sábado, 25 de setembro de 2010

IstoÉ: A onda vermelha toma conta do país

por Octávio Costa e Sérgio Pardellas, da IstoÉ
Na esteira da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência, uma onda vermelha está tomando conta do País. No início da corrida eleitoral, essa imagem foi cunhada pelos estrategistas da campanha do PT para motivar a militância. Mas, agora, tornou-se realidade. As pesquisas de opinião revelam a supremacia dos candidatos governistas na maioria dos Estados, o que poderá garantir a um eventual governo Dilma ampla maioria na Câmara e no Senado. Surfando numa maré mais favorável do que aquela que levou o ex-metalúrgico Lula ao Palácio do Planalto em 2002, os candidatos da base aliada aos governos estaduais lideram as eleições em 19 das 27 unidades da Federação. Na disputa pelas cadeiras do Senado, a onda vermelha é tão volumosa que deverá eleger 58 dos 81 representantes e deixar sem mandato quadros históricos da oposição. Na Câmara, os partidos governistas devem conquistar 401 dos 513 assentos.
“Acho que vamos assistir a uma vitória esmagadora dos partidos da coalizão do governo”, prevê o presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social, Geraldo Monteiro.
Não bastasse a liderança em 21 Estados, Dilma está na frente de José Serra (PSDB) em locais em que Lula foi derrotado pela oposição em 2006. Apesar da oscilação registrada na última semana, a ex-ministra está perto da vitória em antigos redutos oposicionistas como São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Na maioria dos Estados em que ela lidera as pesquisas, os candidatos que apoia também estão na dianteira. Bons exemplos são o Rio de Janeiro e a Bahia, onde os governadores Sérgio Cabral (PMDB) e Jaques Wagner (PT) são favoritos para se reeleger no primeiro turno. Como exceções aparecem Minas Gerais, com Antonio Anastasia (PSDB) na liderança, e São Paulo, onde Geraldo Alckmin (PSDB) supera Aloizio Mercadante (PT). No Paraná, a onda vermelha já proporcionou uma grande virada. As últimas pesquisas mostram que o tucano Beto Richa, antes favorito ao governo, perdeu o primeiro lugar para Osmar Dias (PDT). Reviravoltas também têm ocorrido na disputa para o Senado. Até então cotado para uma das vagas do Rio, Cesar Maia (DEM) foi ultrapassado pelo ex-prefeito de Nova Iguaçu Lind berg Farias (PT). No Amazonas, Arthur Virgílio perdeu o segundo lugar para Vanessa Grazziotin (PCdoB). Em Pernambuco, Marco Maciel (DEM), segundo colocado atrás de Humberto Costa (PT), foi ultrapassado por Armando Monteiro Neto (PTB).
A inédita sintonia fina entre Executivo e Legislativo, a partir de 2011, trará benefícios para o Brasil. Caso se confirme a sólida maioria no Congresso do possível futuro governo Dilma Rous seff, o Brasil terá finalmente a chance de aprovar as mudanças estruturais que se fazem necessárias há anos, como as reformas política e tributária. “A agenda congressual a partir do ano que vem exigirá a votação das reformas. Com maioria no Legislativo e vontade política, será possível avançar nessas questões”, afirma David Fleischer, cientista político da UnB. Outro aspecto importante é a possibilidade da formação de uma concertação política, composta por partidos aliados chancelados pelo desejo popular. Desde a redemocratização do País, os governos construíram suas maiorias pelas artes do fisiologismo e das políticas do toma-lá-dá-cá, numa espécie de balcão de negócios em pleno Congresso. Nesse novo cenário, queiram ou não, deputados e senadores serão levados a participar de uma ação conjunta, na qual é de esperar que os objetivos políticos se sobreponham à visão patrimonialista do mandato.
Há quem afirme que a concentração de poder nas mãos do Executivo, com o Legislativo dócil à vontade do Planalto, pode permitir uma recaída autoritária. O temor não se justifica. Não há ambiente no Brasil para esse tipo de surto. As instituições são sólidas e democráticas, e não há espaço para mudanças constitucionais em benefício de um partido, como aconteceu na história do México, onde o PRI controlou a vida política por 71 anos, graças ao domínio da máquina pública. “O que aconteceu no México foi muito diferente. O PRI chegou ao poder quando a economia mexicana, a sociedade e os políticos eram muito rudimentares e eles forjaram instituições para guiar o desenvolvimento em todas as áreas. Já o PT emergiu no momento em que a economia e as instituições já estavam consolidadas”, compara o brasilianista Peter Hakim, presidente do Interamerican Dialog.
Contrariando todas as evidências, intelectuais e setores da elite, em São Paulo divulgaram, na semana passada, um manifesto em defesa da democracia e da liberdade de expressão. Um dia depois, o Clube Militar, no Rio de Janeiro, instituição marcada pelo apoio ao antigo regime de exceção que infernizou o País por 20 anos, promovia um inusitado painel de debates para discutir também supostos riscos à democracia no País. Tanto o documento do grupo de intelectuais quanto os debates dos militares ficaram a um passo de questionar a própria legitimidade da eleição de Dilma, em razão da participação do presidente Lula na campanha. Ambos não levaram em conta que a legitimidade brota das urnas. Embora o eleitor manifeste maciçamente sua intenção de votar pela continuidade das políticas oficiais, a opinião pública não vem sendo espelhada na ação de alguns agentes do processo político. O que parece ter sido esquecido no manifesto oposicionista de tendências golpistas é que a democracia é exercida pelo voto.
O temor de uma vaga autoritária por parte do governo é deslocado da realidade. Não reflete o momento que o Brasil vive. Não há sinais concretos de que o presidente Lula tenha atentado contra a liberdade de imprensa. Ele vem fazendo apenas críticas pontuais, direito que não pode ser negado a qualquer cidadão, muito menos ao presidente. De resto, desde a luta contra a ditadura, Lula mostrou-se defensor intransigente das liberdades democráticas. “É incrível como as pessoas ficam empurrando o Lula para o chavismo, quando ele tem permanentemente se recusado a cruzar essa fronteira”, rebate o ex-ministro Delfim Netto, com a ironia de sempre. Delfim tem razão. A não ser que o observador da cena nacional, assustado com a onda vermelha, queira ver chifre em cabeça de cavalo.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Da Série Nunca Antes na História deste País: Mais da metade da população brasileira está na classe média

O crescimento econômico com distribuição de renda dos últimos oito anos levou, pela primeira vez na história, mais da metade da população brasileira a fazer parte da classe média,com renda mensal de R$1.126 a R$4.854.
A pesquisa “A Nova Classe Média: o lado brilhante dos pobres”, do Centro de Estudos Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) constatou que 31 milhões de pessoas das classes D e E migraram para a classe C entre 2008 e 2009, elevando esse segmento da sociedade a 50,5% da população brasileira.
É a primeira vez que a FGV capta uma classe média com mais de 50% da população a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD). Até então, isso só ocorreu nas seis metrópoles investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego.
“A classe média era um pouco mais de 1/3 (37%) da população há apenas oito anos. Agora ela é metade da população. 2009 definitivamente não foi um ano de crise nas estatísticas sociais”, afirmou ao IG o autor da pesquisa, Marcelo Neri, referindo-se à crise econômica global, iniciada no fim de 2008 e que afetou o mundo todo durante o ano passado.
No Brasil, durante a crise, a classe média cresceu mais proporcionalmente (2,5%) do que as outras classes, chegando a 94,9 milhões de brasileiros em 2009.
De 2003 a 2009, as classes A, B e C foram acrescidas de 35,7 milhões de pessoas, enquanto as classes D e E foram reduzidas em 23 milhões de pessoas, sendo 2 milhões no ano da crise internacional.
Marcelo Neri registra que os números de 2003 a 2009 significam que o equivalente à mais da metade da população do Reino Unido foi incorporada às classes A, B e C.
O resultado da pesquisa comprova, mais uma vez, que Lula estava certo ao dizer que o tsunami da crise chegaria ao Brasil como uma marolinha. Com políticas afirmativas de governo, o Brasil foi o primeiro país a sair da crise e retomar o crescimento, movimento essencial para o combate às desigualdades sociais.
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Colação de Grau da Turma Pioneira do Plano de Expansão da UFCG

Na última sexta-feira, 06/08, colaram grau os formandos dos Cursos de Licenciatura em Matemática, Física, Química e Biologia da turma pioneira do Centro de Educação e Saúde / Campus de Cuité da UFCG. Eles foram os primeiros formandos do Plano de Expansão da Universidade Federal de Campina Grande (PLANEXP), elaborado sob minha presidência. Fui homenageado como Paraninfo Geral da Formatura. Transcrevo, abaixo, o meu discurso: 


Magnífico Reitor da UFCG, Professor Thompson Fernandes Mariz, Ilustríssimo Senhor Professor Ramílton Marinho Costa, Diretor do Centro de Educação e Saúde,em nome de quem saúdo todas as autoridades presentes nesta solenidade.
Caríssimos Professores, Alunos e Servidores do Centro de Educação e Saúde.
Senhores Pais, Senhoras Mães e Familiares dos Licenciandos em Matemática, Física, Química e Biologia da Turma Pioneira do Campus de Cuité.
Queridos Afilhados e Queridas Afilhadas, a quem agradeço, com emoção e alegria, à homenagem com que me distinguem neste momento solene.

Segundo um conhecido aforismo acadêmico, o estudante tem apenas duas alegrias na Universidade: uma quando entra e outra quando sai.
De fato, todos vocês devem guardar ainda, viva na memória e no coração, a deliciosa sensação de verem os seus nomes na lista de aprovados do Vestibular. A lembrança da cabeça ou da sobrancelha raspada numa comemoração inesquecível. O olhar orgulhoso de seus pais. O reconhecimento do seu sucesso por parentes, vizinhos e amigos. A convicção juvenil e, portanto, inabalável de uma vitória pessoal e o desabrochar da doce sensação de que o futuro, finalmente, lhes pertencia.
Depois, a primeira semana de aula, as novidades e surpresas do Campus, um ambiente educacional totalmente diferente do Ensino Médio, os novos amigos que ficarão para a vida inteira e os novos mestres que, também alguns, ficarão para sempre.
Por outro lado, não terão esquecido as agruras pessoais por que passaram na lida diária pela obtenção de um conhecimento totalmente novo. As madrugadas atravessadas em claro estudando, as noites mal dormidas na véspera de prova, o desapontamento por aquela nota baixa que você não mereceu, o remorso por uma eventual reprovação. E, em face dessas pequenas derrotas – que só são pequenas para aqueles que as superam – o sentimento do desânimo e da dúvida querendo invadir, sorrateiros, suas almas.
Mas, vocês venceram. E venceram porque perseveraram diante dos obstáculos que, tenho certeza, não foram pequenos. Ora, sabemos que muitos de vocês vêm de famílias pouco abonadas pela fortuna, mas famílias que são verdadeiramente ricas porque dignas, uma vez que lhes ofereceram o apoio, o carinho, a confiança e o esteio moral necessários para aqueles, que como vocês e seus pais, ambicionam vencer na vida pelo fruto do próprio trabalho.
Assim, vitoriosos que são, vocês verão no futuro que aquele aforismo na realidade é falso, porque do tempo de estudante ficarão somente alegrias, pois as más lembranças restarão sepultadas para sempre pelo sentimento do dever cumprido e pelos sonhos realizados em virtude de seu esforço pessoal e do sacrifício de seus pais e mães.


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Este é um momento solene. Emocionado e honrado estou por hoje testemunhar a colação de grau da turma pioneira do Centro de Educação e Saúde. Vocês são os primeiros egressos do Plano de Expansão da Universidade Federal de Campina Grande, concebido e executado sob a batuta do Magnífico Reitor Thompson Mariz, essa personalidade visionária, esse administrador corajoso, esse lutador incansável pelas causas da igualdade social e do progresso da Paraíba. Foi seu inconformismo, partilhado por nós, com a restrição do acesso ao ensino superior de qualidade, que deu ensejo à plena realização do principal compromisso da Universidade pública: a universalização da mais democrática das riquezas, o conhecimento.
De fato, o acesso da população à universidade pública no Brasil é historicamente baixo. No início deste Milênio, menos de 1% da população brasileira estava matriculada nas instituições públicas de educação superior e cerca de apenas 11% dos jovens entre 18 e 24 anos freqüentavam a universidade, 70% deles matriculados em instituições privadas. Diante desses números, o Plano Nacional de Educação (Lei Nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001) estabeleceu como metas a serem atingidas até o final da década a oferta de educação superior para pelo menos 30% dos jovens desta faixa etária e a ampliação da oferta de ensino público de modo a assegurar uma proporção nunca inferior a 40% do total das vagas.
Neste sentido, depois de anos de estímulo ao ensino privado em detrimento do ensino público e do processo de “sucateamento” das Instituições Federais de Ensino Superior conduzido pelos governos neoliberais que o antecederam, o governo Lula empreendeu uma verdadeira “revolução” na educação superior brasileira por meio de uma série de políticas públicas, com destaque para o Programa de Expansão das Instituições Federais de Ensino Superior, que já implantou 14 novas universidades federais e 120 novos campi. Para dar suporte a esta expansão, entre 2003 e 2008 foram criadas cerca de 20.000 novas vagas para docentes e 23.000 para servidores técnico-administrativos.
Sintonizada com as políticas para o ensino superior do governo Lula, a administração central da UFCG associou-se a esse movimento de “reinvenção” da universidade pública brasileira através de seu Plano de Expansão Institucional, que já implantou este campus de Cuité e os de Pombal e Sumé. Com esta ação, a UFCG colaborou para a superação da “exclusão universitária” na Paraíba, uma vez que, segundo o IBGE, entre 2000 e 2007, o contingente de jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior no Estado evoluiu de 22.307 para 38.591, representando um expressivo aumento de 73%.
Com a criação dos novos campi, a administração central da UFCG mostra-se fiel à histórica atuação da instituição no desenvolvimento da Paraíba e à sua vocação de “universidade cidadã”, engajada que é na luta pela inclusão social e pela democratização da cultura, da ciência e da tecnologia.
Lembro cada momento desta construção que tive o privilégio de conduzir e aqui tenho que elevar um preito de gratidão a vocês, meus afilhados: como turma pioneira, há quatro exatos anos, vocês enfrentaram muitas dificuldades próprias do processo de instalação de um campus universitário, mas, sem esmorecerem jamais, foram preciosos parceiros – junto com professores, servidores e colaboradores – para o sucesso dessa grande realização. A paciência, a compreensão e o companheirismo que vocês dedicaram a este que teve o privilégio de dirigir a implantação do Campus de Cuité, ficarão eternamente gravados em minha alma, a revigorar a confiança que alimento na capacidade transformadora da juventude do meu país.


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Sim, meus caros afilhados, se o Campus de Cuité foi primordialmente concebido como um fator de inclusão universitária, ele foi também pensado para se constituir num instrumento de transformação social, atuando em duas esferas estratégicas do desenvolvimento humano: a saúde e a educação, pois, como está dito em seu Projeto Acadêmico, aprovado no Colegiado Pleno do Conselho Universitário:

“Além do objetivo imediato de possibilitar a inúmeros jovens o direito a uma formação profissional de nível superior, a inserção da Universidade Federal de Campina Grande na região vai significar, em médio prazo, o fortalecimento do ensino médio, com o incremento que as licenciaturas vão ali promover, e a melhoria da saúde pública, com a formação de recursos humanos capacitados a relacionar os problemas da população local com os seus processos sociais, políticos e culturais”.

A partir de hoje, Licenciandos em Matemática, Física, Química e Biologia, vocês são educadores especializados nas disciplinas que mais reprovam no Ensino Médio, áreas do conhecimento que são o verdadeiro “bicho papão” no Vestibular.
É chegada a hora de vocês realizarem os seus objetivos profissionais, mas também é chegada a hora de oferecerem sua energia, sensibilidade e conhecimento para que outros jovens como vocês não percam a esperança no futuro. Como disse o grande Paulo Freire, “Me considero um educador, acima de tudo, porque sinto amor”. Dêem, antes de qualquer coisa, amor a seus futuros alunos, pois eles lhes retribuirão propiciando a vocês um sentimento que não tem preço. Isso que agora sinto: um doce, pungente e perene alento para a alma.
Vão, meus queridos afilhados. O Mundo agora é de vocês. Realizem os seus sonhos e propiciem sonhos aos que têm sede de conhecimento. Sejam felizes e façam felizes seus futuros alunos.
Que Deus os acompanhe e que Jesus Cristo e Sua Mãe Santíssima, Nossa Senhora, os protejam.

Boa Sorte, meus agora colegas Professores!!!

Muito obrigado.

domingo, 25 de julho de 2010

Projeto Balde Cheio

Dois fenômenos explicam a modernização da agricultura no país. Um, as pesquisas agropecuárias. Outro, as novas formas de gestão e de disseminação do conhecimento agr[icola – inclusive entre pequenos proprietários.

Hoje em dia, há um pequeno milagre acontecendo na bacia leiteira do Vale do Paraíba. E atende pelo nome de Balde Cheio.

O pai do programa é Artur Chinelatto, lotado no escritório da Embrapa de São Carlos. O projeto começou a ser implementado há doze anos, em algumas pequenas propriedades de Jaú, estado de São Paulo.

Hoje, abrange todo o país.

O objetivo é analisar os aspectos técnicos da produção leiteira e levar conhecimento ao produtor.

Trabalham em conjunto com o CAT e com órgãos de agriculturas em estados que se dispõem à colaboração. Em São Paulo não houve envolvimento da Secretaria da Agricultura e das Casas da Agricultura.

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O primeiro passo é identificar municípios leiteiros, formar um técnico que atuará em uma fazenda modelo – que servirá de exemplo às demais. A base da organização são regiões com dez municípios em média. Para cada região, indica-se um técnico que ficará sob treinamento por um técnico da Embrapa para, depois, se transformar em multiplicador de conhecimento.

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O aprimoramento é feito passo a passo porque depende fundamentalmente da tomada de consciência do pequeno fazendeiro..

Primeiro, ensina-se o pequeno fazendeiro a plantar cana e pasto. Mostram que, para o gado produzir mais leite, tem que se alimentar melhor. À medida que o produtor vai percebendo essas melhorias iniciais, como a vaca que aumentou a produção de 2 para 8 litros/dia, torna-se mais aberto a mudanças mais radicais.

O passo seguinte é convencê-lo a trocar o rebanho, vender as vacas ruins e comprar menos vacas, porém mais produtivas, capazes de dar 20 litros/dia de leite. Muitas vezes encontra-se resistência dos pequenos produtores, para quem as vacas são quase como parte da família.

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Em três ou quatro anos, a produção das pequenas propriedades consegue saltar de 50 para 400 litros/dia.

Ensina-se, então, o produtor a fazer seu fluxo de caixa, a calcular a quantidade de ração ótima para cada cabeça, o uso racional dos insumos. Muitos ainda recorrem ao papel. Mas seus filhos já são usuários de notebooks e da Internet e ajudam nos cálculos.

A maioria acaba se rendendo aos fatos. Conversei com um casal de São Paulo que decidiu produzir leite na região. Antes, tinham pastagem extensivas: 50 hectares para produzir 100 litros; agora, com 10 hectares tiram 500 litros/dia, o que permite um ganho líquido de até R$ 1.500,00 mensais.

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Esse processo está mudando a cara da região. A pastragem extensiva produzia erosão. Agora, os fazendeiros são ensinados a concentrar a produção em pequenos espaços e a recuperar as demais áreas, plantando na beira dos rios e recuperando pastagens.

Depois desse salto, estão aptos aos novos avanços, agora na área de irrigação.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Haddad é mentor dos genéricos, diz Itamar Franco desmentindo Serra


Mineiramente, o ex-presidente Itamar Franco (PPS) entrou na polêmica sobre a paternidade dos medicamentos genéricos no Brasil. Em seu Twitter, o candidato ao Senado pela coligação “Somos Minas Gerais” postou: “presidenciáveis discutindo genéricos me trazem saudades de Jamil Haddad, amigo e guerreiro que criou o Decreto 793, em 5/04/93″.


Haddad foi ministro da Saúde da gestão Itamar Franco (dezembro 1992 a janeiro de 1995) e responsável pela publicação do decreto citado pelo ex-presidente. A colocação do político mineiro apimenta a discussão que já mobilizou os três principais candidatos à Presidência da República. O ex-governador José Serra (PSDB) traz para si a paternidade do programa, que abriu o mercado de produção de medicamentos, com a quebra de patentes, e consequente barateamento de preços.

Já a petista Dilma Rousseff, em consonância com Itamar, defende que Haddad foi o responsável pela criação do projeto. A última a entrar na discussão foi Marina Silva (PV). Para a presidenciável verde, anterior ao decreto de 1993 e à gestão de Serra no Ministério da Saúde (1998 a 2002) de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi o então deputado Eduardo Jorge o autor da Lei dos Genéricos, em 1991.

Itamar manda recados velados, ao querer “fazer jus” ao trabalho do ex-ministro Haddad. Aliados do ex-presidente entendem que ele não irá polemizar com o candidato tucano, mesmo não tendo ainda saído em campo para pedir votos para Serra. Apesar de estremecidos, os dois estão no mesmo barco, já que o PPS de Itamar e o PSDB são aliados nas disputas estaduais e ao Palácio do Planalto.

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quarta-feira, 21 de julho de 2010

O real da miséria e a miséria do Real


Na trajetória dos últimos 18 anos, só o governo Lula reduziu a pobreza de forma contínua e acentuada. Itamar e FHC tiveram, cada qual, apenas 1 ano de efetiva redução da pobreza: Itamar (que teve pouco mais de 2 anos de governo), em seu último ano (1994), e FHC, em seu primeiro ano (1995). Os números desmentem categoricamente a afirmação de que a miséria e as desigualdades no Brasil vêm caindo “desde o Plano Real”, como é comum encontrar inclusive entre analistas econômicos. O artigo é de Antônio Lassance.


Financial Times vê Brasil capaz de explorar pré-sal


Lula mostra ao mundo que o pré-sal é nosso

Ao contrário de O Globo que disse que o Brasil ia na “contramão do mundo” ao iniciar a exploração do pré-sal após o acidente da BP no Golfo do México, o conservador Financial Times fez ontem uma matéria correta, dizendo que o Brasil encara os riscos da operação e está muito mais preparado que os Estados Unidos para abrir uma nova província petroleira em águas profundas.

Mesmo com sua postura claramente antiestatal, em nenhum momento o Financial Times condena a exploração do pré-sal ou sugere que ela seja entregue às multinacionais do petróleo, e, de forma jornalisticamente responsável, aponta as vantagens brasileiras diante dos riscos.

“As regras brasileiras são geralmente vistas como mais severas que as dos Estados Unidos, onde o Serviço do Gerenciamento dos Minerais enfrentou críticas por permitir a autoregulação da indústria”, aponta o jornal inglês.

O Financial Times diz que o vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no início de 2000, e o afundamento da P-36, em março de 2001, levaram a Petrobras a aprimorar seus procedimentos de segurança. “Ao contrário de muitos de seus pares grandes produtores de petróleo, a Petrobras manteve sua expertise de engenharia e exploração em águas profundas em casa, ao invés de terceirizar isso para outras empresas”, ressalta o jornal econômico, destacando uma diferença essencial da Petrobras para a BP.

“Esses recursos internos são de grande importância para intervenões rápidas em situações de emergência”, destaca Ildo Sauer, ex-diretor da Petrobras, e grande conhecedor do setor de petróleo. Aliás, O Globo não ouviu ninguém da Petrobras em sua matéria que foi manchete de capa, condenando o Brasil por explorar o pré-sal quando EUA e Europa reduzem sua produção.

O Financial Times, por suas posições conservadoras e “pró-mercado”, faz suas ressalvas ao maior controle da Petrobras e da Petrosal sobre o óleo do pré-sal, mas é honesto em sua reportagem, inclusive já tratando de novas medidas anunciadas pela Agência Nacional do Petróleo após o acidente da BP.

O problema que o FT vê, pela ótica das empresas, é a incerteza que ronda a discutida compra pela BP, em março deste ano, por US$ 7 bilhões, de 10 blocos no pré-sal, que pertenciam a Devon Energy. A BP espera que a compra seja aprovada até o fim do ano, mas a ANP está revendo o negócio “com o Golfo do México em mente”.

Está aí uma boa pauta para O Globo acompanhar diante de sua “preocupação com o meio ambiente” após o acidente da BP. Que exigências serão feitas à empresa britânica? Será que ela poderá terceirizar a exploração como fez no Golfo do México? Que medidas de segurança ela passou a adotar após o recente acidente?

São apenas algumas perguntas que o jornal, com os profissionais que tem, poderá desenvolver muito melhor do que eu. A menos que sua preocupação ambiental seja seletiva e só aconteça em relação a petrobras.

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    terça-feira, 8 de junho de 2010

    Crescimento do PIB no 1º trimestre é o maior desde 1996, diz IBGE


    Há quase três décadas o país não dava uma arrancada tão espetacular. Puxado pelos robustos saltos da indústria, pelo aumento dos investimentos e pela manutenção do intenso ritmo do consumo das famílias, os números do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao primeiro trimestre do ano mostram que o Brasil não só deixou a recessão para trás como deu o primeiro grande passo para consolidar em 2010 uma expansão próxima a 7%.

    Crescimento do PIB no 1º trimestre é o maior desde 1996, diz IBGE

    A economia brasileira cresceu 2,7% no primeiro trimestre deste ano, ante o trimestre anterior com ajuste sazonal, e 9% com relação ao mesmo período de 2009, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. Segundo a gerente de contas Rebecca Pales, é a maior alta na comparação com o trimestre anterior desde 1996.

    A soma das riquezas geradas no País, o chamado Produto Interno Bruto (PIB), alcançou R$ 826,4 bilhões nos primeiros três meses do ano. No acumulado dos quatro últimos trimestres o PIB avançou 2,4%.

    "Olhando pela produção e demanda, todos cresceram. A indústria cresceu mais, ela que teve maior queda, nesse cenário foi a que mais cresceu. O consumo das famílias desacelerou, mas não chegou a ser negativo na crise. Ele cresceu 9,3%, a mesma taxa do terceiro trimestre de 2008, antes de todos os problemas da economia com o Lehman Brothers", afirmou Rebecca.

    A indústria foi destaque de alta, com 4,2% ante o quarto trimestre de 2009 e 14,6% frente ao mesmo período do ano passado. A agropecuária cresceu 2,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior e 5,1% na comparação anual. O setor de serviços se expandiu, respectivamente, 1,9% e 5,9%.

    A formação bruta de capital fixo - uma medida dos investimentos - avançou 7,4% na comparação trimestral e 26% na anual (maior ritmo da série), influenciado principalmente pela produção interna de máquinas e equipamentos.

    O resultado mostra que a retomada da economia nacional ficou mais consistente a partir de meados de 2009, quando o Brasil superou a fase mais aguda da crise financeira internacional deflagrada em setembro de 2008.

    Depois de entrar em recessão técnica em 2009, ao ficar dois trimestres seguidos no vermelho, a trajetória voltou ao terreno positivo e vem se mantendo desde então. A alta do PIB no primeiro trimestre de 2010 ameniza em parte o PIB negativo de 2009, que teve dois trimestres positivos e dois negativos, fechando em -0,2%.A expectativa para 2010 é a de crescimento forte, com as projeções que começaram em 5% já ultrapassando 6,5% em maio deste ano.

    sábado, 5 de junho de 2010

    Deu no El País: Reservas internacionais aumentaram mais de 600% no Governo Lula


    Para um dos mais respeitados jornais do Mundo, o espanhol El Pais, o recorde das reservas internacionais do Brasil, que nunca antes na história deste país atingiram 250 bilhões de dólares, deveu-se à política de compra de reservas do Governo Lula e não a qualquer "herança da política econômica de FHC" como proclama ainda a nossa mídia venal e como insistem alguns menos informados.

    O jornal completa: "Quando Lula chegou ao poder as reservas eram de apenas 40 bilhões de dólares, seis vezes menos do que hoje".

    Deu no EL PAIS.com

    Internacional

    Nuevo record histórico en las reservas internacionales de Brasil
    La cifra asciende a 250.000 millones de dólares, un 25% superior a la del año pasado
    JUAN ARIAS | Río de Janeiro 03/06/2010

    Si la economía es lo que cuenta a la hora de votar, no le será difícil al presidente Luiz Inácio Lula da Silva convencer a los brasileños para que voten por su candidata, la ex guerrillera, Dilma Rousseff. Hoy mismo ha sido comunicado oficialmente que las reservas internacionales brasileñas han alcanzado un nuevo record: 250.000 millones de dólares, una cantidad un 25% superior a la del año pasado.

    Lula, a los inversores: “Brasil ha aprendido a ser serio. Y es un camino sin retorno”

    La transformación de Dilma Rousseff

    Según el ministro de Economía, Guido Mantega, la reserva blinda al país contra todo tipo de posibles crisis internacionales, como se demostró en el último tsunami que hizo tambalearse a las economías del mundo y que en Brasil prácticamente pasó de largo.

    Casi el 90% de esas reservas internacionales están aplicadas en títulos del Gobierno americano, en diferentes bancos extranjeros y en el Fondo Monetario Internacional (FMI).

    Según los analistas, los 250.000 millones de dólares de reservas internacionales son más que suficientes para hacer frente a todos los compromisos externos del país, lo que hace que la economía de Brasil sea hoy acreedora en vez de deudora, en relación a otros paises.

    La política de compra de reservas comenzó en 2004, durante el primer Gobierno de Lula, pero fue ganando fuerza en los últimos tres años debido al aumento del flujo de dólares en el país. Cuando Lula llegó al poder las reservas eran sólo de 40.000 millones de dólares, seis veces menores que hoy.

    La oposición critica, sin embargo, que los ejecutivos de Lula han mantenido los intereses más altos del mundo, lo que, si por una parte ha hecho que ingentes cantidades de dólares entrasen en el país, al mismo tiempo han podido ser un freno para el crecimiento de la industria, así como la sobrevalorización del dólar han podido dañar a las exportaciones.

    Lo que los ciudadanos de a pie notan, no obstante, es que Brasil es hoy un país estable, seguro para invertir, con todas las cartas en regla para hacer frente a sus compromisos externos y blindado para las nuevas crisis que puedan llegar de más allá del Atlántico.