O crescimento econômico com distribuição de renda dos últimos oito anos levou, pela primeira vez na história, mais da metade da população brasileira a fazer parte da classe média,com renda mensal de R$1.126 a R$4.854.
A pesquisa “A Nova Classe Média: o lado brilhante dos pobres”, do Centro de Estudos Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) constatou que 31 milhões de pessoas das classes D e E migraram para a classe C entre 2008 e 2009, elevando esse segmento da sociedade a 50,5% da população brasileira.
É a primeira vez que a FGV capta uma classe média com mais de 50% da população a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD). Até então, isso só ocorreu nas seis metrópoles investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego.
“A classe média era um pouco mais de 1/3 (37%) da população há apenas oito anos. Agora ela é metade da população. 2009 definitivamente não foi um ano de crise nas estatísticas sociais”, afirmou ao IG o autor da pesquisa, Marcelo Neri, referindo-se à crise econômica global, iniciada no fim de 2008 e que afetou o mundo todo durante o ano passado.
No Brasil, durante a crise, a classe média cresceu mais proporcionalmente (2,5%) do que as outras classes, chegando a 94,9 milhões de brasileiros em 2009.
De 2003 a 2009, as classes A, B e C foram acrescidas de 35,7 milhões de pessoas, enquanto as classes D e E foram reduzidas em 23 milhões de pessoas, sendo 2 milhões no ano da crise internacional.
Marcelo Neri registra que os números de 2003 a 2009 significam que o equivalente à mais da metade da população do Reino Unido foi incorporada às classes A, B e C.
O resultado da pesquisa comprova, mais uma vez, que Lula estava certo ao dizer que o tsunami da crise chegaria ao Brasil como uma marolinha. Com políticas afirmativas de governo, o Brasil foi o primeiro país a sair da crise e retomar o crescimento, movimento essencial para o combate às desigualdades sociais.
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