Projeto político pedagógico do novo curso é adequado às demandas da comunidade Potiguara
Foi divulgada na manhã desta terça, 1º de setembro, pela Comissão de Processos Vestibulares (Comprov) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a lista dos candidatos aprovados no Vestibular Especial para ingresso no curso de graduação em Licenciatura Indígena da instituição.
Dos 133 inscritos, 48 foram aprovados. As vagas são exclusivas para professores reconhecidamente indígenas que já concluíram o ensino médio e que estejam lecionando em escolas indígenas que funcionam no interior da Terra Indígena Potiguara, no Litoral Norte da Paraíba.
Veja aqui a relação dos aprovados.
O cadastramento dos candidatos classificados acontecerá na próxima quinta-feira, dia 3, na Escola Indígena Akajutibiró, em Baía Traição, das 8h às 11h30min e das 14h às 17h30min. Caso seja necessário, um edital de convocação de novos candidatos (1ª chamada) será publicado na terça-feira, dia 8. As aulas começam no sábado, dia 12, no mesmo local.
A nova licenciatura obedecerá a um regime seriado especial e será desenvolvida em dois períodos distintos. “Durante o período letivo regular nas escolas indígenas, o curso será desenvolvido em 16 finais de semana consecutivos, na Escola Indígena Akajutibiró, onde funciona uma espécie de campus avançado da UFCG”, explica a professora Mércia Batista, da Unidade Acadêmica de Sociologia e Antropologia.
Durante as férias escolares nas escolas indígenas, serão oferecidos módulos concentrados de duas semanas nos campi da UFCG em Campina Grande (disciplinas das áreas de Ciências Humanas e Artes, Língua e Literatura) e Cuité (disciplinas das áreas de Ciências Exatas, Ciências Naturais, Ciências da Saúde e Informática).
Estrutura curricular diferenciada
O curso é fruto de um trabalho desenvolvido na UFCG desde 2004, no âmbito do Programa de Licenciatura em Educação Indígena (Prolind), do MEC. “Os estudos iniciais resultaram numa série de oficinas, atividades de pesquisa e seminários, realizados em Campina Grande e nas aldeias potiguaras, a fim de se construir um projeto político pedagógico adequado às demandas daquela comunidade”, lembra o então secretário de Projetos Estratégicos, Márcio Caniello, que coordenou o processo. O resultado foi uma proposta curricular ampla e flexível, com a apresentação de conhecimentos contextualizados, “como forma de possibilitar condições para o enfrentamento de questões presentes no cotidiano, tanto escolar como da aldeia”, observou.
O curso está estruturado em dois núcleos. O primeiro, com duração de 2 anos, é composto por 4 módulos de estudo, comum a todas as licenciaturas. Oferece subsídios para a formação do professor pesquisador e tem como objetivo a formação geral do professor indígena para o ensino fundamental.
Já o segundo núcleo, também com duração de 2 anos, inclui em seus componentes curriculares dois Estágios Curriculares Supervisionados e a elaboração de uma monografia. Nesse momento, o aluno já deve ter optado, com base em todos os conhecimentos adquiridos no primeiro núcleo, por uma das 4 áreas de conhecimentos e tem por objetivo a formação do professor indígena para atuar no ensino médio.
Se optar pela área de conhecimento Ciências Exatas, estará apto para ministrar o ensino de Química no ensino médio. Caso opte pela área de conhecimento Ciências da Natureza, o formando estará apto a ministrar a disciplina Biologia no ensino médio.
A área de conhecimento Língua e Literatura forma o profissional para atuar nessas disciplinas. Já a área de conhecimento Ciências Sociais, habilitará para o ensino de Sociologia, Antropologia, História e Geografia.
(Kennyo Alex – Ascom/UFCG)
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