domingo, 28 de junho de 2020

A militância do PT em CG quer candidatura própria a prefeito, garante Márcio Caniello

Por VANILDO SILVA*


Caniello: "É a oportunidade do PT voltar a dialogar com a sociedade campinense"


Professor da UFCG no curso de Ciências Sociais, Márcio Caniello vem construindo o processo para a consolidação do seu nome como pré-candidato a prefeito de Campina Grande pelo Partido dos Trabalhadores.

Ex-presidente do Diretório Municipal do PT na cidade, Caniello enfrenta a resistência do atual presidente da legenda, professor Hermano Nepomuceno, que é contrário a tese de candidatura própria a prefeito, mas conta com o apoio de quase 150 militantes que subscreveram e tornaram público  um manifesto em defesa da sua pré-candidatura.

Em entrevista exclusiva para o BOA NOTÍCIA PB, Márcio justifica que seu desejo de ser candidato a prefeito pelo  PT está amparado na resolução do Congresso Nacional do partido, realizado no final do ano passado. Ele também revela  que essa é principalmente  a vontade da militância  petista campinense.

Márcio Caniello critica a gestão do prefeito Romero Rodrigues e enfatiza que o maior problema da Prefeitura de Campina hoje  é o empreguismo vergonhoso.

Confira a entrevista.

"Nossa candidatura vai ajudar na eleição dos vereadores do partido",  reforça Caniello

BN – Como o sr. avalia a posição do presidente do seu partido, professor Hermano Nepomuceno, ao defender que todas as estratégias  do PT no pleito municipal de Campina deste ano  priorizem apenas  a chapa proporcional?

MÁRCIO CANIELLO – Essa não é uma visão hegemônica em Campina Grande e muito menos em nível nacional do partido. É claro que nós não diminuímos a importância das eleições proporcionais. Mas um fato interessante é que só conseguimos eleger vereadores em toda sua história de luta na Paraíba quando tínhamos alguém do partido na chapa majoritária. Nossa tese é que a candidatura própria reforça a chapa proporcional, ainda mais no ano que não teremos coligações nas proporcionais. Nossa candidatura vai ajudar muito as candidaturas a vereador do partido.

BN – Por que o PT de CG deve ter candidatura própria a prefeito?

MÁRCIO CANIELLO – Porque o Congresso Nacional do PT realizado no final do ano passado definiu como orientação no país a  apresentação de candidaturas próprias a prefeito onde for possível. Outra resolução política da Executiva é que em municípios com mais de 100 mil habitantes, onde haja segundo turno e que tenham geração de rádio e tv,   são prioritários no entendimento do PT nacional para as candidaturas próprias, especialmente no Nordeste. Campina Grande se enquadra nesses princípios.

BN – Acredita que sua pré-candidatura vai prosperar?

MÁRCIO CANIELLO – Nós estamos trabalhando para isso. Eu não posso deixar de atender ao chamado de 142 companheiros e companheiras do Partido dos Trabalhadores de Campina Grande que assinaram um manifesto com uma representatividade muito grande. São sindicalistas, lideranças comunitárias, professores, servidores públicos, microempresários, estudantes, artistas, intelectuais, movimento LGBT, mulheres, enfim trabalhadores, trabalhadoras e profissionais liberais. É um conjunto de companheiros que entende a importância da candidatura própria do PT em Campina. A ultima vez que o PT lançou candidatura própria na cidade foi em 2004. O Partido dos Trabalhadores tem que voltar a dialogar com a sociedade campinense e nós temos a convicção que a militância quer uma candidatura própria para ir às ruas defender o legado do Partido dos Trabalhadores na cidade que acabou com a crise hídrica de Campina, construiu 10 mil casas e apartamentos e garantiu recursos para a expansão da UFCG.

BN -  Alguns petistas na cidade articulam  apoio a uma candidatura proposta pelo FÓRUM PRÓ-CAMPINA. Como vê essa articulação?

MÁRCIO CANIELLO – Faço parte do Fórum e  tenho participado da discussão. É mais programático e tem a intenção de definir um programa mínimo de governo para os candidatos ou candidatas a prefeito do campo democrático e popular de Campina Grande. O Fórum está funcionando muito bem, trazendo propostas e questões para que os candidatos do campo democrático e popular se proponham a disputar as eleições e possam se comprometer com uma pauta mínima.

BN -    Que propostas a eventual pré-candidatura a prefeito de Márcio Caniello apresentará ao povo de Campina?

MÁRCIO CANIELLO – Vamos defender em primeiro lugar a transição ecológica para Campina Grande, tanto da gestão quanto da cidade. Esse é o eixo central das diretrizes do modo petista de governar das eleições de 2020. Temos que pensar cidades mais sustentáveis. Em Campina a questão da água é central. Em segundo lugar defendemos uma cidade compacta, conectada e coordenada. Precisamos ter conexão entre os diversos bairros da cidade e regiões, integrando os seus habitantes em torno de um projeto que seja inclusivo. Temos que discutir muito o transporte público, programa das calçadas, garantindo a acessibilidade. A terceira diretriz  diz respeito as cidades inteligentes, a universalização do acesso a internet que é um direito fundamental, vendo a capacidade financeira de cada cidadão, ampliação dos espaços de participação nos Conselhos Municipais, revigorar os Clubes de Mães e SABs por meio de parcerias com a Prefeitura, estabelecendo um diálogo mais produtivo. Vamos trazer para a cidade  o Orçamento Participativo  2.0, que terá não apenas a participação do cidadão na deliberação, sobretudo no monitoramento da aplicação dos recursos. Nós vamos reinventar o OP em CG, acabar com o empreguismo vergonhoso existente hoje na prefeitura de CG; implantar o IPTU progressivo, extinguir  a especulação imobiliária, revisar a planta de valores da cidade.

BN  - Qual o maior problema da Prefeitura de Campina Grande hoje?

MÁRCIO CANIELLO – O empreguismo. O que se vê hoje na estrutura da Prefeitura de Campina são cabides de empregos no Gabinete do Prefeito, nas secretarias e autarquias. Tem aí um monte de sites denunciando essa vergonha, a partir de dados disponibilizados pelo TCE, através do Sagres. É preciso fazer concurso público  para acabar com o empreguismo vergonhoso. 

(*) Jornalista-editor do Boa Notícia PB
e produtor do Boa Notícia no Rádio



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