quarta-feira, 20 de abril de 2011

Valor Econômico: PIB do Nordeste crescerá acima da média nacional em 2011

Puxada por uma onda de investimentos, a economia da região Nordeste deve continuar crescendo acima da média nacional nos próximos anos. Estimativas divulgadas ontem pela consultoria pernambucana Datamétrica, especializada em economia nordestina, apontam para expansão de 5,06% no Produto Interno Bruto (PIB) da região em 2011, contra 4% esperados para o Brasil como um todo. Para 2012, a projeção é de alta de 5,03% no Nordeste, ante uma média nacional de 4,3%.
O crescimento da renda e do consumo das famílias, ao lado de pesados investimentos, sobretudo na construção civil, continuam sendo os principais combustíveis para a expansão maior da região neste ano. Porém, a contínua valorização do real ante o dólar surge como novo personagem. Sócio da Datamétrica, o economista Alexandre Rands explica que o câmbio valorizado tem incentivado, e muito, as importações de máquinas e equipamentos, indústria que está quase toda concentrada no Sudeste.
"Em tempos de investimento elevado, o Sudeste sempre teve o diferencial de abrigar a indústria de máquinas e equipamentos. Quando se começa a importar no volume em que está sendo feito, esse diferencial já não é tão sentido", afirmou Rands. Segundo ele, o Nordeste também sofre menos com a queda no valor das exportações, já que a região vende majoritariamente commodities para o exterior.
Segundo a Datamétrica, o crescimento do Nordeste neste ano continuará sendo puxado por Pernambuco (6,14%), Ceará (5,26%) e Bahia (5,22%), Estados mais populosos e com a economia mais desenvolvida da região. "É normal que essa onda de investimentos que chega ao Nordeste traga empresas interessadas em se instalarem nos maiores mercados consumidores", avalia.
No caso de Pernambuco, a expansão será puxada pelos investimentos no Complexo Portuário de Suape, que recebe simultaneamente obras para a construção de refinaria, petroquímica, estaleiros e, em breve, siderúrgica e montadora de automóveis.
O Estado da Bahia tem novos projetos na área de energia e a promessa de uma boa safra agrícola, assim como o Ceará, que também deve continuar crescendo nos setores de vestuário e alimentos. "Além disso, os três Estados tiveram os governadores reeleitos. Essa continuidade costuma ser positiva para a economia", lembrou Rands.
Para 2012, no entanto, a expectativa é de queda na diferença entre o crescimento do Nordeste e a média nacional. De acordo com a Datamétrica, é esperado para o ano que vem um afrouxamento da política monetária, que deve resultar em expansão do consumo de bens duráveis. Quando isso ocorre, avaliou Rands, o Sudeste tende a demonstrar sua força.
Valor Econômico

sábado, 16 de abril de 2011

Número de graduados no País triplicou em dez anos

O número de estudantes formados por ano na educação superior é o triplo do que se formava há dez anos. Em 2009, 959.197 estudantes concluíram curso superior, quase três vezes o número de formandos em 2000 (352.305). O Brasil saltou de 2,6 milhões de matriculas em 2000 para 5,9 milhões em 2009. Um aumento de 121%. Os dados, apresentados pelo Ministério da Educação na última segunda-feira (11), são do Censo da Educação Superior, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 
Para o MEC, o crescimento do número de matrículas e concluintes deve-se ao conjunto de ações do ministério para ampliação do acesso ao ensino superior. O Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) contribuíram para a ampliação do acesso ao ensino superior e a permanência do estudante.
Reuni - O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) tem como finalidade garantir as condições necessárias para que as universidades federais promovam sua expansão. A partir do Reuni e do Programa de Expansão Fase I, iniciado em 2003, as universidade ampliaram o número de vagas ofertadas em seus cursos de graduação.
Desde o início do processo de expansão, o número de vagas oferecidas nos cursos de graduação presenciais nas universidades federais passou de 109,2 mil vagas em 2003 para 222,4 mil vagas em 2010. Desde 2003, foram criadas 14 novas universidades e 126 novos campi já em funcionamento. O número de municípios atendidos por estruturas das universidades federais passou de 114 em 2003 para 237 até o final de 2011.
ProUni –  O Programa Universidade para Todos (ProUni) foi criado em 2005 e tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de cursos de graduação e de cursos sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior. Desde o início do programa até o segundo semestre de 2010, já foram concedidas 863.773 bolsas de estudo integrais e parciais. 
Fies - Com o objetivo de financiar a graduação superior de estudantes matriculados em instituições particulares foi criado o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Para candidatar-se ao Fies, que foi instituído em 1999, os estudantes devem estar regularmente matriculados em instituições de ensino não gratuitas cadastradas no programa, em cursos com avaliação positiva no Sinaes.
No ano passado, o Fies passou por mudanças que facilitaram a tomada de financiamento pelos estudantes. O agente operador do Fundo passou a ser o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), os juros baixaram de 6,5% para 3,4% ao ano, o período de carência passou a ser de 18 meses após a conclusão do curso e o prazo para quitação do empréstimo foi ampliado passando para três vezes o período financiado do curso, acrescido de 12 meses. 
Todas as operações de adesão das instituições de ensino, bem como de inscrição dos estudantes são realizadas pela internet. Durante o ano de 2010, foram firmados 71.600 contratos com o Fies. Em 2011, somente nos dois primeiros meses do ano (as inscrições tiveram início em 31 de janeiro), 34 mil alunos contrataram o financiamento estudantil. Ao longo de todo o ano de 2009 apenas 32 mil contratos foram firmados. 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Campus da UFCG em Sumé é destaque no Globo Rural

Reproduzo abaixo matéria do Globo Rural de hoje que destaca o Projeto Fogão Solar, desenvolvido pela equipe do Projeto Universidade Camponesa (UNICAMPO), ação de extensão da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que deu origem à criação do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) na cidade de Sumé.

"Tecnologia sustentável para ajudar o homem do campo. Na Paraíba, uma Universidade Federal criou um Centro de Desenvolvimento para o semiárido. Além de beneficiar os agricultores e os jovens da região, o centro ainda está melhorando a vida da comunidade. O conhecimento obtido na sala de aula e nos laboratórios é transferido para o dia a dia dos moradores.
A verde paisagem do Cariri paraibano não vai durar por muito tempo. Depois, de mais alguns meses tudo volta a ficar seco. Enfrentar os efeitos da longa estiagem nunca foi fácil.
Mas os moradores e produtores rurais da região ganharam um aliado importante. A Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, criou no ano passado o Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, que fica na cidade de Sumé, a 270 quilômetros de João Pessoa.
Cerca de 750 jovens tiveram a chance de entrar para a universidade e estudam em sete cursos de áreas tecnológicas voltadas para a economia e os meios produtivos da caatinga.
A estudante Suayra Almeida estuda engenharia de biossistemas e está descobrindo na teoria as práticas que ajudarão a mudar a realidade da região. “O curso de engenharia de biossistemas está voltado para a questão de produzir de uma maneira sustentável, que não agrida o meio ambiente. O curso envolve uma área de conhecimento muito ampla. Podemos trabalhar com produção animal e produção vegetal”, explica.
Com a chegada da universidade, professores e estudantes têm desenvolvido uma série de projetos nos municípios da região. Os produtores rurais recebem apoio na produção agrícola, na criação de caprinos e ovinos, e na implantação de tecnologias que ajudam a preservar o meio ambiente.
Um dos projetos que fazem sucesso na zona rural é o fogão solar. É basicamente uma caixa de papelão, com uma chapa de zinco na base, papel laminado e um tampo de vidro. Em pouco tempo, a comida fica pronta.
“É uma coisa que vai dar certo no assentamento, pois queimamos muita madeira e temos que preservar. Isso vai ajudar a gente e ainda virá coisa melhor”, diz o agricultor Anselmo Coelho.
Em um fogão solar, o preparo do arroz demora uma média de duas horas. A temperatura pode chegar aos 100 graus Celsius."
 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A MAIORIDADE DO CAMPUS DE SUMÉ

O campus de Sumé, o “caçula” da UFCG, já que foi o último dos três criados pelo Plano de Expansão Institucional (PLANEXP), amadureceu com a precocidade de uma criança superdotada. Após dois anos de criação pelo Colegiado Pleno do Conselho Universitário e pouco mais de um ano de efetivo funcionamento de suas atividades-fim, foram realizados vários concursos públicos para docentes em mais de 50 áreas de conhecimento, dois vestibulares e três semestres letivos. Contando hoje com 77 professores e 42 servidores técnico-administrativos, o que representa 92% dos recursos humanos previstos no Projeto Acadêmico, o Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) já é uma Unidade Gestora (UG) que planeja e executa seu orçamento anual autonomamente e atende a um contingente de 455 alunos ativos matriculados em sete cursos de graduação, cujos projetos pedagógicos (PPCs) encontram-se em fase final de revisão pelas Unidades Acadêmicas e deverão ser apreciados pela Câmara Superior de Ensino ainda este ano.
O CDSA já mostra sua pujança também na pós-graduação, na pesquisa e na extensão, com o funcionamento de um Curso de Especialização lato sensu em parceria com o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) e outro em parceria com a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTc/PB) a ser iniciado em 2011, a criação do Núcleo de Produção Agropecuária (NUPAGRO) e do Núcleo de Extensão Cultural (NEXT), além do desenvolvimento de vários projetos de pesquisa e extensão individuais e institucionais que podem ser acessados na sempre atualizada página eletrônica do Centro (www.cdsa.ufcg.edu.br). Também merece destaque o oferecimento de cursos e atividades de extensão para a comunidade, a exemplo do Coral Universitário, a promoção de eventos científicos, esportivos, artísticos e culturais, como a realização dos Seminários Integradores, de workshops, seminários e mesas redondas em diversas áreas, dos Jogos Internos e do Festival “De Repente Beat”, estes dois últimos realizados na semana passada.
É bem verdade que a infraestrutura do Campus ainda encontra-se em fase de implantação, pois, como tudo na vida, também, a precocidade tem seus ônus. Entretanto, os inúmeros desafios advindos de um processo tão complexo como é a implantação de uma unidade de ensino superior que prime, sobretudo, pelo republicanismo de seus atos administrativos e pela qualidade de seus processos acadêmicos, vão sendo enfrentados com desprendimento, entusiasmo e companheirismo pelos três segmentos da comunidade universitária, sempre contando com as parcerias que conseguimos mobilizar dentro e fora da Instituição.
Assim, atualmente o CDSA dispõe de seis prédios reformados para atividades administrativas e atividades-fim, alocados em ambiente totalmente urbanizado, com ruas pavimentadas, calçadas, jardins e rampas de acesso, novas redes elétrica, de iluminação pública, de água e esgoto, e de telefonia e lógica, além de cerca de 6.000 m² de edificações em construção (duas centrais de aula, central de laboratórios, ambiente dos professores, biblioteca, almoxarifado, garagem e pórtico de entrada).
Mas, ainda faltava um elemento fundamental para que este jovem Centro de Ensino atingisse sua maioridade: a livre escolha de seus dirigentes por professores, servidores técnico-administrativos e estudantes, como preconizam a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o Estatuto da UFCG, instrumentos legais que cristalizam essa importante conquista democrática.
E com que maturidade essa maioridade se constituiu! Primeiramente, houve a aprovação da Resolução Nº 01 do CEPE/CONSAD, em 17 de dezembro de 2009, que regulamentou a escolha eleitoral e apontou para a realização das eleições em 2010, dando segurança jurídica e institucional para a comunidade universitária se preparar com antecedência para esse ato de emancipação, anunciado no primeiro semestre deste ano quando atingimos 50% do corpo docente e 100% do corpo funcional, e planejado para ocorrer após as eleições nacionais, quando 88% do segmento docente estava constituído. Depois, pelo próprio processo eleitoral, iniciado pela escolha da Comissão Eleitoral pelo CEPE/CONSAD em outubro, pela construção de um amplo consenso em torno de uma “chapa de união” constituída por professores das duas Unidades Acadêmicas do CDSA e coroada, evidentemente, pelo significativo envolvimento de professores, estudantes e servidores no pleito realizado no dia 18 de novembro, seja em sua organização, atuando como membros da Comissão, mesários e escrutinadores, seja como eleitores.
De fato, para uma eleição em que o voto é opcional e que teve apenas uma chapa inscrita, portanto virtualmente fadada a uma natural desmobilização, a participação foi expressiva: de um colégio eleitoral constituído por 574 pessoas, 408 eleitores acorreram às urnas, o que representa 71% do total, com a participação de 93% do segmento dos servidores, 75% do segmento docente e 68% do alunado. Ademais, 83,3% dos votos foram considerados válidos, com apenas 7,8% de votos brancos e 8,8% de votos nulos, o que também é um coeficiente significativo numa eleição de chapa única em que se considera, teoricamente, que o voto em branco expressa desacordo com a chapa inscrita e o voto nulo um protesto contra o próprio processo eleitoral ou suas regras.
Como a votação foi uninominal, observou-se o seguinte desempenho dos candidatos em relação aos votos válidos: entre o segmento docente, ambos os candidatos atingiram 100% dos votos válidos, isto é, todos os 53 votos foram consignados à chapa, não havendo votos em apenas um candidato; no segmento dos servidores técnico-administrativos, o candidato a diretor obteve 88% dos votos válidos (21 votos) e o candidato a vice-diretor 96% (23 votos), enquanto entre os estudantes o candidato a diretor obteve 92% dos votos válidos (277 votos) e o candidato a vice 81% (244 votos).
O segmento estudantil apresentou a melhor qualificação do voto nessa eleição, pois sufragou 97,1% de votos válidos, com apenas 2,9% de votos brancos e nenhum voto nulo. Para um contingente de 311 eleitores votantes, a imensa maioria de jovens, uma faixa etária em que o voto de protesto tem forte apelo, esse resultado é para se comemorar, pois pensamos que ou expressa preparo, ou senso de cidadania ou maturidade política, ou tudo isso junto, ao aclamar a legitimidade do processo eleitoral pela rejeição unânime ao voto nulo. Por outro lado, o desempenho da chapa entre o alunado aproxima-se do desempenho verificado entre os professores, como veremos abaixo, pois o candidato a diretor auferiu 89,1% do total de votos absolutos e o candidato a vice-diretor, 78,5%, escores que representam, sob nosso ponto de vista, uma ampla aprovação à gestão pro tempore e a confiança dos estudantes na chapa que se submeteu ao escrutínio da comunidade universitária.
No que concerne aos servidores técnico-administrativos, salta aos olhos o grande número de votos inválidos, 38,5% do total, sendo 23,1% de votos nulos (9 votos) e 15,4% de votos brancos (6 votos). Admitindo-se o voto nulo como um protesto contra o processo eleitoral, talvez a explicação para esse alto percentual seja uma reação à regra de paridade vigente na LDB ou à maneira como o processo foi conduzido no CDSA, uma vez que consideramos bastante improvável que seja uma posição contrária à realização de consultas eleitorais para a escolha de dirigentes. Por outro lado, os votos em branco, embora minoritários, e o melhor desempenho do candidato a vice-diretor nesse segmento podem expressar desaprovação à gestão pro tempore ou inconformismo com decisões e encaminhamentos dela emanadas, reação a interesses pessoais contrariados ou mesmo uma simples rejeição aos candidatos inscritos. De qualquer sorte, a chapa obteve a maioria dos votos do segmento mesmo considerando os votos inválidos, apresentado 54% do total de votos absolutos para o candidato a diretor e 59% para o candidato a vice-diretor.
Finalmente, o desempenho da chapa “CDSA de Todos Nós” entre os professores expressou com eloquência a aprovação ao consenso construído nos períodos pré-eleitoral e eleitoral em torno das candidaturas e mesmo à gestão pro tempore. Primeiro, porque a chapa obteve 91,4% dos votos absolutos no segmento, havendo apenas 5,2% de votos brancos (3 votos) e 3,4% de votos nulos (2 votos) e, depois, porque todos os votos válidos foram “casados”, como já foi dito. Considerando-se que a LDB estabelece que o segmento docente deve representar 70% no cálculo da paridade – preceito admitido na Resolução Nº 01/2009 por segurança jurídica – essa expressiva votação entre os docentes, associada ao bom desempenho da chapa nos outros dois segmentos, aponta para um coeficiente eleitoral paritário bastante alto para a chapa, isto é, os candidatos eleitos auferiram  mais de 87% do total de votos, enquanto os votos nulos e brancos somaram cerca de 12%.
Assim, a primeira eleição para a Diretoria do CDSA já faz parte da curta, mas prolífica história do Campus de Sumé, que atinge sua “maioridade” por meio de sua emancipação política, conquistada sobre a “maturidade” construída em apenas dois anos de vida. A ampla participação dos três segmentos no pleito e a expressiva votação na chapa “CDSA de Todos Nós” legitima incontestavelmente a Diretoria eleita, mas coloca sobre ela a imensa responsabilidade de honrar a confiança que a comunidade universitária nela depositou e de não frustrar as expectativas dos eleitores quanto aos compromissos e propostas consignados na carta-programa (acesse aqui). Esta é a grande missão da Diretoria eleita para o quadriênio 2011-2014.