exposições e apresentações culturais com artistas e grupos folclóricos.


(Marinilson Braga - Ascom/UFCG)

http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=9415

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Seminário da UFCG celebra 30 anos de parceria com instituições francesas


Evento foi aberto nessa terça, 22, no auditório da Fiep, pelo reitor Thompson Mariz


Reverenciando as conquistas dos pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e os expressivos resultados conquistados com projetos voltados para as questões agrárias e para a melhoria da qualidade de vida dos menos favorecidos por políticas públicas na região, o reitor Thompson Mariz abriu, na noite dessa terça-feira, 22, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), o seminário internacional Desenvolvimento Sustentável e Territórios Rurais: Desafios para a Ação Pública.


O evento está inserido na programação do Ano da França no Brasil e discute os desafios rurais, articulando ações para o desenvolvimento social, econômico, ambiental e cultural, levantando questões sobre a segurança alimentar, o combate à pobreza e a proteção ao meio ambiente. “É um evento científico dos mais importantes, resultado de 30 anos de intensa cooperação da UFCG com instituições francesas. Certamente promoverá novas interações”, disse o coordenador do evento pela UFCG, Márcio Caniello.


Estão sendo realizadas mesas-redondas temáticas sobre os diferentes componentes do desenvolvimento sustentável territorial e uma sessão de pôsteres apresentando experiências e projetos afins. Participam como expositores e debatedores cientistas e técnicos do desenvolvimento territorial do Brasil, da França e de outros países da América Latina.


Maiores informações sobre o evento através da página
http://www.unicampo.org.br/francabr/index.php


(Rosenato Barreto - Assessoria de Imprensa do CDSA/UFCG)


http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=9397

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Seminário internacional da UFCG discute desenvolvimento sustentável


Evento será realizado a partir desta terça, 22, às 18h30min, no auditório da FIEP, em Campina Grande

Campina Grande sediará desta terça, 22, até a próxima sexta, 25, o Seminário Internacional "Desenvolvimento Sustentável e Territórios Rurais: Desafios para a Ação Pública", evento organizado pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), pelo Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento – CIRAD (entidade francesa), pela Fundação Universidade Camponesa e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura.


O Seminário está inserido na programação do Ano da França no Brasil e permitirá a discussão sobre os desafios enfrentados pelo meio rural para articular dimensões social, econômica, ambiental e cultural do desenvolvimento sustentável, “num contexto onde o meio rural tem que responder a muitas questões: segurança alimentar, combate à pobreza e proteção do meio ambiente”, diz o coordenador do evento pela UFCG, Márcio Caniello.


“Pretendemos com este evento aprofundar a reflexão conceitual, metodológica e operacional sobre o desenvolvimento sustentável territorial, enfatizando a relação entre o desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento territorial, de maneira a examinar desafios e propor diretrizes para a condução da ação pública neste setor estratégico”, disse Marc Piraux, organizador do evento pelo CIRAD.


O Seminário também comemora uma parceria de longa data entre instituições francesas de ensino e pesquisa e a UFCG, como a manutenção de diversos acordos e convênios estabelecidos com o atual Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, fundado em 1977 como curso de Mestrado em Sociologia Rural, no então Campus II da Universidade Federal da Paraíba”.


A programação do seminário inclui mesas-redondas temáticas sobre os diferentes componentes do desenvolvimento sustentável territorial e uma sessão de pôsteres onde serão apresentadas experiências e projetos que abordam questões relativas ao tema do evento. Participam como expositores e debatedores cientistas e técnicos do desenvolvimento territorial do Brasil, da França e de outros países da América Latina.


Maiores informações sobre o evento através do sítio eletrônico: http://www.unicampo.org.br/francabr/index.php


(Rosenato Barreto - Assessoria de Imprensa do CDSA/UFCG)

http://www.cdsa.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=9380

Programa Conexões de Saberes do MEC aprova projeto da UFCG


Atividades de extensão, como a criação de cine-clube e cursinho pré-vestibular, serão executadas na cidade de Sumé. Durante um ano, 40 alunos selecionados receberão bolsa de R$ 300


A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) conseguiu a aprovação de projeto para o Programa Conexões de Saberes do Ministério da Educação. Com execução financeira do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o programa visa o desenvolvimento de políticas públicas de valorização da diversidade e a promoção da equidade na educação, apoiando projetos inovadores voltados a assegurar a permanência dos estudantes de origem popular nas universidades.


O resultado foi divulgado nesta quarta-feira, 16, pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) que gerencia o programa e destinou 11 milhões para o seu financiamento. O projeto enviado pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitário (Prac) da UFCG foi aprovado com seu orçamento total, R$ 350 mil. “Nossos coordenadores têm se destacado na elaboração das propostas e, consequentemente, trazido grandes frutos para a instituição”, disse a pró-reitora Ana Célia Athayde.


O Projeto Conexões de Saberes será executado no Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA), no campus da UFCG na cidade de Sumé, durante um ano. “A criação do cine-clube, cursinho pré-vestibular e outras atividades de Extensão contribuirão para a consolidação da expansão da universidade no Cariri paraibano, promovendo uma maior interação com a comunidade” ressalta o coordenador-geral, Rozenval de Almeida.


Para ele, além de garantir a fixação do estudante na universidade, o projeto ampliará a capacidade de produção de conhecimentos científicos e de intervenção em seu território de origem, oferecendo apoio financeiro e metodológico para isso. Durante um ano, 40 bolsistas selecionados receberão uma bolsa de R$ 300. A execução está prevista já para o próximo mês.


Programa


Conexões de Saberes: diálogos entre a universidade a as comunidades populares é um programa da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC (Secad) que objetiva amparar o estudante universitário de origem popular, através de bolsas acadêmicas, identificando suas potencialidades e as principais dificuldades para a sua permanência, ressaltando os problemas inerentes à sua condição socioeconômica, de modo a construir uma política nacional que atenda de fato a esse público.


A identificação do conjunto de alunos e o mapeamento de suas principais demandas, para garantir a sua permanência com qualidade é uma das suas linhas de ação. Em 2004, piloto, o programa contemplava cinco universidades e 75 bolsistas. Ano passado, foram 33 instituições e 2.200 alunos contemplados.


(Marinilson Braga - Ascom/UFCG)

http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=9364

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Licenciatura Indígena da UFCG realiza seminário de abertura


Atividade acontece neste final de semana em Baía da Traição


O Curso de Licenciatura Indígena da Universidade Federal de Campina Grande realizará neste sábado (12) e domingo (13), na Escola Estadual Akajutibiró, em Baía da Traição, PB, o “Seminário de Introdução ao Curso”, cujo objetivo é detalhar as especificidades da proposta pedagógica que será implementada.

O evento será aberto pelo reitor da UFCG, professor Thompson Fernandes Mariz, pela coordenadora da Licenciatura, professora Mércia Rejane Batista, pelos diretores do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido - Márcio Caniello, do Centro de Humanidades - Rosilene Dias Montenegro, pela professora Ana Maria Silva, do Centro de Educação e Saúde e pelos representantes dos governos estadual e municipal, da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e da Organização dos Professores Indígenas Potiguara – OPIP.

A programação segue à noite com a apresentação do Toré Potiguara e no domingo continuam as discussões e informações sobre o curso de Licenciatura com os estudantes.

A nova licenciatura obedecerá a um regime seriado especial e será desenvolvida em dois períodos distintos. “Durante o período letivo regular nas escolas indígenas, o curso será desenvolvido em 16 finais de semana consecutivos, na Escola Indígena Akajutibiró, onde funciona uma espécie de campus avançado da UFCG”, explica a professora Mércia Batista, da Unidade Acadêmica de Sociologia e Antropologia.

Durante as férias escolares nas escolas indígenas, serão oferecidos módulos concentrados de duas semanas nos campi da UFCG em Campina Grande (disciplinas das áreas de Ciências Humanas e Artes, Língua e Literatura) e Cuité (disciplinas das áreas de Ciências Exatas, Ciências Naturais, Ciências da Saúde e Informática).

O curso é fruto de um trabalho desenvolvido na UFCG desde 2004, no âmbito do Programa de Licenciatura em Educação Indígena (Prolind), do MEC. “Os estudos iniciais resultaram numa série de oficinas, atividades de pesquisa e seminários, realizados em Campina Grande e nas aldeias potiguaras, a fim de se construir um projeto político pedagógico adequado às demandas daquela comunidade”, lembra o professor Márcio Caniello, que coordenou o processo.

O resultado foi uma proposta curricular ampla e flexível, com a apresentação de conhecimentos contextualizados, “como forma de possibilitar condições para o enfrentamento de questões presentes no cotidiano, tanto escolar como da aldeia”, observou.

(Rosenato Barreto - Assessor de Imprensa - CDSA/UFCG

http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=9336

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Seminário internacional irá comemorar 30 anos de cooperação francesa com a UFCG

Evento será realizado de 22 a 25 deste mês no auditório da FIEP, em Campina Grande


Comemorando os 30 anos da intensa cooperação acadêmica franco-brasileira em torno da questão rural na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), será realizado de 22 a 25 deste mês, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), em Campina Grande, o Seminário Internacional Desenvolvimento Sustentável e Territórios Rurais: Desafios para a Ação Pública.


O evento, que é chancelado pela Coordenação Binacional do Ano da França no Brasil, permitirá tratar dos desafios enfrentados pelo meio rural para articular dimensões social, econômica, ambiental e cultural do desenvolvimento sustentável, “num contexto onde o meio rural tem que responder a muitas questões: segurança alimentar, combate à pobreza e proteção do meio ambiente”, diz o coordenador Márcio Caniello.


Durante o evento serão promovidas mesas-redondas temáticas sobre os diferentes componentes do desenvolvimento sustentável territorial e organizada uma sessão de pôsteres. Os palestrantes serão cientistas e técnicos do desenvolvimento territorial do Brasil e da França e de outros países da América Latina.


Parceria de longa data

Caniello explica que a cooperação entre instituições francesas de ensino e pesquisa e a UFCG é bastante antiga, destacando-se os diversos acordos e convênios estabelecidos com o atual Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, fundado em 1977 como curso de Mestrado em Sociologia Rural, no então Campus II da Universidade Federal da Paraíba.


“Foi deste curso o primeiro projeto aprovado na área de Ciências Sociais no âmbito do acordo Capes/Cofecub, assinado entre os governos brasileiro e francês em 1978. O convênio, firmado com a Universidade Paris X, foi sucessivamente renovado por cerca de 20 anos, até que a Capes redefiniu as regras e normas do acordo, vedando novas renovações”, observou.

A partir de então a cooperação foi mantida por meio de um acordo firmado entre a UFCG e o Centre de Coopération Internationale em Recherche Agronomique pour le Dévelopment (Cirad) e, posteriormente, por um novo Convênio Capes/Cofecub, firmado em 2004 entre a UFCG, UFSC, o Institut National de la Recherche Agronomique (INRA) e a Universidade de Tours.


Veja aqui a programação do evento.


(Kennyo Alex - Ascom/UFCG)

http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=9295

UFCG divulga lista dos aprovados para Licenciatura Indígena

Projeto político pedagógico do novo curso é adequado às demandas da comunidade Potiguara


Foi divulgada na manhã desta terça, 1º de setembro, pela Comissão de Processos Vestibulares (Comprov) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a lista dos candidatos aprovados no Vestibular Especial para ingresso no curso de graduação em Licenciatura Indígena da instituição.


Dos 133 inscritos, 48 foram aprovados. As vagas são exclusivas para professores reconhecidamente indígenas que já concluíram o ensino médio e que estejam lecionando em escolas indígenas que funcionam no interior da Terra Indígena Potiguara, no Litoral Norte da Paraíba.


Veja aqui a relação dos aprovados.


O cadastramento dos candidatos classificados acontecerá na próxima quinta-feira, dia 3, na Escola Indígena Akajutibiró, em Baía Traição, das 8h às 11h30min e das 14h às 17h30min. Caso seja necessário, um edital de convocação de novos candidatos (1ª chamada) será publicado na terça-feira, dia 8. As aulas começam no sábado, dia 12, no mesmo local.


A nova licenciatura obedecerá a um regime seriado especial e será desenvolvida em dois períodos distintos. “Durante o período letivo regular nas escolas indígenas, o curso será desenvolvido em 16 finais de semana consecutivos, na Escola Indígena Akajutibiró, onde funciona uma espécie de campus avançado da UFCG”, explica a professora Mércia Batista, da Unidade Acadêmica de Sociologia e Antropologia.


Durante as férias escolares nas escolas indígenas, serão oferecidos módulos concentrados de duas semanas nos campi da UFCG em Campina Grande (disciplinas das áreas de Ciências Humanas e Artes, Língua e Literatura) e Cuité (disciplinas das áreas de Ciências Exatas, Ciências Naturais, Ciências da Saúde e Informática).


Estrutura curricular diferenciada


O curso é fruto de um trabalho desenvolvido na UFCG desde 2004, no âmbito do Programa de Licenciatura em Educação Indígena (Prolind), do MEC. “Os estudos iniciais resultaram numa série de oficinas, atividades de pesquisa e seminários, realizados em Campina Grande e nas aldeias potiguaras, a fim de se construir um projeto político pedagógico adequado às demandas daquela comunidade”, lembra o então secretário de Projetos Estratégicos, Márcio Caniello, que coordenou o processo. O resultado foi uma proposta curricular ampla e flexível, com a apresentação de conhecimentos contextualizados, “como forma de possibilitar condições para o enfrentamento de questões presentes no cotidiano, tanto escolar como da aldeia”, observou.


O curso está estruturado em dois núcleos. O primeiro, com duração de 2 anos, é composto por 4 módulos de estudo, comum a todas as licenciaturas. Oferece subsídios para a formação do professor pesquisador e tem como objetivo a formação geral do professor indígena para o ensino fundamental.


Já o segundo núcleo, também com duração de 2 anos, inclui em seus componentes curriculares dois Estágios Curriculares Supervisionados e a elaboração de uma monografia. Nesse momento, o aluno já deve ter optado, com base em todos os conhecimentos adquiridos no primeiro núcleo, por uma das 4 áreas de conhecimentos e tem por objetivo a formação do professor indígena para atuar no ensino médio.


Se optar pela área de conhecimento Ciências Exatas, estará apto para ministrar o ensino de Química no ensino médio. Caso opte pela área de conhecimento Ciências da Natureza, o formando estará apto a ministrar a disciplina Biologia no ensino médio.


A área de conhecimento Língua e Literatura forma o profissional para atuar nessas disciplinas. Já a área de conhecimento Ciências Sociais, habilitará para o ensino de Sociologia, Antropologia, História e Geografia.


(Kennyo Alex – Ascom/UFCG)

http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=9289

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Professor da UFCG participa da elaboração do Relatório do Desenvolvimento Humano no Brasil

Márcio Caniello teve artigo selecionado para embasar documento

O diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA). campus Sumé, professor Márcio Caniello, participa em Brasília do workshop sobre Valores e Desenvolvimento Humano promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. O trabalho A identidade como valor: Reflexões sobre o ethos nacional brasileiro, escrito por Caniello a partir de sua tese de doutorado foi um dos artigos selecionados para embasamento do Relatório do Desenvolvimento Humano Brasileiro 2009/2010 (RDH).

O programa buscou artigos que pudessem responder algumas questões como: “O que são valores?”, “Quais são os valores dos brasileiros?” e “Como entender a formação histórica dos valores dos brasileiros?”

Já a escolha do tema do relatório foi feita por meio de uma consulta à população — a pesquisa Brasil Ponto a Ponto (http://www.brasilpontoaponto.org.br) — que contou com cerca de 500 mil respostas. Os assuntos que mais apareceram foram respeito, justiça, paz e ausência de preconceito. Além destes, educação e violência também foram mencionados por grande parte dos que responderam e devem entrar no relatório relacionados ao assunto central.

O relatório é publicado anualmente e parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana

Leia os artigos de Márcio Caniello em http://caniello.blogspot.com.

(Rosenato Barreto, do CDSA/UFCG)

http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=9255

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Paradoxos da "cidadania à brasileira"

Não é preciso ser um cientista social para saber que a desigualdade é o principal problema nacional, pois é notório o fato de que a distribuição de renda no Brasil é uma das mais iníquas do mundo. Com efeito, embora o IPEA tenha constatado que nos últimos anos a desigualdade de renda tenha declinado constante e substancialmente no país, sabe-se que atualmente a renda apropriada pelo 1% mais rico da população é igual à renda apropriada pelos 50% mais pobres e que o Brasil tem uma concentração de renda maior do que a observada em 95% dos países para os quais se tem dados (Barros; Foguel; Ulyssea, 2006: 15 e 22).

O que torna ainda mais perversa essa realidade é que além da brutal desigualdade econômica, há uma flagrante falta de eqüidade entre os cidadãos no acesso às salvaguardas que o Estado deveria outorgar a todos, pois a sociedade brasileira está emoldurada por um sistema hierárquico de relações sociais que define condições diferenciais de cidadania de acordo com a posição do indivíduo num panorama social dividido entre “superiores” e “inferiores” (Cf. DaMatta, 1983, 1987 e 1993). De fato, a “vertente relacional e hierarquizante de nossa constelação de valores” (DaMatta, 1987: 60) subsume o “caráter nivelador e igualitário” da cidadania (Cf. DaMatta, 1987: 76), pois quem trava relações com as instituições do Estado não são os indivíduos, formalmente iguais entre si, mas as pessoas, carregadas de atributos adquiridos pela sua posição econômica e pelo seu status.

Portanto, a desigualdade social no Brasil tem uma dupla face: por um lado, existe uma diferença econômica aguda entre a minoria abastada e a massa despossuída; por outro lado, há um verdadeiro abismo civil entre a elite e o povo.

Essa configuração dúplice tem uma profundidade histórica pronunciada, pois se podemos buscar as raízes da desigualdade econômica na ordem escravocrata da economia colonial (Cf. Prado Jr., 1989), a desigualdade civil é ainda mais antiga, pois se funda na própria “teia de relações senhoriais” (Genovese, 1979: 82), um dos principais traços do ethos lusitano desde a precoce afirmação nacional portuguesa (Cf. Caniello, 2001: 51). Considerando-se, por exemplo, a coexistência no Brasil colonial dos “escravos de ganho” com “indivíduos livres que eram sujeitos a coerção, sofriam discriminação, recebiam pouquíssima remuneração por seu trabalho e eram tolhidos pelo costume e pela prática” (Schwartz, 1995: 214), havemos de concordar que não foi o sistema de trabalho que deu origem ao nosso principal problema social, mas que ele é derivado de um padrão ético assentado numa clivagem estrutural entre os cidadãos, que, aliás, justificava o modelo de exploração do trabalho. Neste sentido, a perene e aguda desigualdade social no Brasil não é, tão somente, uma “herança da escravidão” como propugnam muitos analistas da nossa cena social, mas resulta de uma ordem ética que é anterior ao sistema escravocrata e que sobreviveu, praticamente incólume, à sua superação. Assim, consideramos que o estatuto da desigualdade civil é o elemento estrutural crítico do “legado cívico” (Cf. Putnam, 1996: 133) da sociedade brasileira, cuja “longa duração” (Cf. Braudel, 1958) a denuncia como a causa mais profunda da nossa crônica desigualdade socioeconômica.

De fato, desde a publicação em 1603 das Ordenações filipinas, nosso primeiro Código Penal, definiu-se um dos aspectos mais persistentes da cidadania à brasileira, a impunidade dos poderosos articulada à flagelação dos despossuídos; aquilo que Roberto DaMatta resumiu com o seu estilo direto: “Se o criminoso é pobre ou ignorante, pau nele! Mas se é um letrado, um doutor ou tem família, é tratado com todas as finezas a que uma pessoa tem direito” (DaMatta, 1996: 62). Hoje podemos observar que um dos signos mais expressivos desse aspecto perene, a desigualdade civil entre a elite e o povo, é uma relíquia do código filipino. A chamada “prisão especial” – “um traço do nosso sistema legal que dá a certas categorias de pessoas (...) o direito a um tratamento privilegiado por parte da Justiça, independente do crime cometido” (DaMatta, 1996: 208) – tem a sua origem nas disposições filipinas acerca dos procedimentos processuais, como fica dito no artigo 120:

“Mandamos que os fidalgos de solar ou assentados em nossos livros, e os nossos desembargadores, e os doutores em leis ou em cânones, ou em medicina, feitos em estudo universal por exame, e os cavaleiros fidalgos ou confirmados por nós, e os cavaleiros das Ordens Militares de Cristo, Santiago e Aviz, e os escrivães de nossa Fazenda e Câmara, e mulheres dos sobreditos, enquanto com eles forem casadas ou estiverem viúvas honestas, não sejam presos em ferros, senão por feitos em que mereçam morrer morte natural ou civil. E pelos outros, em que não caibam as ditas penas de morte, serão presos sobre suas homenagens, as quais devem fazer aos juízes que os prenderem, ou mandarem prender. E por eles lhes serão tomadas, e lhes darão por prisão o castelo da vila ou sua casa, ou a mesma cidade, vila ou lugar, segundo for a qualidade do caso.”

Podemos dizer, portanto, que a prática jurídica no Brasil colonial evidencia os principais paradoxos que ainda hoje caracterizam cidadania à brasileira, pois eles veiculam as influências das diferenças entre os cidadãos postas pela hierarquização do sistema social, pelos seus abismos econômicos e civis e pela interpolação entre o público e o privado na conduta das pessoas e no funcionamento das instituições.

O que torna essa operação mais abjeta é a brutal distorção da pirâmide social, em cuja base desproporcional está alocada a imensa maioria da população, enquanto o afilado cume é ocupado por uma reduzidíssima elite. É bem verdade que a draconiana letra da lei foi, pelo menos em parte, revogada, mas os seus preceitos permanecem a pautar, nos desvãos das nossas arenas institucionais, o exercício da justiça no Brasil que, com suas extravagâncias recursais, mostra-se tão favorável aos abonados pela fortuna e tão reticente quanto à impunidade dos poderosos e que, com seus foros e prisões especiais para a elite e os seus calabouços infectos para o povo, mostra sua face mais perversa: a sustentação do estatuto da desigualdade civil em pleno Século XXI.

Assim, a superação do nosso principal problema social - a desigualdade entre os cidadãos - não depende apenas da superação do abismo econômico entre as classes sociais, mas se liga umbilicalmente à necessidade de uma transformação profunda, ampla e radical no ordenamento da Justiça no Brasil.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, Ricardo Paes de; FOGUEL, Miguel Nathan; ULYSSEA, Gabriel (orgs.) (2006). Desigualdade de renda no Brasil: uma análise da queda recente. Brasília, IPEA, 2 vols. (http://www.ipea.gov.br/005/00502001.jsp?ttCD_CHAVE=295).

BRAUDEL, Fernand (1958). “A longa duração”, História e Ciências Sociais. Trad. Carlos Braga e Inácia Canelas. 2ª ed. Lisboa, Editorial Presença, 1976 (Biblioteca de Ciências Humanas).

CANIELLO, Márcio (2001) O Ethos Brasílico: sociologia histórica da formação nacional – 1500-1654. Tese de Doutoramento. Recife, PPGS/UFPE. (http://docs.google.com/fileview?id=0BxO9UflhPvRFNjg1MzZkNDYtYjhhZi00ZjJkLTlhZDAtMTFiOWM3N2QzZGIx&hl=pt_BR)

DAMATTA, Roberto (1983). Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. 4ª ed. Rio de Janeiro, Zahar.

_____________ (1987). A casa & a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. Rio de Janeiro, Guanabara.

_____________ (1993). Conta de mentiroso: sete ensaios de antropologia brasileira. Rio de Janeiro, Rocco.

_____________ (1996). Torre de Babel: ensaios, crônicas, críticas, interpretações e fantasias. Rio de Janeiro, Rocco.

GENOVESE, Eugene D. (1979). O mundo dos senhores de escravos: dois ensaios de interpretação. Trad. Laís Falleiros. Rio de Janeiro, Paz & Terra (Pensamento crítico, v. 35).

PRADO JR., Caio (1942). Formação do Brasil Contemporâneo: Colônia. 21ª ed. São Paulo, Brasiliense, 1989.

PUTNAM, Robert D. (1996), Comunidade e Democracia: a experiência da Itália moderna. Trad. Luiz Alberto Monjardim. Rio de Janeiro, Editora Fundação Getúlio Vargas.

SCHWARTZ, Stuart B. (1995). Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial, 1550-1835. Trad. de Laura Teixeira Motta. São Paulo, Companhia das Letras; Brasília, CNPq.


Este texto é parte do artigo que será apresentado no Worshop sobre valores humanos promovido pelo PNUD (http://www.pnud.org.br/home/) em Brasília entre os dias 24 e 25/08. O evento se inscreve no programa de elaboração do próximo Relatório de Desenvolvimento Humano.