Uma semana após o último post publicado neste blog, experimentei a maior tragédia de minha vida, a perda violenta do meu querido filho Mateus. Chorando a morte, procurei tocar a vida cumprindo minhas obrigações na família, no trabalho e na vida acadêmica.
Mas saí de cena nas redes sociais e neste blog. Francamente, não tinha a menor disposição de expor desbragadamente o meu individualismo ao Mundo, pois é isso que o facebook, o instagram e o twitter, no fundo, requerem. Passada a missa de sétimo dia e recebidas as condolências por estes meios, passei um bom tempo sem sequer abrir as minhas contas. Voltei, depois, como usuário passivo e, ainda agora, como um usuário ativo extremamente comedido. Não por opção, mas por indisposição.
Quanto a este blog, que apenas hoje retomo, havia, a impedir-me de usá-lo, uma outra sensação ainda mais forte de aversão. Em todo tipo de produção criativa, seja artística ou intelectual, há uma boa dose de vaidade. Isso é inerente à atividade. Não pela produção em si, mas por sua exposição. E talvez seja este sentimento que mais declinou em minha psique com a perda de Mateus. Não há como envaidecer-se de si próprio com um filho morto. Dá vergonha, dá asco, dá vazio.
Hoje volto a publicar neste blog porque hoje acordei menos enauseado.