Muito se discute sobre uma possível expansão do campus universitário de Sumé para Serra Branca, através da criação de um Pólo Universitário, aliás, não se discute muito e sim, reivindica-se.
Um espaço propício para esse tipo de discussão é o Fórum Territorial do Cariri, preterido por muitos gestores e principalmente por uma boa parte sociedade civil organizada. Foi nesse espaço - plenárias do fórum - que teve início as discussões para a implantação de campi universitários na região. A quem não participou, restou o apoio às decisões da época.
Atualmente em Serra Branca uma campanha suprapartidária, encabeçada pelo deputado Assis Quintans, usa de todos os meios para buscar o apoio necessário a tal reivindicação: uso excessivo da mídia, audiência pública, carta subscrita por lideranças regionais. Entretanto, até agora não se ouve nenhuma discussão em torno da viabilidade técnico-administrativa do pleito.
Com o objetivo de iniciar a discussão da viabilidade dessa expansão, NoMeuCariri conversou com o Diretor do Campus da UFCG - Sumé, que de forma objetiva traz sua opinião.
Em reunião com o professor Thompson Mariz eu externei o meu posicionamento particular sobre isso. Primeiro eu acho que a reivindicação é justa, quanto mais educação, melhor. Mas a gente tem que refletir sobre algumas coisas: a Região do Cariri foi contemplada com duas universidades públicas, uma estadual e outra federal e ainda um IFET.
Até agora nós não conseguimos consolidar o campus de Sumé. Nós conseguimos 63 vagas para professor e temos 09 nomeados. Nós conseguimos 42 vagas de servidores técnicos administrativos, temos 08 nomeados, ou seja, não conseguimos nem consolidar o campus de Sumé e já está se falando em pólo.
Acho o conceito de pólo interessante - discuti esta questão com o professor Thompson. Mas acho que a gente não pode agir isoladamente nesse aspecto, inclusive Serra Branca poderia ter trazido a discussão para o Fórum Territorial. Vamos discutir no território pra saber se realmente uma cidade a 30 km de um campus, necessita de uma outra estrutura. Temos que refletir sobre isso. Será que tem pessoal necessário pra isso? Temos que ter prudência nesse encaminhamento e discutir mais.
SOBRE A CARTA DO CARIRI
Falar em Carta do Cariri assinada só por um município? Acho que é Carta de Serra Branca.
Eu gosto muito do prefeito Eduardo Torreão, respeito muito, mas gostaria de debater isso com mais profundidade. Acho que o momento não é oportuno pra essa discussão, principalmente porque vem aí um ano eleitoral. Fico com medo que essa demanda possa ter algum fundo político partidário, não acredito, mas pode ser.
Eu fico imaginando o seguinte: se a gente atender a essa reivindicação, teremos que atender a todos os municípios do Cariri e mesmo da Paraíba com solicitação semelhante. E são muitas reivindicações tão ou mais legítimas de que a de Serra Branca. Assim, teríamos um cenário absolutamente improvável em que cada município do Estado teria um campus. Teríamos, certamente, problemas de demanda nesse aspecto.
O professor Thompson me pediu pra pensar sobre isso, e nós estamos pensando. Acho que o município tem que refletir um pouquinho mais. Sempre exemplifico: um estudante da UFRJ que mora na Barra da Tijuca, anda 30 km pra estudar na Ilha do Fundão. Então a gente tem que refletir muito bem sobre isso, e principalmente sobre a gestão dos recursos públicos. Se temos um projeto quem nem está consolidado ainda, vamos criar um novo? Monteiro também já tem uma reivindicação, então já seriam dois pólos.
PRIORIDADES DA UFCG
Falei para o professor Thompson que há duas prioridades que antecedem essa discussão, que é a criação dos campi de Itaporanga e Itabaiana, que estão no Plano de Expansão Institucional da Universidade (PLANEXP) e que foi aprovado no Colegiado Pleno do Conselho Universitário.
Assim, penso que os esforços devem ser canalizados, neste momento, para a viabilização desses dois novos campi, para depois pensarmos na questão dos pólos. Mas, como o professor Thompson me pediu que pensasse nisso, estamos refletindo sobre isso e estamos abertos ao debate. Minha posição particular é essa.
Do Blog No Meu Cariri (http://www.nomeucariri.com)