Disponibilizo em meu perfil no Academia.edu artigo apresentado no IX Congresso da Associação Latino Americana de Sociologia Rural (ALASRU), realizada na cidade do México, entre 06 e 10 de outubro. Transcrevo o resumo:
A
primeira década do século XXI foi extremamente promissora para o Brasil,
particularmente no que tange à redução das desigualdades sociais e à melhoria
da qualidade de vida da população. Segundo o instituto oficial de estatística,
depois de 30 anos de alta desigualdade inercial, o Índice Gini começa a cair em
2001, passando de 0,61 naquele ano para 0,527 em 2012. Pesquisadores têm
definido esse período como “década inclusiva”, pois, de maneira geral, a renda
de grupos tradicionalmente excluídos foi a que mais prosperou, em particular,
negros, analfabetos, camponeses e nordestinos. Considerando que as políticas
públicas de desenvolvimento rural empreendidas pelo governo federal a partir de
2003, especialmente o Plano Safra da Agricultura Familiar e o Programa
Territórios da Cidadania, foram fundamentais para esse processo, este trabalho
visa, em primeiro lugar, avaliar seus efeitos sobre a qualidade de vida da
população do campo no Brasil, analisando os Índices de Qualidade de Vida (ICV)
apurados em uma amostra de 37 Territórios da Cidadania localizados nas 5
regiões brasileiras, estimados mediante a visita de 27 equipes de
entrevistadores a 10.106 domicílios rurais situados em 16 estados da Federação.
Em segundo lugar, procura correlacionar, por meio de análise estatística, o ICV
com indicadores de identidade territorial, também apurados na pesquisa
nacional, de maneira a avaliar se a “força” da identidade camponesa tem algum
poder explicativo no processo de evolução da qualidade de vida nos Territórios
da Cidadania.