quarta-feira, 20 de abril de 2011

Com chegada da UFCG, economia de Sumé dá um salto

A implantação de um campus universitário federal numa cidade do interior traz inúmeros benefícios. De imediato, abre-se a oportunidade para os jovens da região ingressarem no ensino superior público, gratuito e de qualidade sem serem obrigados a deixar o lar, o que evidentemente aumenta em muito as chances de sucesso profissional para os filhos das famílias menos abonados pela fortuna. De fato, dos atuais 788 alunos matriculados na UFCG/Campus de Sumé, em sua imensa maioria egressos do ensino público, cerca de 75% são do Cariri e mais de 90% são paraibanos.
Por outro lado, além de dinamizar a vida social da cidade com o oferecimento de cursos, atividades artístico-culturais, eventos etc., e propiciar a capacitação de recursos humanos e o desenvolvimento dos setores produtivos com atividades de pesquisa e extensão científico-tecnológica, a universidade produz grandes impactos na economia local.
No quadro da empregabilidade, por exemplo, são gerados não apenas os empregos diretos de professores, funcionários e empregados terceirizados, mas também os empregos indiretos temporários (trabalhadores contratados para as obras de instalação do campus) e permanentes, principalmente no comércio e na prestação de serviços, setores bastante aquecidos com a chegada da universidade. No caso de Sumé, foram gerados 176 empregos diretos, sendo 86 professores, 44 servidores técnico-administrativos e 46 empregados terceirizados, estes últimos todos cidadãos do município. Em grandes números, só com os salários diretos, a universidade injeta cerca de 500 mil reais por mês na economia do município. No que tange à geração de renda, não podemos deixar de mencionar também as bolsas de estudo que são disponibilizadas para os estudantes, 130 atualmente no Campus de Sumé, representando o montante de 35 mil reais/mês.
Não são apenas os envolvidos mais diretamente com a universidade que se beneficiam economicamente, mas a cidade como um todo, como podemos concluir analisando os dados contábeis do município de Sumé disponibilizados no site da Secretaria do Tesouro Nacional. Com efeito, verificamos que a arrecadação do município cresceu 45% no ano em que o campus da UFCG foi inaugurado. Considerando-se que desde 2004 a receita tributária mantinha-se relativamente estável, em torno de 600 mil reais/ano, podemos supor que o recorde de 2009 esteja relacionado com a instalação da UFCG na cidade.


É importante ressaltar que a arrecadação de impostos de produção e circulação (ICMS, ISS, IPI e IOF) cresceu 48% no mesmo ano, ao passo que a arrecadação de impostos sobre a renda e os proventos, que vinha caindo desde 2006, deu um salto de 50%.
Em vista disso, podemos reafirmar a tese defendida durante o processo de luta pela expansão da UFCG. A instalação de um campus no interior do Estado produz dois efeitos fundamentais: a democratização do acesso ao ensino superior e o desenvolvimento econômico e social da região.

Valor Econômico: PIB do Nordeste crescerá acima da média nacional em 2011

Puxada por uma onda de investimentos, a economia da região Nordeste deve continuar crescendo acima da média nacional nos próximos anos. Estimativas divulgadas ontem pela consultoria pernambucana Datamétrica, especializada em economia nordestina, apontam para expansão de 5,06% no Produto Interno Bruto (PIB) da região em 2011, contra 4% esperados para o Brasil como um todo. Para 2012, a projeção é de alta de 5,03% no Nordeste, ante uma média nacional de 4,3%.
O crescimento da renda e do consumo das famílias, ao lado de pesados investimentos, sobretudo na construção civil, continuam sendo os principais combustíveis para a expansão maior da região neste ano. Porém, a contínua valorização do real ante o dólar surge como novo personagem. Sócio da Datamétrica, o economista Alexandre Rands explica que o câmbio valorizado tem incentivado, e muito, as importações de máquinas e equipamentos, indústria que está quase toda concentrada no Sudeste.
"Em tempos de investimento elevado, o Sudeste sempre teve o diferencial de abrigar a indústria de máquinas e equipamentos. Quando se começa a importar no volume em que está sendo feito, esse diferencial já não é tão sentido", afirmou Rands. Segundo ele, o Nordeste também sofre menos com a queda no valor das exportações, já que a região vende majoritariamente commodities para o exterior.
Segundo a Datamétrica, o crescimento do Nordeste neste ano continuará sendo puxado por Pernambuco (6,14%), Ceará (5,26%) e Bahia (5,22%), Estados mais populosos e com a economia mais desenvolvida da região. "É normal que essa onda de investimentos que chega ao Nordeste traga empresas interessadas em se instalarem nos maiores mercados consumidores", avalia.
No caso de Pernambuco, a expansão será puxada pelos investimentos no Complexo Portuário de Suape, que recebe simultaneamente obras para a construção de refinaria, petroquímica, estaleiros e, em breve, siderúrgica e montadora de automóveis.
O Estado da Bahia tem novos projetos na área de energia e a promessa de uma boa safra agrícola, assim como o Ceará, que também deve continuar crescendo nos setores de vestuário e alimentos. "Além disso, os três Estados tiveram os governadores reeleitos. Essa continuidade costuma ser positiva para a economia", lembrou Rands.
Para 2012, no entanto, a expectativa é de queda na diferença entre o crescimento do Nordeste e a média nacional. De acordo com a Datamétrica, é esperado para o ano que vem um afrouxamento da política monetária, que deve resultar em expansão do consumo de bens duráveis. Quando isso ocorre, avaliou Rands, o Sudeste tende a demonstrar sua força.
Valor Econômico

sábado, 16 de abril de 2011

Número de graduados no País triplicou em dez anos

O número de estudantes formados por ano na educação superior é o triplo do que se formava há dez anos. Em 2009, 959.197 estudantes concluíram curso superior, quase três vezes o número de formandos em 2000 (352.305). O Brasil saltou de 2,6 milhões de matriculas em 2000 para 5,9 milhões em 2009. Um aumento de 121%. Os dados, apresentados pelo Ministério da Educação na última segunda-feira (11), são do Censo da Educação Superior, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 
Para o MEC, o crescimento do número de matrículas e concluintes deve-se ao conjunto de ações do ministério para ampliação do acesso ao ensino superior. O Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) contribuíram para a ampliação do acesso ao ensino superior e a permanência do estudante.
Reuni - O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) tem como finalidade garantir as condições necessárias para que as universidades federais promovam sua expansão. A partir do Reuni e do Programa de Expansão Fase I, iniciado em 2003, as universidade ampliaram o número de vagas ofertadas em seus cursos de graduação.
Desde o início do processo de expansão, o número de vagas oferecidas nos cursos de graduação presenciais nas universidades federais passou de 109,2 mil vagas em 2003 para 222,4 mil vagas em 2010. Desde 2003, foram criadas 14 novas universidades e 126 novos campi já em funcionamento. O número de municípios atendidos por estruturas das universidades federais passou de 114 em 2003 para 237 até o final de 2011.
ProUni –  O Programa Universidade para Todos (ProUni) foi criado em 2005 e tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de cursos de graduação e de cursos sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior. Desde o início do programa até o segundo semestre de 2010, já foram concedidas 863.773 bolsas de estudo integrais e parciais. 
Fies - Com o objetivo de financiar a graduação superior de estudantes matriculados em instituições particulares foi criado o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Para candidatar-se ao Fies, que foi instituído em 1999, os estudantes devem estar regularmente matriculados em instituições de ensino não gratuitas cadastradas no programa, em cursos com avaliação positiva no Sinaes.
No ano passado, o Fies passou por mudanças que facilitaram a tomada de financiamento pelos estudantes. O agente operador do Fundo passou a ser o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), os juros baixaram de 6,5% para 3,4% ao ano, o período de carência passou a ser de 18 meses após a conclusão do curso e o prazo para quitação do empréstimo foi ampliado passando para três vezes o período financiado do curso, acrescido de 12 meses. 
Todas as operações de adesão das instituições de ensino, bem como de inscrição dos estudantes são realizadas pela internet. Durante o ano de 2010, foram firmados 71.600 contratos com o Fies. Em 2011, somente nos dois primeiros meses do ano (as inscrições tiveram início em 31 de janeiro), 34 mil alunos contrataram o financiamento estudantil. Ao longo de todo o ano de 2009 apenas 32 mil contratos foram firmados. 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Campus da UFCG em Sumé é destaque no Globo Rural

Reproduzo abaixo matéria do Globo Rural de hoje que destaca o Projeto Fogão Solar, desenvolvido pela equipe do Projeto Universidade Camponesa (UNICAMPO), ação de extensão da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que deu origem à criação do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) na cidade de Sumé.

"Tecnologia sustentável para ajudar o homem do campo. Na Paraíba, uma Universidade Federal criou um Centro de Desenvolvimento para o semiárido. Além de beneficiar os agricultores e os jovens da região, o centro ainda está melhorando a vida da comunidade. O conhecimento obtido na sala de aula e nos laboratórios é transferido para o dia a dia dos moradores.
A verde paisagem do Cariri paraibano não vai durar por muito tempo. Depois, de mais alguns meses tudo volta a ficar seco. Enfrentar os efeitos da longa estiagem nunca foi fácil.
Mas os moradores e produtores rurais da região ganharam um aliado importante. A Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, criou no ano passado o Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, que fica na cidade de Sumé, a 270 quilômetros de João Pessoa.
Cerca de 750 jovens tiveram a chance de entrar para a universidade e estudam em sete cursos de áreas tecnológicas voltadas para a economia e os meios produtivos da caatinga.
A estudante Suayra Almeida estuda engenharia de biossistemas e está descobrindo na teoria as práticas que ajudarão a mudar a realidade da região. “O curso de engenharia de biossistemas está voltado para a questão de produzir de uma maneira sustentável, que não agrida o meio ambiente. O curso envolve uma área de conhecimento muito ampla. Podemos trabalhar com produção animal e produção vegetal”, explica.
Com a chegada da universidade, professores e estudantes têm desenvolvido uma série de projetos nos municípios da região. Os produtores rurais recebem apoio na produção agrícola, na criação de caprinos e ovinos, e na implantação de tecnologias que ajudam a preservar o meio ambiente.
Um dos projetos que fazem sucesso na zona rural é o fogão solar. É basicamente uma caixa de papelão, com uma chapa de zinco na base, papel laminado e um tampo de vidro. Em pouco tempo, a comida fica pronta.
“É uma coisa que vai dar certo no assentamento, pois queimamos muita madeira e temos que preservar. Isso vai ajudar a gente e ainda virá coisa melhor”, diz o agricultor Anselmo Coelho.
Em um fogão solar, o preparo do arroz demora uma média de duas horas. A temperatura pode chegar aos 100 graus Celsius."