A criação do Campus da UFCG em Sumé foi um árduo processo. Município que abrigou a instalação de um campus avançado da UFCG em 2003, considerado como a “cabeça de ponte” da retomada do processo de interiorização da Instituição, foi preterido pela burocracia de Brasília na primeira fase de implementação do Plano de Expansão Institucional da UFCG (PLANEXP), pois o então Secretário de Educação Superior do MEC argumentava – vejam só! – que Sumé ficava muito próxima a Caruaru e Garanhuns, onde haviam sido implantados novos campi da UFPE e UFRPE, pioneiros no Programa de Expansão das IFES promovido pelo governo Lula.
Tanto o povo do Cariri quanto a administração superior da UFCG não se conformaram com tal avaliação e se irmanaram num processo de mobilização sem precedentes naquela histórica microrregião, culminando com a realização do “Grito do Cariri”, ato público realizado em 2006 que reuniu a sociedade civil organizada e a classe política do Estado, galvanizando todos os seus matizes partidários e ideológicos.
O principal argumento dos defensores da instalação do campus era que a região apresenta um dos menores índices de acesso de jovens de 18 a 24 anos ao ensino superior – 0,93%, de acordo com o IBGE – e ressaltavam que essa dramática cifra era decorrência da falta de instituições de ensino superior na região. Reivindicavam a instalação de um campus da UFCG por o considerarem como uma esperança de futuro para os inúmeros jovens e adultos egressos do ensino médio no Cariri e regiões circunvizinhas.
A força do argumento, a mobilização da sociedade civil e da classe política, bem como as articulações que a administração superior da UFCG logrou realizar em Brasília, finalmente sensibilizaram o Ministro da Educação que deu “sinal verde” para a criação do campus. Aprovado o Projeto Acadêmico no Colegiado Pleno do Conselho Universitário e liberados os recursos para a implantação do campus, o Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido foi oficialmente instalado em 2 de janeiro de 2009, com a nomeação da Diretoria pro tempore.
Desde então, iniciamos uma verdadeira cruzada para atingir a principal meta para este ano, de acordo com o Plano de Trabalho que foi protocolado no MEC: a abertura de 250 novas vagas em cinco cursos, com o início das atividades letivas no semestre 2009.2. Em parcos seis meses, contando com uma pequena, mas brava equipe de professores e servidores nomeados, bem como de colaboradores de outros Centros de Ensino da UFCG, a diretoria pro tempore encaminhou os cinco Projetos Pedagógicos dos Cursos à Câmara Superior de Ensino, realizou um concurso público de provas e títulos para a seleção de 51 docentes em 37 áreas do conhecimento e, em parceria com a COMPROV e PRE, realizou o Vestibular Especial.
As estatísticas do processo seletivo viriam a confirmar sobejamente a principal tese esgrimida pelos defensores da criação do Campus de Sumé, isto é, a existência de uma brutal demanda reprimida por ensino superior na região. De fato, para as 250 vagas disponibilizadas, candidataram-se 992 pessoas, estabelecendo uma concorrência média de 3,97 candidatos por vaga. Do total de candidatos inscritos, 965 eram provenientes da Paraíba (97,3%), sendo 778 do Cariri (78% do total).
O desempenho dos vestibulandos mostrou-se admirável, pois foram aprovados 245 candidatos para as 250 vagas oferecidas e, embora tenham sobrado cinco vagas para o Curso de Engenharia de Biossistemas (já ocupadas através do processo de reopção), ao final do processo seletivo havia uma lista de espera de 239 candidatos aprovados e não classificados nos outros quatro cursos oferecidos.
Concluído o cadastramento dos aprovados, o Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido registra um corpo discente em sua imensa maioria paraibano (98% do total) e dominantemente oriundo da região do Cariri Paraibano (73% do total), destacando-se os municípios de Sumé, com 97 alunos cadastrados (39% do total) e Serra Branca, com 31 alunos cadastrados (12% do total).
Assim, a grande lição do Vestibular Especial 2009 é que a Paraíba e, particularmente, o Cariri apresentam não apenas uma expressiva demanda por ensino superior, mas uma população preparada para concorrer com sucesso às vagas disponibilizadas pelas Instituições. Resta a nós, educadores e administradores, criarmos as condições necessárias para o sucesso desses jovens que responderam tão competentemente ao nosso chamado, não frustrando suas expectativas nem apagando suas esperanças. O primeiro passo, aliás condição sine qua non, é termos a garantia de que os docentes e servidores técnico-administrativos concursados sejam nomeados a tempo para o início do semestre letivo 2009.2.
REALMENTE A CIDADE DE SUMÉ ESTÁ DE PARABÉNS POR MAIS ESTA CONQUISTA.ESPERO CONTRIBUIR PARA O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL DA REGIÃO.LUIZ ANTONIO(PROFESSOR DO CDSA)
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