Ontem, dia 19 de outubro, no âmbito das comemorações dos 149 anos de emancipação política de Campina Grande, apresentamos o Projeto Executivo da 1ª Etapa da Requalificação da Feira Central e do Mercado Público de Campina Grande já enviado para o IPHAEP e protocolado na Caixa Econômica Federal no dia 17/10. Apresentamos também a Maquete Eletrônica do Projeto Arquitetônico Executivo Geral, também já concluído.
É o resultado de seis meses de trabalho de uma equipe multidisciplar composta por mais de 50 pessoas, envolvendo servidores da Seplan, arquitetos, engenheiros, designers, desenhistas e estagiários contratados especificamente para este fim, além de técnicos de outros órgãos do governo municipal, parceiros da UFCG, UFPE, UFPB, IPHAN e IPHAEP e também os próprios feirantes, através da AFEMEC, que foram ouvidos em quatro plenárias, seis reuniões setoriais e que participaram ativamente da Oficina de Projeto Participativo, realizada no interior do Mercado Central entre 31/05 e 02/06, de onde saíram as diretrizes para o Projeto que ora apresentamos, diretrizes estas discutidas com o Ministério Público e apresentadas na Câmara Municipal em duas sessões especiais.
Lançamos a marca da Nova Feira Central (acima), que são quatro mãos francesas do edifício do Mercado Público erigido em 1940 (algumas ainda remanescentes) unidas, formando um mosaico. Seu movimento sintetiza o espírito do projeto de requalificação como um todo: ao valorizarmos um elemento artístico original, organizando-o em numa nova forma também original, dizemos que é preciso preservar o "espírito" artístico, histórico, social e cultural da Feira, isto é, seu ethos, mas construir uma nova ordenação que possa adequar o logradouro às exigências inescapáveis no mundo atual quanto à mobilidade, acessibilidade, higiene e segurança. O desafio é unir o tradicional ao moderno, preservando o maior patrimônio histórico, artístico e cultural de Campina Grande - sua Feira, donde a cidade surgiu - numa nova forma, renovada mas fiel às suas características mais profundas, isto é, ao seu "espirito", como diria Hegel.
Cumprimos, assim, o prazo estabelecido no Plano de Trabalho e aguardamos agora a aprovação do projeto da 1ª Etapa pela CEF e IPHAEP para a licitação, enquanto ultimamos os projetos complementares das outras quatro etapas.
No mapa, demonstramos as cinco etapas de execução do Projeto:
1ª Etapa - Armazéns
Por se tratar de uma nova estrutura a ser executada onde hoje estão antigos armazéns, alguns fechados outros subutilizados, e dois terrenos baldios, esta primeira obra busca criar um novo espaço de comercialização para os feirantes causando o menor impacto possível no cotidiano da feira durante sua execução por se tratar de um espaço onde atualmente a feira não acontece. Esta nova edificação será utilizada durante toda a obra como uma espécie de "curinga", já que servirá de ponto de comércio temporário durante a execução das demais etapas. Neste novo espaço serão disponibilizados 423 novos boxes de comércio.
Pórtico de Entrada dos Armazéns (Rua Pedro Álvares Cabral)
2ª Etapa - Largo do Mercado
Depois de concluída a obra dos Armazéns, os feirantes que hoje se situam no Largo do Mercado, também conhecido como Largo do "Pau do Meio" (referência ao prédio existente nesta área) ou "Terreno dos Martins", serão deslocados temporariamente para a nova área construída e se dará início à segunda etapa do projeto, que trata da reestruturação do Largo. Nesta nova configuração do Largo serão disponibilizados 329 boxes de comércio fixo e área para a realização do comércio ambulante (bancas desmontáveis, lonas no chão, carrinhos e balaios com mercadorias). O projeto executivo será protocolado na Caixa Econômica até o dia 20/11.
Largo visto da Feira de Flores (Rua Manoel Farias Leite)
Entrada do Mercado vista do Largo (Rua Cristóvão Colombo)
3ª Etapa - Mercado Público
Com a finalização da obra no Largo do Mercado, os feirantes que estavam temporariamente locados nos Armazéns poderão retornar para sua área de comércio, sendo deslocados para os feirantes que comercializam no interior do Mercado Central para que as obras de requalificação deste espaço possam ser executadas. Após a conclusão desta etapa serão disponibilizados 451 pontos, distribuídos entre o piso térreo e o novo mezanino, destinado a restaurantes, bares, lanchonetes e área para apresentações artísticas.
Mercado Público, onde se vê o térreo e o mezanino
Mezanino
4ª Etapa - Calçadão e Ruas Adjacentes
Com as três primeiras etapas que envolviam a construção de novos espaços, estruturação ou reforma de edificações concluídas, o projeto de revitalização da Feira Central passa a atuar nas oito ruas que estão ligadas diretamente à feira. Algumas serão desobstruídas para a passagem de veículos e melhora do acesso à feira e outras serão transformadas em calçadão. Esta etapa terá sub-etapas, uma vez que as ruas serão reformadas uma por vez, sendo os feirantes de cada rua deslocados temporariamente para os Armazéns. Após a conclusão da quarta etapa serão disponibilizados 544 pontos de comércio fixo nas ruas e também área para a comercialização de ambulantes.
Ruas que serão transformadas em calçadões
5ª etapa – Edifícios Históricos e Estacionamentos
A restauração do Edifício do Pau do Meio e do Cassino Eldorado não estava prevista no Convênio original, mas foram incluídas neste Projeto em virtude de sua importância patrimonial e de agregação de valor à Feira Central como patrimônio artístico-cultural e ponto de visitação turística. O anteprojeto do Edifício do Pau do Meio, que será usado como espaço administrativo e de exposições está pronto, enquanto o projeto de restauração do Cassino Eldorado está em discussão no âmbito do convênio PMCG/UFCG. Precisaremos de captar recursos para a execução destes projetos junto ao Ministério de Cultura e ao IPHAN.
Esboços da restauração do Edifício do Pau do Meio
Os projetos dos estacionamentos, cuja execução poderá ser feita através de Parceria Público Privada, estão alocados nesta última etapa somente a título de planejamento. A SEPLAN, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, já está trabalhando uma chamada pública para empresas interessadas em elaborarem estudos de viabilidade de Edifícios Garagem na Feira e em outros pontos do centro, inciativa que já foi destaque no jornal Folha de São Paulo (leia
aqui)
Estacionamentos, carga e descarga
Assim ficará a Feira Central requalificada:
Feira Central de Campina Grande