tag:blogger.com,1999:blog-33955964596805550632024-03-05T23:38:36.641-03:00Blog do CanielloMárcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.comBlogger186125tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-46918960558931596962023-03-20T16:01:00.000-03:002023-03-20T16:01:26.438-03:00Este será o melhor governo de Lula?<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7h1ekbP5X-BI_uYiWveuvP1AqWTrTViF9kG30pt3An0SBi9RQMILKx0hJEthPo0ygQwcH2xcnwRH15pq-91BVMf5plK2h7wp8BzIj5QWzDD5epGMS7Lpu91HkY5b4Fi0KxgthEU2CBOMW6woGXS5_SWn9dqQllRLInk3qWZQcsXRsIS01eH-Z1FxkDA/s675/-presidente-lula_1_45499.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="405" data-original-width="675" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7h1ekbP5X-BI_uYiWveuvP1AqWTrTViF9kG30pt3An0SBi9RQMILKx0hJEthPo0ygQwcH2xcnwRH15pq-91BVMf5plK2h7wp8BzIj5QWzDD5epGMS7Lpu91HkY5b4Fi0KxgthEU2CBOMW6woGXS5_SWn9dqQllRLInk3qWZQcsXRsIS01eH-Z1FxkDA/w476-h286/-presidente-lula_1_45499.webp" width="476" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Lula tem repetido reiteradamente que se não for para realizar um governo melhor do que os seus dois anteriores, ele não teria disputado a eleição. Não há porque duvidar das intenções do presidente da República, um político franco, sério e coerente, que demonstrou a solidez do seu caráter em muitas ocasiões, especialmente na longa e dura perseguição jurídico-midiática que resultou em sua prisão injusta de 580 dias. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Mas, conseguirá Lula realizar o seu intento? Essa é uma missão muito difícil, pois os seus dois primeiros governos foram extremamente bem-sucedidos, o que, aliás, se refletiu na aprovação recorde de 87% que obteve ao final do seu segundo mandato. Por outro lado, Lula encontra o país numa situação econômica pior do que a que herdou de FHC em 2003, um Banco Central "independente" aparelhado pelo rentismo, um povo dividido, com amplos setores instilados pela mentira e pelo ódio, e o pior Congresso Nacional da história republicana, conservador, reacionário e fisiológico como nunca.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Felizmente, as primeiras ações concretas do Governo Lula III demonstram que o presidente da República está no caminho certo. O primeiro sinal disso foi a aprovação da PEC da Transição, ainda antes da posse, medida fundamental para o encaminhamento das propostas do Programa de Governo.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Depois, veio a cerimônia de posse, a maior e mais emocionante já realizada no Brasil. Um show de mobilização, organização e sensibilidade (eu fui com a família e choramos várias vezes, como muita gente lá e no Brasil inteiro). Foi um evento carregado de positividade e simbolismo, que culminou com a entrega da faixa, que passou pelas mãos de cada um dos oito representantes da sociedade civil que subiram a rampa com Lula e Janja - uma criança, um indígena, um deficiente físico, homens e mulheres, negros e brancos - até ser colocada no peito do presidente por uma catadora de recicláveis. A participação da cadelinha Resistência deu uma nota de modernidade e intimidade à cerimônia, que, na minha opinião, foi impecável.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Uma semana depois, entretanto, veio a intentona golpista. O infame 8 de janeiro, enfrentado com precisão cirúrgica pela equipe do governo, com o ministro Flávio Dino no comando. Tudo foi feito com muita presteza, profissionalismo e bom senso: a intervenção na Secretaria de Segurança do Distrito Federal; a presença de Lula, já na noite de domingo, num Palácio do Planalto destruído; a detenção de mais de mil golpistas sob a coordenação do interventor Ricardo Capelli, braço direito de Dino, no dia seguinte; a reunião dos chefes dos Três Poderes no palácio presidencial e o cortejo cruzando a praça mais famosa de Brasília rumo ao Supremo Tribunal Federal, na noite de segunda-feira; a estratégia de comunicação que fez com que a opinião pública viesse a condenar veementemente o quebra-quebra golpista. Foi um verdadeiro teste de fogo, superado com méritos pelo Governo em articulação com o ministro Alexandre de Morais, o maior responsável pela higidez do processo eleitoral de 2022 e um dos grandes nomes no enfrentamento à intentona golpista, diga-se de passagem.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Seguiu-se, então, a montagem do governo - em relação à qual tenho as minhas críticas, que serão expostas no próximo post - e o encaminhamento de ações e medidas concretas. Destaque para a recomposição dos orçamentos da educação (+25 bilhões de reais em relação a 2022), saúde (+23 bi) e infraestrutura (+11 bi), recursos que já estão sendo empregados, por exemplo, na retomada de mais de 2.400 obras paradas de creches e escolas do ensino infantil e básico, no aumento de 39% para a merenda escolar, no reajuste de até 200% nas bolsas de estudos de graduação, mestrado e doutorado, no envio de 600 milhões para estados e municípios reduzirem a fila de cirurgias e em quase 2 bilhões liberados para a para manutenção de rodovias.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Entrementes, o governo anunciou a volta do Programa Minha Casa Minha Vida, com 9,5 bilhões de orçamento, tendo como meta entregar 2 milhões de moradias até 2026; implantou o novo Bolsa Família, que começou a ser pago hoje, no valor mínimo de 600 reais, mais 150 reais para crianças até 6 anos e 50 reais por cada membro da família entre 7 e 18 anos e mulheres gestantes; e lançou, também hoje, o novo Mais Médicos, com a abertura de 15 mil novas vagas e a projeção de 28 mil profissionais fixados em todo o país até o final do ano.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Em relação às ações emergenciais, o Governo Lula III também foi extremamente eficaz, como no socorro aos índios Yanomami - com o desmantelamento do garimpo ilegal, mais de 5 mil atendimentos realizados por 100 profissionais de saúde, 5,5 mil cestas básicas distribuídas e a instalação de hospital da Aeronáutica - e no apoio às cidades vítimas da tragédia do litoral Norte de São Paulo, com envio de 120 milhões de reais e até do super navio da Marinha equipado com hospital de campanha e quase 300 leitos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">É digno de nota, especialmente para os povos que convivem com a seca, a alocação de R$ 500 milhões para a construção de 100 mil cisternas no Semiárido brasileiro, programa abandonado pelo governo anterior, e a liberação de R$ 430 milhões para mitigar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul, com auxílio de R$ 4,8 mil para cada família carente afetada.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Finalmente, não podemos deixar de registrar o aumento de 9% no salário mínimo, 3% acima da inflação, restabelecendo a política de valorização abandonada desde o golpe de 2016, e o reajuste de 39% na tabela do Imposto de Renda, o primeiro desde 2015, o qual isentará quase 14 milhões de brasileiros e brasileiras e beneficiará, sobretudo, a classe média, principal formadora da opinião pública.</span></p><p><!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph --></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Essas são algumas das ações concretas implementadas em exatos 80 dias do Governo Lula III. Elas parecem indicar que o presidente da República trabalha, de fato, para fazer um grande governo. Se será o melhor, só o tempo dirá.</span></p>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-70296340494083874012023-03-19T08:41:00.003-03:002023-03-19T10:19:49.721-03:00Primeiros movimentos do Governo Lula III: a diplomacia<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFhhrPnKH3XtylzVKL3MiPh8bVVUrzPQMuIo_F7RHXCpDufV8hJiff5Lhz0Br3VJYErw4ZnWXLC1O1TXFErgOR-BVRO3fa59K2SYW3nrpva-H8sRGejBITMhEqhzz0FLeyO96epRrdFlvYNzrHoArAjK-2IrBGYJXwfKeYfPu_3-LOYEiRHFQTd9q5iQ/s750/LULA.-Foto-Ricardo-Stuckert.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="440" data-original-width="750" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFhhrPnKH3XtylzVKL3MiPh8bVVUrzPQMuIo_F7RHXCpDufV8hJiff5Lhz0Br3VJYErw4ZnWXLC1O1TXFErgOR-BVRO3fa59K2SYW3nrpva-H8sRGejBITMhEqhzz0FLeyO96epRrdFlvYNzrHoArAjK-2IrBGYJXwfKeYfPu_3-LOYEiRHFQTd9q5iQ/w526-h308/LULA.-Foto-Ricardo-Stuckert.jpeg" width="526" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Quais os acertos do Governo Lula III e as virtuais mudanças necessárias para corrigir seus rumos. Esse foi o tema do Programa Reflexões, veiculado na última quinta feira pela TV Roda de Conversa (assista </span><a href="https://www.youtube.com/live/X0Oxi0PPlTs?feature=share" style="font-family: Cabin;">aqui</a><span style="font-family: Cabin;">). Participei do programa juntamente com Watteau Rodrigues e Vladimir Dantas, sob a mediação do Dr. Sebastião Costa, e pretendo publicar alguns posts sintetizando a minha intervenção.</span></p><!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Começo pelo que considero um verdadeiro gol de placa de Lula já nos seus primeiros movimentos após a eleição: o restabelecimento daquilo que o ex-chanceler Celso Amorim tão bem definiu como marca dos governos Lula e Dilma<em>,<strong> uma diplomacia ativa e altiva</strong></em>.</span></p>
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Tudo começou com a participação de Lula na COP 27, no Egito, onde, mesmo ainda sem tomar posse na Presidência da República, foi a estrela do evento. Além da recepção triunfal - a ponto da conferência ser apelidada de “Lulapalooza” - e do seu discurso assertivo, o presidente eleito teve uma agenda forte de encontros bilaterais com representantes dos Estados Unidos, China, Alemanha, Noruega e União Europeia, além do próprio secretário-geral da ONU. Como resultado, Lula emplacou a realização da COP 30 no Brasil e a reativação do Fundo Amazônia. Na viagem de volta, fez uma escala em Portugal, onde foi recebido pelo presidente e pelo primeiro ministro. Numa passagem sobretudo simbólica pela Península Ibérica, Lula demarcou a reaproximação do Brasil com a União Europeia. </span></p>
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Já a sua primeira viagem como presidente empossado foi um claro aceno à unidade latino-americana. Na Argentina, participou da VII Cúpula de chefes de Estado e de Governo da CELAC, encontrou-se com o presidente Alberto Fernandes, com as Mães da Praça de Maio e com o presidente de Cuba. Depois foi ao Uruguai, onde conseguiu demover o presidente Lacalle Pou de firmar acordo bilateral com a China, em detrimento do Mercosul. Terminou a viagem com uma visita à chácara de José Mujica. Melhor não poderia ser.</span></p>
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Em fevereiro, Lula viajou para os Estados Unidos, a convite de Joe Biden. Numa visita de aproximação, com agenda relativamente genérica, os dois chefes de Estado fizeram um pronunciamento comum em defesa da democracia e contra o discurso de ódio, além de reafirmarem a intenção de trabalharem juntos no combate à desinformação e à violência na política e comprometeram-se, ainda, a colaborarem mutuamente no enfrentamento à crise climática. Em suma, Lula e Biden marcaram posição frente à extrema direita e o presidente brasileiro trouxe na bagagem mais apoio financeiro para o Fundo Amazônia.</span></p>
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">É de se ressaltar também a postura equilibrada do Governo Lula sobre a guerra na Ucrânia. Antes de mais nada, a defesa da paz, posição histórica da política externa brasileira, que tem por tradição defender a integridade das nações, como disse o próprio presidente Lula em várias ocasiões. Para além da razão humanitária óbvia, essa é uma atitude bastante pragmática para um país que não é uma potência militar e que, se sofrer uma agressão externa, enfrentará extremas dificuldades.</span></p>
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Nessa questão, aliás, o Governo Lula dá uma no cravo e outra na ferradura. Por um lado, vota a favor da resolução da ONU contra a invasão russa; por outro, rejeita aderir às sanções à Rússia e fornecer munições à Ucrânia. Assim, o Brasil coloca-se numa situação de neutralidade e se credencia a mediar o conflito juntamente com outros países que adotam essa mesma posição, como a Turquia e a China, o que reforça uma tese há muito defendida por Lula, que é a reconfiguração do Conselho de Segurança da ONU. Na minha opinião, esse seria um passo fundamental na restauração do multilateralismo nas relações internacionais.</span></p>
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Finalmente, mas não menos importante, foi o caso da permissão para que dois navios de guerra iranianos atracassem no Brasil. Contrariando os EUA e seus aliados mais subservientes que promovem duro embargo contra a nação árabe, a decisão foi uma demonstração de independência da diplomacia brasileira e, apesar da grita dos norte-americanos, ficou por isso mesmo... Ponto para o Brasil, que reafirmou enfaticamente a sua soberania e não entrou em bola dividida com o Irã, um importante parceiro comercial do país.</span></p>
<!-- /wp:paragraph -->
<!-- wp:paragraph -->
<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">A volta do Brasil, em grande estilo, ao cenário internacional, depois do período mais vergonhoso da política externa brasileira, quando o país se isolou e se apequenou como nunca antes na nossa história, dá um lastro importante ao Governo Lula III no enfrentamento às forças conservadoras, reacionárias e de extrema-direita que saíram fortalecidas das eleições parlamentares de 2022 e que compõem a maioria no Congresso Nacional. O apoio internacional ao Governo Lula é um antídoto fundamental à tentação autoritária, violenta e golpista que ainda grassa no país.</span></p><p style="text-align: justify;"><i style="font-family: Cabin; font-size: small;">(*) Foto: Ricardo Stuckert</i></p>
<!-- /wp:paragraph -->Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-8117115313965612002023-01-13T13:17:00.000-03:002023-01-13T13:17:08.381-03:00Paraíba: um estado rural e suas contradições<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNxDrCCoScwWpFFh9NhTlcU5XEIsha1RHpFcLf9snLIMm-MaCpZ7y3y4-BmEDlq6xkqCIys-EoUPElt0pQsrNiY7M35y9dd7DfAW8Ge8wMGWYBDU-siLrzONjpq7UTMsvho7xsTTA4cQHbamykk8eY6JvMtAhmQSJqi9ZQBnLnNfK-iELUCR2AKvX0aw/s2500/image.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1667" data-original-width="2500" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNxDrCCoScwWpFFh9NhTlcU5XEIsha1RHpFcLf9snLIMm-MaCpZ7y3y4-BmEDlq6xkqCIys-EoUPElt0pQsrNiY7M35y9dd7DfAW8Ge8wMGWYBDU-siLrzONjpq7UTMsvho7xsTTA4cQHbamykk8eY6JvMtAhmQSJqi9ZQBnLnNfK-iELUCR2AKvX0aw/w457-h304/image.jpeg" width="457" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O último censo demográfico realizado no Brasil, em 2010, apurou que 24,6% da população paraibana é domiciliada na zona rural, mas essa estatística é sabidamente subestimada, como aliás ocorre em todo o país </span><a href="#_ftn1" style="font-family: Cabin;">[1]</a><span style="font-family: Cabin;">, constatação que se tornou consensual no meio acadêmico brasileiro desde a publicação, em 2002, do já clássico “Cidades Imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula”, de José Eli da Veiga.</span></div><span style="font-family: Cabin;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com efeito, 40% da população paraibana está concentrada em apenas seis municípios, quatro deles situados na região metropolitana da capital (João Pessoa, Bayeux, Cabedelo e Santa Rita), com 1 milhão de habitantes, bem como em Campina Grande (385 mil) e Patos (100 mil), mas 90 municípios paraibanos (40%) apresentaram populações rurais superiores às populações urbanas e 191 (85%) têm densidades demográficas menores do que 150 hab./km², sendo que 120 (54%) com taxas abaixo de 50 hab./km² (<a href="https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censo-demografico/demografico-2010/inicial">IBGE, 2010</a>). Esses indicadores evidenciam a natureza rural do estado da Paraíba, conforme as tipologias de Organismos Internacionais <a href="#_ftn2">[2]</a>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pode-se argumentar que a participação de apenas 3,6% da agropecuária no PIB estadual <a href="#_ftn3">[3]</a> invalidaria tal caracterização, mas a Paraíba – especialmente sua ampla porção semiárida – pode ser caracterizada como “um campo economicamente esvaziado, mas socialmente vivo [pois] o bioma Caatinga configura-se como o maior polo contínuo de ruralidades no país, mas com baixa participação do valor agregado pelas atividades agropecuárias no valor agregado total, no qual dominam os serviços” <a href="#_ftn4">[4]</a>. De mais a mais, a Paraíba apresenta uma cultura fortemente marcada pela ruralidade enquanto “categoria histórica” <a href="#_ftn5">[5]</a>, o que lhe confere um <i>ethos</i> marcadamente rural, que tem o seu epítome nos festejos de São João, o maior evento turístico do estado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nesse panorama, ressalta a presença camponesa, pois 77% dos estabelecimentos agropecuários paraibanos foram classificados como pertencentes à “agricultura familiar” no último Censo agropecuário (<a href="https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/">IBGE, 2017</a>), cuja metodologia excluiu da classificação milhares de estabelecimentos que ampliaram sua “pluriatividade” no interstício entre este e o Censo anterior, realizado em 2006 <a href="#_ftn6">[6]</a>, o qual havia contabilizado essa taxa em 88,5% (<a href="https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censo-agropecuario/censo-agropecuario-2006/segunda-apuracao">IBGE, 2006</a>). Considerando que a articulação das atividades agrícolas com ocupações não agrícolas pelos membros da unidade produtiva familiar faz parte de sua “estratégia de reprodução” <a href="#_ftn7">[7]</a> e reforçam a “resistência camponesa” no mundo contemporâneo <a href="#_ftn8">[8]</a>, penso que o Censo agropecuário de 2006 registra com mais precisão a presença camponesa na Paraíba.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De fato, um estudo utilizando dados do Censo Agropecuário de 2006 <a href="#_ftn9">[9]</a> apurou que a densidade de estabelecimentos familiares <a href="#_ftn10">[10]</a> na Paraíba é bastante alta, pois das 20 microrregiões mais densas do Brasil, todas do Nordeste, seis são paraibanas, cinco delas no Agreste, nas microrregiões de Campina Grande, Esperança, Curimataú Oriental, Brejo paraibano e Guarabira e uma na Zona da Mata, na microrregião de Sapé.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nesse contexto ressaltam dois grandes problemas: a histórica <b>concentração fundiária</b>, expressa por um estratosférico coeficiente de Gini de 0,755 (confira <a href="http://www2.fct.unesp.br/nera/atlas/estrutura_fundiaria.htm">aqui</a>), e a <b>minifundiarização</b>, já que o estado apresenta a menor área média dos estabelecimentos familiares no país (11,5 hectares, contra 14,1 ha. no Nordeste e 20,8 ha. no Brasil) <a href="#_ftn11">[11]</a>. De fato, enquanto 76,9% dos estabelecimentos rurais do estado são da Agricultura Familiar, estes detêm apenas 42,1% da área, ao passo que os 23,1% dos estabelecimentos não familiares concentram 57,9% da área total, conforme se pode verificar no gráfico abaixo.</div></span><span style="font-family: Cabin;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj10NI-VjgYvQWqBDEtxuIikcSHIQgmsT3LRMk_vCogjOxf8i9BOyHe2OCymJqd58He8TzXws7qAFVZaYcHGU891AQOUE68M-p8VZsMiuSvFUY2PqClbxa6s4jEeqOXFVfHc8oO2bcj_SrxKLPO3EZHbpaS46IRYWwA7jBAFDRHBXOw-m7YKDQ2wQOzAw" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="452" data-original-width="752" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj10NI-VjgYvQWqBDEtxuIikcSHIQgmsT3LRMk_vCogjOxf8i9BOyHe2OCymJqd58He8TzXws7qAFVZaYcHGU891AQOUE68M-p8VZsMiuSvFUY2PqClbxa6s4jEeqOXFVfHc8oO2bcj_SrxKLPO3EZHbpaS46IRYWwA7jBAFDRHBXOw-m7YKDQ2wQOzAw=w477-h286" width="477" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Fonte:
Elaboração própria com dados do Censo Agropecuário 2017</span></td></tr></tbody></table><span style="font-family: Cabin;"><br /></span><br /><span style="font-family: Cabin;">Sem embargo, a Agricultura Familiar é um importante fator de geração de receitas e empregos no estado, pois 73,4% das pessoas ocupadas na agropecuária paraibana estão nos estabelecimentos familiares, os quais respondem por 44,5% das receitas do setor agropecuário paraibano <a href="#_ftn12">[12]</a>.<br /><br />Essa é uma realidade que se reproduz há séculos na Paraíba, onde o extraordinário potencial do povo trabalhador do campo vem sendo solapado pelos interesses das elites agrárias que se perpetuam nas estruturas de poder no estado. Assim, é fundamental que o Governo Lula III enfrente, com coragem e energia, a questão agrária paraibana para - junto ao povo camponês, suas organizações e aliados - inaugurar um novo tempo de esperança e prosperidade para a Paraíba, esse lindo estado rural.</span></span></p><div style="mso-element: footnote-list;"><hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
DELGADO, N.G.; LEITE, S.P.; SCHMITT,
C.J.; GRISA, C.; KATO, K.; WESZ JUNIOR, V. J. Tipologias de ruralidades em
agências multilaterais e organismos internacionais selecionados. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">In</i> MIRANDA, C.; SILVA, H. (orgs.), <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Concepções da ruralidade contemporânea: </b>as
singularidades brasileiras. Brasília: IICA, 2013 (Série Desenvolvimento Rural
Sustentável; v. 21).<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Idem.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">BEZERRA, F.J.A; BERNARDO, T.R.R., XIMENES,
L.J.F.; VALENTE JUNIOR, A.S. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Perfil
socioeconômico da Paraíba</b>. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2015.</span><o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">BITOUN, J.; MIRANDA, L.; SOARES, F.; LYRA,
M.R.; CAVALCANTI, J. Tipologia regionalizada dos espaços rurais brasileiros. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">In</i> MIRANDA, C. (org.) <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Tipologia regionalizada dos espaços rurais
brasileiros</b>: implicações no marco jurídico e nas políticas públicas.
Brasília: IICA, 2017 (Série Desenvolvimento Rural Sustentável; v. 22), p. 10-11.</span><o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">WANDERLEY, M.N.B. A emergência de uma nova
ruralidade nas sociedades modernas avançadas: o “rural” como espaço singular e
ator coletivo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">In</i> <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O mundo rural como espaço de vida</b>:
reflexões sobre a propriedade da terra, agricultura familiar e ruralidade.
Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009, p. 204.</span><o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
<span style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">DEL GROSSI, M.; FLORIDO, A.C.S.;
RODRIGUES, L.F.P.; OLIVEIRA, M.S. Comunicação de pesquisa: delimitado a
agricultura familiar nos censos agropecuários brasileiros. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Revista NECAT</b>, 8 (16), 2019: 40-45.</span><o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> SCHNEIDER,
S. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A pluriatividade na agricultura
familiar</b>. 2ª ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="mso-ansi-language: ES-MX;"> </span><span lang="ES-MX" style="mso-ansi-language: ES-MX; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">PLOEG, J.D. van der. </span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Camponeses
e impérios alimentares</span></b><span style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">:
lutas por autonomia e sustentabilidade na era da globalização. Porto Alegre:
Editora da UFRGS, 2008, p. 49.</span><o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> LANDAU,
E.C.; GUIMARÃES, L.S.; HIRSCH, A.; GUIMARÃES, D.P.; MATRANGOLO, W.J.R.;
GONÇALVES, M.T., <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Concentração geográfica
da Agricultura Familiar no Brasil</b>. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo,
2013.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Número de estabelecimentos familiares/100 km²<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn11" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">TARGINO, I.; MOREIRA, E. Agricultura familiar
na Paraíba: Perfil com base no Censo Agropecuário de 2017, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Revista Econômica do Nordeste</b>, Fortaleza, v. 51, suplemento especial,
p. 133-154, agosto, 2020, p. 136.</span><o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn12" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Idem, p. 137.<o:p></o:p></span></p>
</div>
</div><br /><p></p></div></div>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-91826995536251501562023-01-06T12:10:00.001-03:002023-01-06T12:10:57.238-03:00Desenvolvimento Agrário abandona a Política Territorial. E isso é um erro.<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKhgFIsQSTskwKyk2dOUkPoMlIx6ZjQaI8YFxqgmtxa1ZoNtojCe1qir4T5Rvrt1V16FTdpRD1f7GVU4cmvotdqhOPGWNVsvnmfgRgt-S9MpQHtw6pHMiAhx8gMd9U9_9ArbqX4TMQm6FsHgCqGlKpnvPJpaHyUe8HPjArk56itgOl9oKIKocw9Ue6TA/s768/Imagem1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="645" data-original-width="768" height="381" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKhgFIsQSTskwKyk2dOUkPoMlIx6ZjQaI8YFxqgmtxa1ZoNtojCe1qir4T5Rvrt1V16FTdpRD1f7GVU4cmvotdqhOPGWNVsvnmfgRgt-S9MpQHtw6pHMiAhx8gMd9U9_9ArbqX4TMQm6FsHgCqGlKpnvPJpaHyUe8HPjArk56itgOl9oKIKocw9Ue6TA/w453-h381/Imagem1.png" width="453" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin; text-align: justify;">A falta de continuidade das políticas públicas no Brasil é uma chaga viva na nossa história republicana. Afora as rupturas provocadas pelos golpes de Estado e as alterações</span><span style="font-family: Cabin; text-align: justify;"> próprias da alternância democrática nos poderes constituídos, verificam-se também mudanças de rumos na sucessão de governos de um mesmo partido ou campo político.</span></div><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">É o que está acontecendo na configuração do novo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDAF), ele próprio um órgão marcado pela descontinuidade, pois, em 38 anos desde a sua criação, o ministério teve apenas 19 anos em efetivo funcionamento. </span><span style="font-family: Cabin;">Refiro-me ao abandono da Política Territorial como elemento agregador dos programas e ações do MDAF, </span><a href="https://caniello.blogspot.com/2023/01/ministerio-do-desenvolvimento-agrario-e.html" style="font-family: Cabin;" target="_blank">como já apontamos quando festejamos a recriação do ministério</a><span style="font-family: Cabin;">. Agora quero explicar porque faço essa crítica.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">A chamada "estratégia territorial de desenvolvimento rural" - uma abordagem formulada no debate acadêmico nos anos 1980-1990 e praticada por governos europeus desde então - foi adotada pelo MDA em 2003, no início do primeiro Governo Lula, com a criação da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) na estrutura do ministério, </span><span style="font-family: Cabin;">com três objetivos: (a) superar o "setorialismo" das políticas públicas para os povos do campo, sabidamente deletéria conforme a literatura especializada; (b) otimizar a aplicação de recursos humanos e financeiros na implementação de políticas públicas no meio rural em face do paradoxo entre a centralização do Estado e a fragmentação municipalista no pacto federativo brasileiro; e (c) fomentar a participação social no planejamento, implementação e monitoramento das políticas públicas desenvolvidas nos territórios rurais.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Esses objetivos foram colocados em prática por meio do Programa Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável dos Territórios Rurais (PRONAT), que ficaria conhecido como <b>Programa Territórios da Cidadania</b> a partir do segundo Governo Lula. Esse processo foi acompanhado, assessorado e avaliado por centenas de grupos de pesquisa de universidades públicas brasileiras selecionados em dois Editais públicos do CNPq: o <b>Projeto Células de Acompanhamento e Informação (CAI)</b> e o <b>Projeto Núcleos de Extensão em Desenvolvimento Territorial (Projeto NEDETs)</b>, que produziram uma vasta produção acadêmica sobre a experiência.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Eu dirigi a CAI Borborema, o NEDET Borborema, Curimataú e Seridó Paraibano e fiz parte da Comissão de Coordenadores que assessorou a SDT durante o desenvolvimento dos dois projetos. Em virtude disso, publiquei vários trabalhos sobre a experiência, apontando limitações, avanços e potencialidades (<a href="https://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/64671">aqui</a>, </span><a href="http://publications.cirad.fr/une_notice.php?dk=595387" style="font-family: Cabin;">aqui</a>,<span style="font-family: Cabin;"> <a href="http://raizes.revistas.ufcg.edu.br/index.php/raizes/article/view/115">aqui</a>, <a href="https://revistaesa.com/ojs/index.php/esa/article/view/360">aqui</a> e <a href="https://periodicos.unb.br/index.php/sust/article/view/15562">aqui</a>), mas quero agora ressaltar os resultados de uma pesquisa de opinião que realizamos no primeiro semestre de 2016 com </span><span style="text-align: left; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Cabin;">3.918 integrantes dos colegiados de 146 Territórios Rurais (TRs) localizados em todas as Unidades da
Federação do Brasil (sobre a metodologia da pesquisa, leia <a href="https://online.unisc.br/seer/index.php/redes/article/view/15233">aqui</a>).</span></span></p><p class="Texto" style="line-height: normal; text-indent: 0cm;"><o:p></o:p></p><p style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><span style="font-family: Cabin;">Como uma tendência geral da pesquisa, a dimensão
melhor avaliada pelos respondentes foi a que se relaciona aos
resultados concretos da política territorial que, <i>grosso modo</i>, podem ser resumidos assim:</span></span></p><p style="text-align: justify;"></p><ul><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Os investimentos públicos nos ativos territoriais foram bem sucedidos, o que pode ser verificado, pelo desempenho do PROINF, </span><o:p style="font-family: Cabin;"></o:p><span style="font-family: Cabin;">que financiou 8.141 projetos produtivos nas diversas regiões do país, sendo que o maior volume de recursos foi destinado ao Nordeste, um montante de R$ 755 milhões (38% do total), ou R$ 1,1 bilhão em valores atualizados, onde foram construídos 361 centros de comercialização, 94 agroindústrias, 69 casas de mel, 58 Escolas Famílias Agrícolas, 45 abatedouros, 35 casas de farinha, entre outros inúmeros projetos.</span></li></ul><ul><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Os colegiados territoriais promoveram a ampliação da participação sociedade civil na gestão de políticas públicas e levaram ao <i>empoderamento</i> dos atores sociais e suas organizações, pois estes têm conseguido assumir posições de liderança político-administrativa, inclusive por meio eleitoral nos seus territórios de origem.</span></li></ul><ul><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Várias políticas públicas foram "territorializadas", como PAA e o SUASA, por exemplo, o que levou à otimização do seu desempenho.</span></li></ul><ul><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">A experiência fomentou a aprendizagem dos atores sociais, pois estes </span>r<span style="font-family: Cabin;">econhecem ganhos no conhecimento das dinâmicas territoriais, dos desafios do desenvolvimento e das políticas públicas.</span></li></ul><ul><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">A estratégia territorial levou ao melhoramento dos laços sociais dos atores envolvidos - aliás, o indicador melhor avaliado na pesquisa - indicando que a dinâmica territorial favoreceu a cooperação entre as pessoas, alimentou o seu sentimento de pertença (identidade) e fortaleceu o <i>capital social</i>, base do desenvolvimento territorial. </span></li></ul><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin; text-align: left;">Isso significa que, embora envolta
em dificuldades, paradoxos e dilemas, a política territorial implementada como
estratégia de desenvolvimento rural entre os anos de 2003 e 2016 no Brasil foi
bem sucedida em seus objetivos últimos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin; text-align: left;">Daí eu pergunto: por que abandoná-la?</span></p><p></p>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-70653402671436313062023-01-05T12:52:00.009-03:002023-01-05T15:06:34.700-03:00Paraíba: trezentos anos de história camponesa<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYP0i9TeH-B7K1RZTk-CYwdpJtQCN73rdL0EufT_Qf2G58HSLijCINK4XVsiNB8-RyOZZ01_FEoLhr9QATX8sdlLdiLGo76x005Sib1SW4Ydq4GqtA5Z747WSMRYJOjSexjDHayIwvsviG7vvD72wcR5bbDtH5AU0JRAQtN5QtZfGZaBYMAwcsvg66Dg/s696/image_processing20210329-29999-13auwua.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="426" data-original-width="696" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYP0i9TeH-B7K1RZTk-CYwdpJtQCN73rdL0EufT_Qf2G58HSLijCINK4XVsiNB8-RyOZZ01_FEoLhr9QATX8sdlLdiLGo76x005Sib1SW4Ydq4GqtA5Z747WSMRYJOjSexjDHayIwvsviG7vvD72wcR5bbDtH5AU0JRAQtN5QtZfGZaBYMAwcsvg66Dg/w482-h295/image_processing20210329-29999-13auwua.jpeg" width="482" /></a><br /><br /></p><p class="MsoBodyText2" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Cabin;"><i>Caro leitor, cara
leitora. Hoje dou início à postagem de excertos de textos acadêmicos publicados
e também de textos inéditos que produzi nos últimos anos sobre o campesinato,
trabalhadores e trabalhadoras rurais, comunidades tradicionais, o Semiárido, a
Paraíba e as políticas públicas desenvolvidas para esses povos e territórios. É
uma maneira de dar a minha contribuição para a popularização do debate científico.
As notas são apenas para referências bibliográficas obrigatórias e a leitura delas é opcional.</i><o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Cabin;">*****<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><span style="color: black;">A <i style="mso-bidi-font-style: normal;">campesinização </i><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> do
espaço agrário paraibano começou no limiar do século XVIII, como de resto em
todo o Nordeste oriental <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, a
partir de três vertentes relacionadas à dinâmica da agroindústria açucareira,
“nervo e substância” <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> da
economia do Brasil colonial.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Cabin;">Em primeiro
lugar, no início do século XVIII verifica-se uma queda vertiginosa dos
preços internacionais do açúcar em função da concorrência do produto antilhano, o que
compeliu os senhores de engenho a aprofundarem a sua recalcitrância em produzir
qualquer outra coisa que não fosse o açúcar e se fixarem exclusivamente na
produção dessa <i>commodity</i>. Em decorrência disso, observa-se “a
constituição de comunidades de cultivadores pobres e livres” <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> nos
rebordos das florestas virgens da Zona da Mata, através de um “processo de
conversão” <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> de
homens e mulheres pobres em cultivadores de gêneros de subsistência,
especialmente a mandioca, base da alimentação da população escrava e livre, bem
como das tripulações das muitas frotas portuguesas que na colônia aportavam. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><span style="color: black;">Em meados do século
XVIII, fontes coevas registravam “uma grande expansão – espacial e numérica –
desse tipo de unidades produtoras” na Zona da Mata paraibana <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
mas a pressão fundiária sobre as melhores terras agricultáveis da Paraíba
levaria à expulsão da maioria das comunidades camponesas pelo Estado colonial
em favor dos interesses dos grandes proprietários, fixando-se elas, então, no
Agreste, onde desenvolveriam uma “agricultura de subsistência complementada
pelo criatório voltado para o autoconsumo” <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Cabin;">Em segundo lugar, e
pela mesma razão, premia a ampliação e priorização econômica da <i>plantation</i>,
o que levou a administração régia a proibir a criação de gado na zona
canavieira em 1701, empurrando essa atividade para a extensa hinterlândia
semiárida paraibana, até então inexplorada, onde se desenvolveria outro
segmento do campesinato paraibano, formado por escravos e “pobres livres” que
acompanharam os criadores de gado e pelos índios que sobreviveram à política de
extermínio promovido pela Coroa Portuguesa <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> como
suporte à chamada “frente de expansão pecuária” <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><span style="color: black;">Escravos forros,
pobres livres e índios “pacificados” seriam empregados como vaqueiros e, com
suas famílias, desenvolveriam a pequena produção de alimentos na órbita das
fazendas de gado no Sertão e Cariri. Alguns deles tornar-se-iam pequenos
proprietários, pois, como apontou Capistrano de Abreu, “depois de quatro ou
cinco anos de serviço, começava o vaqueiro a ser pago; de quatro crias
cabia-lhe uma; podia-se assim fundar fazenda por sua conta” <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
mas a imensa maioria deles sobreviveria como arrendatários, parceiros, meeiros,
“jornaleiros” ou, no limite, mendigando nas vilas e cidades que iam surgindo naquelas
vastidões incultas.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><span style="color: black;">Finalmente, mas não
menos importante, no mesmo período processa-se a formação de um
“protocampesinato negro” nas “brechas” do sistema escravista da agroindústria
canavieira nordestina <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
seja pela concessão de lotes aos escravos destinados à produção de gêneros para
a sua própria subsistência <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
parcelas essas não raro passíveis de transmissão a descendentes ou
confrades <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
redundando em “uma frequência progressivamente maior de núcleos familiares
estáveis” <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
seja pelas comunidades quilombolas, cuja história das origens na Paraíba ainda
precisa ser registrada <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
mas que, hoje, resistem em 36 assentamentos espalhados por todo o estado <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn16" name="_ftnref16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Cabin;">Em 300 anos de
história camponesa, o estado da Paraíba experimentou vários processos de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">descampesinização</i> de seus espaços
agrários, sempre movidos, com maior ou menor violência, pelos interesses
econômicos das elites mandatárias e dos grandes proprietários rurais, mas
também vivenciou diversos processos de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">recampesinização</i>,
fruto de transições produtivas não conflitantes com aqueles interesses, mas
conquistados e mantidos pela resiliência de camponeses e camponesas. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Cabin;">Por exemplo, na Zona
da Mata, que apresenta os melhores solos e o regime pluviométrico mais
favorável da Paraíba e, por isso mesmo, onde até hoje dominam os grandes
plantadores de cana-de-açúcar – principal produto agrícola do estado e
responsável por cerca de 35% do valor total da produção agropecuária paraibana,
incluindo-se a agroindústria <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn17" name="_ftnref17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[17]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> –
a pequena propriedade camponesa tem o seu lugar, destacando-se como a maior
produtora de abacaxi e mandioca <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn18" name="_ftnref18" style="mso-footnote-id: ftn18;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[18]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
as lavouras temporárias mais rentáveis do estado depois da cana-de-açúcar, também
majoritariamente cultivadas nesse espaço agrário, entre outras culturas
alimentares. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Cabin;">Por outro lado, nas
mesorregiões do Agreste, Borborema e Sertão – onde a cotonicultura prosperou a
partir do final do século XVIII e por todo o século XIX – estabeleceu-se “o
tripé da produção semiárida, gado-algodão-culturas alimentares” <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn19" name="_ftnref19" style="mso-footnote-id: ftn19;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[19]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
processo que favoreceu a consolidação da pequena propriedade camponesa surgida
no entorno das grandes fazendas de gado em virtude da “expansão dos sistemas de
parceria e arrendamento, formas de trabalho características da região” <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn20" name="_ftnref20" style="mso-footnote-id: ftn20;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[20]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> e
que levaria ao seu predomínio atual nesses espaços agrários, mesmo após a crise
que se abateu sobre a cultura do algodão nas décadas de 1980 e 1990 e a consequente
expulsão de muitos camponeses com o fim do “sistema de morada” <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn21" name="_ftnref21" style="mso-footnote-id: ftn21;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[21]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Cabin;">Entrementes, a partir do final dos anos
1950, após séculos de exclusão socioeconômica e submissão política forçada
pelas oligarquias dominantes, o campesinato paraibano começa a se organizar
politicamente nas Ligas Camponesas que logo seriam esmagadas pela ditadura
militar e seus acólitos <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn22" name="_ftnref22" style="mso-footnote-id: ftn22;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[22]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Mas, com o processo de
“abertura política” iniciado em meados dos anos 1970, camponeses e camponesas
da Paraíba passam a protagonizar processos de organização social, política e
produtiva por meio da articulação de movimentos sociais, sindicatos rurais,
coletivos, associações e cooperativas de produtores familiares, tendo como
aliados parceiros institucionais como ONGs, a sociedade civil organizada,
organismos de cooperação internacional e as universidades públicas espalhadas
pelo estado. </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Cabin;">Contudo, esse processo n</span></span><span style="font-family: Cabin;">ão foi pacífico, mas resultado de uma luta heróica. João Pedro</span><span style="font-family: Cabin;"> Teixeira, Nego Fuba e Margarida Maria Alves são mártires dessa luta.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Cabin;">Entendemos que a
resiliência camponesa na Paraíba deveu-se, fundamentalmente, à reconfiguração
organizativa desse campesinato no início dos anos 1980 sob os influxos do “novo
sindicalismo”, aos aliados que ele foi capaz de angariar a partir de então, aos
processos de conversão produtiva construídos nos quadros dessa relação –
notadamente a “transição agroecológica” <a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftn23" name="_ftnref23" style="mso-footnote-id: ftn23;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[23]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> –
e às políticas públicas que potencializaram e deram sustentabilidade ao seu <i style="mso-bidi-font-style: normal;">empoderamento</i> econômico, social e
político, cujos principais marcos são: (a) a universalização da aposentadoria
rural no início dos anos 1990; (b) a criação do Programa Nacional
de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF) em 1996; e (c) o conjunto
de políticas e programas implementado pelos governos de Luís Inácio Lula da
Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016), quando o campesinato e suas
organizações conquistaram um real protagonismo na pauta do Orçamento Geral da
União e no diálogo com o Governo Federal.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 18pt; margin-bottom: 6pt; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Cabin;">Como sabemos, tudo
isso foi desarticulado pelos governos Temer e Bolsonaro, mas os camponeses, as camponesas
e suas organizações seguem resilientes na Paraíba e, agora, estão firmes e
prontos para escrever um novo capítulo de sua História com Lula Presidente.<o:p></o:p></span></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><span style="font-family: Cabin;"><br clear="all" />
</span><hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="mso-ansi-language: ES-MX;"> <span class="TextodenotaderodapChar"><span lang="ES-MX">PLOEG, J.D. van der. </span></span></span><span class="TextodenotaderodapChar"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Camponeses
e impérios alimentares: lutas por autonomia e sustentabilidade na era da
globalização</b>. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008.</span><o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> PALACIOS,
G. Campesinato e escravidão: uma proposta de periodização para a história dos
cultivadores pobres livres no Nordeste Oriental do Brasil. C. 1700-1875. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Dados – Revista de Ciências Sociais</b>, 30
(3), 1987, p. 327.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> BRANDÃO,
A.F., <b>Diálogos das grandezas do Brasil</b>. 3ª ed. (segundo o apógrafo de Leiden,
org. por José Antônio Gonsalves de Mello). Recife: Massangana, 1997 [1618], p.
86.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span lang="ES-MX" style="mso-ansi-language: ES-MX;"> PALACIOS, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">op. cit.,</i> p. 329.<o:p></o:p></span></span></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Idem,
p. 330.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Idem,
p. 333.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> MOREIRA,
E.; TARGINO, I. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Capítulos de geografia
agrária da Paraíba</b>. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 1997, p. 80.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> PUNTONI,
P. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A guerra dos bárbaros</b>: povos
indígenas e a colonização do sertão Nordeste do Brasil, 1650-1720. São Paulo:
Hucitec; EDUSP; Fapesp, 2002, p. 17.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> FURTADO,
C. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Formação econômica do Brasil</b>. 10ª
ed. São Paulo: Editora Nacional, 1970, p. 59.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> ABREU,
J.C. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Capítulos de história colonial
(1500-1800)</b>. 7ª ed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1988 [1907],
p. 170.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn11" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> CARDOSO,
C. S. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Escravo ou camponês? O protocampesinato
negro nas Américas</b>. São Paulo: Brasiliense, 1987.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn12" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Idem, p. 95.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn13" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Idem, p. 102.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn14" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Idem, p. 113.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn15" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> FORTES,
M.E.P.; LUCCHESI, F. Comunidades quilombolas na Paraíba. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">In</i> BANAL, A.; FORTES, M.E.P. (orgs.), <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Quilombos da Paraíba</b>: A realidade de hoje e os desafios para o
futuro. João Pessoa: Imprell, 2013, p. 48.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn16" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref16" name="_ftn16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> BANAL,
A. A <i style="mso-bidi-font-style: normal;">via crucis</i> das comunidades
quilombolas da Paraíba. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">In</i> BANAL, A.;
FORTES, M.E.P. (orgs.), <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Quilombos da
Paraíba</b>: A realidade de hoje e os desafios para o futuro. João Pessoa:
Imprell, 2013, p. 36.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn17" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref17" name="_ftn17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[17]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> CANIELLO,
M. (org). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Paraíba vista pelo NEPP-PB</b>.
São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2023, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">no
prelo.<o:p></o:p></i></span></p>
</div>
<div id="ftn18" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref18" name="_ftn18" style="mso-footnote-id: ftn18;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[18]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Idem.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn19" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref19" name="_ftn19" style="mso-footnote-id: ftn19;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[19]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> MOREIRA;
TARGINO, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">op. cit., </i>p. 79.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn20" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref20" name="_ftn20" style="mso-footnote-id: ftn20;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[20]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Idem,
p. 78.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn21" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref21" name="_ftn21" style="mso-footnote-id: ftn21;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[21]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> WANDERLEY,
M.N.B. O campesinato brasileiro: uma história de resistência.<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> Revista de Economia e Sociologia Rural</b>,
52 (4), Supl. 1, 2014, p. 27.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn22" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref22" name="_ftn22" style="mso-footnote-id: ftn22;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[22]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> CARNEIRO,
A; CIOCCARI, M. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Retrato da repressão
política no campo – Brasil, 1962-1985</b>: camponeses torturados, mortos e
desaparecidos. <span lang="FR" style="mso-ansi-language: FR;">Brasília: MDA, 2011,
p. 27.</span><o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn23" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: Cabin;"><a href="file:///C:/Users/M%C3%A1rcio/Desktop/POST%201.docx#_ftnref23" name="_ftn23" style="mso-footnote-id: ftn23;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 107%;">[23]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> CAPORAL,
F.; COSTABEBER, J.A. Agroecologia e desenvolvimento rural sustentável:
perspectivas para uma nova extensão rural. <b>Agroecologia e Desenvolvimento
Rural Sustentável</b>, Porto Alegre, v.1, n.1, 2000.</span><o:p></o:p></p>
</div>
</div><br /><p></p>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-27917841902290071192023-01-04T18:09:00.009-03:002023-01-04T21:43:19.156-03:00Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, seja bem-vindo!!<p style="text-align: center;"></p><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSsJnsBp05TPK1KIrrBQvN2Bagv82v-peTla-DQXa8nqLeTPh6kcKwS797Ptn7X-fr_JHYN3-cQ0SCKhx_YJo8gXsvGnNgyzwI4MBUetMk5fRiTU5bhyBbjZhnbgkrJiRRa8onAElQ9zgbWoTbuuzDtsPnCmvwH5HX9jxwa0Y1lsrN3VdBLhKq2oSxkw/s1600/WhatsApp%20Image%202023-01-03%20at%2010.54.20.jpeg"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="367" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSsJnsBp05TPK1KIrrBQvN2Bagv82v-peTla-DQXa8nqLeTPh6kcKwS797Ptn7X-fr_JHYN3-cQ0SCKhx_YJo8gXsvGnNgyzwI4MBUetMk5fRiTU5bhyBbjZhnbgkrJiRRa8onAElQ9zgbWoTbuuzDtsPnCmvwH5HX9jxwa0Y1lsrN3VdBLhKq2oSxkw/w489-h367/WhatsApp%20Image%202023-01-03%20at%2010.54.20.jpeg" width="489" /></a></div><span style="font-family: Cabin; text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Fiquei muito emocionado ao participar da posse do Ministro Paulo Teixeira no recriado Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDAF), </span>nesta terça-feira, 03/01. Isso porque a P<span style="font-family: Cabin;">asta tem um histórico tardio e tortuoso, pois se dedica aos "grupos subalternos" da economia rural brasileira, </span><span style="font-family: Cabin;">no sentido gramschiano do termo. Isto é, um Ministério dedicado aos </span><span style="font-family: Cabin;">camponeses, agricultores familiares, proletariado do campo, trabalhadores rurais sem terra e pequenos produtores tradicionais (índios, quilombolas, etc.), </span> povos pauperizados e historicamente alijados do acesso a serviços e políticas públicas, os quais<span style="font-family: Cabin;">, paradoxalmente, são os responsáveis pela segurança alimentar da Humanidade</span>.</div></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Ora, enquanto o Ministério da Agricultura, dedicado ao "agronegócio" produtor de <i>commodities</i>, tem a sua origem em 1860 com a criação </span><span style="font-family: Cabin;">da "Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas"</span><span style="font-family: Cabin;"> por </span><span style="font-family: Cabin;">Dom Pedro II</span><span style="font-family: Cabin;">,</span><span style="font-family: Cabin;"> o Ministério da Reforma e do Desenvolvimento Agrário (MIRAD) seria criado, tão somente, em 1985, ou seja, 125 anos depois (!!), pelo presidente José Sarney, que, entretanto, o extinguiria após apenas três anos de funcionamento,</span><span style="font-family: Cabin;"> no início de 1989</span><span style="font-family: Cabin;">. Depois, fo</span><span style="font-family: Cabin;">i preciso ocorrer o terrível </span><span style="font-family: Cabin; text-align: left;">massacre de Eldorado do Carajás, em 1996, para que o</span><span style="font-family: Cabin; text-align: left;"> presidente Fernando Henrique Cardoso nomeasse um "</span><span style="font-family: Cabin; text-align: left;">ministro de Estado Extraordinário de Política Fundiária", m</span><span style="font-family: Cabin; text-align: left;">as, FHC institucionalizaria</span><span style="font-family: Cabin; text-align: left;"> o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) somente </span><span style="font-family: Cabin; text-align: left;">em janeiro de 2.000, no seu segundo mandato.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin; text-align: left;">Nos governos Lula e Dilma, o MDA se consolidou fortemente e tornou-se um importante instrumento de desenvolvimento para a Agricultura Familiar no Brasil. Primeiro</span><span style="font-family: Cabin;">, Lula criou o <b>Plano Safra da Agricultura Familiar</b> logo no início do seu governo, cujo orçamento<b> </b>evoluiu de R$ 4,2 bilhões na safra </span><span style="font-family: Cabin;">2002-2003</span><span style="font-family: Cabin;"> para R$ 24,1 bilhões
em 2014-2015, um extraordinário aumento de 474%. </span><span style="font-family: Cabin;">O </span><b style="font-family: Cabin;">PRONAF</b><span style="font-family: Cabin;">, criado por FHC em 1995, “carro-chefe” do Plano Safra da AF, teve R$ 18 bilhões disponíveis para as linhas de custeio,
investimento e comercialização na safra </span><span style="font-family: Cabin;">2013-2014</span><span style="font-family: Cabin;">, um avanço de mais de 300% em relação ao
primeiro ano do </span><span style="font-family: Cabin;">Plano Safra da
AF</span><span style="font-family: Cabin;">.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Criado em 2008, o </span><b style="font-family: Cabin;">Programa
Mais Alimentos</b><span style="font-family: Cabin;"> – uma das linhas de crédito do PRONAF diretamente associada
às políticas de combate à fome e redução da miséria – financiou cerca de R$
15,5 bilhões, beneficiando mais de 400 mil famílias da agricultura familiar em
todo o Brasil. </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">No que tange ao </span><b style="font-family: Cabin;">Garantia-Safra</b><span style="font-family: Cabin;">,
instituído em 2002 visando garantir renda mínima às
famílias com perdas devido à falta de chuva, em dez anos, o seguro pagou R$ 2,6
bilhões, realizando mais de 2,9 milhões de transferências a famílias de
agricultores familiares do Semiárido brasileiro. O </span><b style="font-family: Cabin;">Seguro da Agricultura
Familiar</b><span style="font-family: Cabin;"> (SEAF) surgiu dois anos depois e, em oito anos, investiu R$ 2,7
bilhões. Foram realizados cerca de 4,5 milhões de contratos, que beneficiaram
mais de 500 mil agricultores. Na safra 2012/2013, Garantia-Safra e SEAF somados
disponibilizaram quase R$ 900 milhões</span><span style="font-family: Cabin;">. </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">É de se ressaltar, ainda, que os investimentos em assistência técnica e
extensão rural (ATER) foram os que mais cresceram nos primeiros dez anos de
existência do </span><b style="font-family: Cabin;">Plano Safra da Agricultura
Familiar</b><span style="font-family: Cabin;">, pois no seu primeiro ano foram destinados R$ 46 milhões, enquanto
a safra 2012/2013 disponibilizou R$ 540 milhões para o setor, um aumento de
mais de 1.000%</span><span style="font-family: Cabin;">.</span><span style="font-family: Cabin;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Ademais, os Governos Lula e Dilma foram inovadores e extremamente
benfazejos à Agricultura Familiar ao criarem programas focados nas chamadas “compras
governamentais”, uma política pública importante, pois articulam o estímulo à produção familiar e a segurança alimentar da população,
especialmente os beneficiários das estratégias de desenvolvimento rural e de
combate à fome e à miséria nos países em desenvolvimento, inclusive
no Brasil (</span><a href="http://raizes.revistas.ufcg.edu.br/index.php/raizes/issue/view/38" style="font-family: Cabin;">saiba mais</a><span style="font-family: Cabin;">). </span></p><div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Nesse sentido, o Governo Lula criou o <b>Programa de Aquisição de Alimentos</b> (PAA) – que adquiria alimentos
da Agricultura Familiar para distribuição entre entidades filantrópicas,
organizações não governamentais dedicadas ao combate à fome e à miséria,
hospitais, etc. – e inovou o <b>Programa
Nacional de Alimentação Escolar</b> (PNAE) ao determinar que no mínimo 30% do
valor repassado pelo Governo Federal para a merenda escolar deve ser utilizado
na compra de gêneros alimentícios da Agricultura Familiar. </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Entre 2003 – seu ano de lançamento – até 2016, quando começou a ser
desarticulado em decorrência do golpe contra a Presidenta Dilma – o </span><b style="font-family: Cabin;">PAA</b><span style="font-family: Cabin;">
beneficiou </span><span style="font-family: Cabin;">mais de 400 mil agricultores e foram adquiridas mais de 4
milhões de toneladas de alimentos de pequenos produtores. Em julho de
2010, a CONAB chegou a ter mais de 5,5 milhões de toneladas de milho
armazenadas (veja <a href="https://institutolula.org/do-incentivo-ao-pequeno-produtor-ao-fim-do-paa">aqui</a>)</span><span style="font-family: Cabin;">.
No seu primeiro ano, o </span><span style="font-family: Cabin;">PAA recebeu um
aporte de R$ 164,6 milhões, contra R$ 1,2 bilhão na safra 2012-2013, o que
representa um aumento de recursos na ordem de 630%.</span></p>
<div><!--[if !supportFootnotes]--><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Cumpre mencionar, finalmente, a implementação do <b>Programa Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável dos Territórios Rurais </b>(PRONAT),
uma outra política pública muito importante, a qual
já analisamos em vários trabalhos. No
período de 2003 a 2015, o MDA repassou R$ 3,3 bilhões em recursos
do Tesouro Nacional, a fundo perdido, para os Territórios Rurais e Territórios da Cidadania através do <b>Programa Ação de Apoio a Projetos de
Infraestrutura e Serviços em Territórios Rurais</b> (PROINF), que financiou 8.141
projetos produtivos nas diversas regiões do país, sendo que o maior volume de
recursos foi destinado ao Nordeste, um montante de R$ 755 milhões (38% do
total), ou R$ 1,1 bilhão em valores atualizados. No Nordeste foram construídos 361 centros de
comercialização, 94 agroindústrias, 69 casas de mel, 58 Escolas Famílias Agrícolas,
45 abatedouros, 35 casas de farinha, entre outros inúmeros projetos, e ainda
foram promovidos 276 cursos de capacitação com recursos do PROINF/PRONAT.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Em consequência das políticas públicas implementadas pelos Governos Lula e Dilma para os povos do campo, na denominada "década da inclusão", na qual todos os indicadores sociais evoluíram extraordinariamente no Brasil, "a renda cresceu mais nas áreas rurais pobres, 85,5%, contra 40,5% nas metrópoles e 57,5% nas demais cidades" (</span><a href="https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/4639/1/Comunicados_n155_Decada.pdf" style="font-family: Cabin;">Neri e Souza, 2012</a><span style="font-family: Cabin;">) e “mais de 3,7 milhões de pessoas das áreas rurais entraram na classe média” (</span><a href="https://reliefweb.int/report/world/state-food-insecurity-world-2014-strengthening-enabling-environment-food-security-and#:~:text=The%20State%20of%20Food%20Insecurity%20in%20the%20World%20(SOFI%202014,200%20million%20since%201990%2D92." style="font-family: Cabin;">FAO/IFAD/WFP, 2014</a><span style="font-family: Cabin;">).</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Esse conjunto de políticas públicas para os povos do campo foi
interrompido pelo governo golpista de Michel Temer e sepultado pelo governo
fascista de Jair Bolsonaro, que promoveram um
amplo processo de desmonte das políticas públicas inclusivas e progressistas implementadas pelos governos do PT. No âmbito do desenvolvimento rural, tudo
começou pela a extinção do MDA, uma das primeiras medidas de Michel Temer, tomada ainda no decorrer do processo de <i>impeachment </i>da Presidenta Dilma Rousseff.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Agora, o MDAF renasce mais uma vez com um programa de ação ambicioso, conforme proposto no Relatório Final do Grupo Técnico de Desenvolvimento Agrário do Gabinete de Transição, com as seguintes ações principais:</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><ul><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Ampliação da disponibilidade de alimentos a baixo custo para a população por meio do fomento à produção da AF;</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e constituição da Política Nacional de Abastecimento, através da CONAB, agora na estrutura do MDAF;</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA), aliás já publicada no Diário Oficial de 01/01/2023;</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Retomada do Plano Safra da Agricultura Familiar, com a reformulação do PRONAF e do seguro rural;</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Retomada da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural por meio da criação do Sistema Nacional de ATER, sob a coordenação da Agência Nacional de ATER (ANATER), que terá seu papel institucional e funcional redefinido;</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">I</span><span style="font-family: Cabin;">mplementação da transição agroecológica como princípio articulador de ações e políticas em todas as áreas do Ministério, incidindo na produção de alimentos saudáveis com base em manejos sustentáveis;</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Resgate do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos, o PRONARA;</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Instituição do novo Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), com ênfase na retomada da obtenção de terras, execução do crédito instalação e desenvolvimento dos assentamentos. </span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Reestruturação do INCRA, pois as mudanças realizadas pelo governo Bolsonaro descaracterizaram o papel da autarquia na reforma agrária. O novo INCRA também deverá agilizar os processos de reconhecimento territorial, demarcação e titulação dos territórios quilombolas, bem como na mediação dos conflitos agrários e ambientais e pelo fim da violência no campo.</span></li></ul><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Infelizmente, a estratégia territorial de desenvolvimento rural está praticamente ausente no novo Ministério, o que precisa ser revisto, principalmente em virtude do "capital social" acumulado nos Colegiados Territoriais, hoje adormecido em decorrência do esvaziamento provocado pela asfixia que lhes impôs os governos Temer e Bolsonaro. </span><span style="font-family: Cabin;">O MDAF não pode prescindir dos homens e mulheres que se dedicaram à "gestão social" nos Territórios Rurais durante 13 anos, uma força ativa ainda muito viva e fundamental neste novo tempo de esperança para os povos do campo do Brasil.</span></div></div></div>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-10985705404445371002022-12-31T08:30:00.004-03:002022-12-31T08:30:44.461-03:00O Jair se foi. Agora é Lula!<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmbOgtQHJcA7xpw56MPb_hfG2rMwZIeygWw-RIQML0OREChQbO18tlHhMEC36makWxpN1shTwqeKenL4Z63rbDcBg35iRjK__tI4bRO3xoBHiSs2U4UmJXl5eNYyoW5UmAlDc5KEv89QKBDFUPKJniXYnmpqot66sfY7TAm_d1x47BaUCHNm2IETT_DA/s1280/WhatsApp-Image-2022-08-15-at-22.37.38.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="816" data-original-width="1280" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmbOgtQHJcA7xpw56MPb_hfG2rMwZIeygWw-RIQML0OREChQbO18tlHhMEC36makWxpN1shTwqeKenL4Z63rbDcBg35iRjK__tI4bRO3xoBHiSs2U4UmJXl5eNYyoW5UmAlDc5KEv89QKBDFUPKJniXYnmpqot66sfY7TAm_d1x47BaUCHNm2IETT_DA/w455-h290/WhatsApp-Image-2022-08-15-at-22.37.38.jpeg" width="455" /></a></div> <p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">A ópera-bufa acabou e o seu último ato, encenado antes do final do enredo, mais patético não poderia ser: a um dia do término do seu mandato, Bolsonaro faz uma <i>live</i> chorosa para a sua plateia de abobalhados, aparelha o avião presidencial, coloca um bando de cupinchas dentro e escafede-se para Orlando. Suprema covardia do pior presidente da história do Brasil, afora a cafonice/canalhice que lhe é peculiar. Burlesco. Vade retro.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Agora é Lula!</span></p>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-56211843600930479712022-12-30T14:56:00.007-03:002022-12-31T13:15:33.014-03:00Milésimo gol de Pelé: a minha mais remota lembrança de um jogo de futebol<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKzfMQrYL1x40-0DTz1baPqqfEUPY_We8mpPVPn8V9Rblm8EqSxJABfX3Lyw9ozPWxPVRI5kTv2J_kMG_gl1tlFTDrkbA4K_f4usDy_kz69yCqV_IU1LOUVSH2bdJ_7APRGJ6jBX9cAYayaVCZ4A63Ni9bMoEZRF74vexu1p9wmmOA6I1otcqNsy7kXg/s748/image7.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="410" data-original-width="748" height="247" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKzfMQrYL1x40-0DTz1baPqqfEUPY_We8mpPVPn8V9Rblm8EqSxJABfX3Lyw9ozPWxPVRI5kTv2J_kMG_gl1tlFTDrkbA4K_f4usDy_kz69yCqV_IU1LOUVSH2bdJ_7APRGJ6jBX9cAYayaVCZ4A63Ni9bMoEZRF74vexu1p9wmmOA6I1otcqNsy7kXg/w452-h247/image7.jpeg" width="452" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O futebol é parte fundamental da minha vida. Adoro. Acompanho tudo quanto é campeonato, copa, torneio. Futebol masculino, feminino, categorias de base. Só não gosto de amistoso, pois vejo futebol, única e exclusivamente, para torcer. Torcer para o meu time e qualquer time que eu escolha quando o meu não está jogando, o que envolve uma complexa operação ideológica a cada peleja (um dia ainda escrevo sobre isso). Torcer contra os rivais do meu time, contra aqueles times que ameaçam a posição do meu na disputa e torcer pelos times pequenos quando jogam contra times grandes.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Essa paixão surgiu com a convivência com o meu avô, Olympio de Mattos, um apaixonado pelo futebol a ponto de ter sido presidente do 1º de Maio, um antigo (e extinto) time da minha cidade, Ouro Fino</span><span style="font-family: Cabin;">. Era o</span><span style="font-family: Cabin;"> final dos anos 1960 e vovô, juntamente com meus tios Ethewaldo e João Marinelli, eram donos do "Bar do Paulo", o principal da cidade, único ponto de venda de jornais e dos sorvetes Kibom. Ponto de encontro de homens que falavam, sobretudo, de futebol. </span><span style="font-family: Cabin;">No turno do vovô, eu</span><span style="font-family: Cabin;"> sempre estava por lá, "ajudando" e filando doces.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Tínhamos uma camaradagem muito bacana, eu e vovô Olympio. Nos fins de semana, ele me levava ao "Estádio Capitão Armando" para ver os jogos dos times locais e, com ele, eu assistia aos vídeo tapes (VTs) dos jogos do campeonato paulista, pois Ouro Fino fica no sul de Minas, a 200 quilômetros de São Paulo, capital. Ali, naquela época, quase todo mundo torcia para os times paulistas...</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Vovô era corintiano roxo e eu, para a sua mais profunda decepção, me tornei palmeirense, também roxo. </span><span style="font-family: Cabin;">Francamente, não me lembro como tomei essa decisão, qual foi a influência decisiva, </span><span style="font-family: Cabin;">mas acho que foi </span><span style="font-family: Cabin;">porque o Palmeiras era a grande sensação na primeira temporada que realmente acompanhei, a de 1969. De fato, a "Academia" de Dudu e Ademir da Guia </span><span style="font-family: Cabin;">ganhou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o "Robertão" naquele ano, do qual trago registrada a minha mais remota memória de um jogo de futebol. Aquele Vasco x Santos em que Pelé fez o seu milésimo gol.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Eu tinha oito anos e acompanhei o jogo na TV em preto e branco de um bar na Rua 13 de Maio, perto de uma pastelaria e da Livraria e Papelaria da Dona Ricardina, numa quarta-feira à noite, 19 de novembro. Lembro claramente da atmosfera meio sombria do bar cheio de homens e, principalmente, do que vi com os meus olhos de menino pela TV Tupi: o momento em que Pelé correu para a bola, deu um paradinha, bateu firme e Andrada quase pegou. Lembro de Pelé correndo para o gol e pegando a bola. Lembro da invasão do campo. Lembro de Pelé dedicando o gol às criancinhas. E não me lembro de nada mais. E precisa?</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Sim, aquela foi uma noite memorável, mas que não interferiu na minha paixão pelo Palmeiras, que, poucos dias depois levantaria a taça do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, sagrando-se campeão brasileiro.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Não importa. Pelé ficou para sempre na minha memória de menino. E hoje deve estar batendo uma bola no céu.</span></p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-11608278256864694052022-12-30T11:16:00.003-03:002022-12-30T11:17:06.027-03:00Eterno retorno<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghFRHmyC_59YD1lfw6d36Lup_0MF5NoEmkKHqbm1CLo3SlLieO1-OuKt2yupBrcp09HmKlYX40pMPyrvq_J20SgK8DgNCCTgNC52RrDDlKLZGvKF90cRh_09qxBmXAf_wBU6ijmUp53Jgw_MbpeUbJnUjdRh3XzpjH0Z_7HM4gI4E7sdeWCqRcrni0JQ/s1024/enso_zen1.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghFRHmyC_59YD1lfw6d36Lup_0MF5NoEmkKHqbm1CLo3SlLieO1-OuKt2yupBrcp09HmKlYX40pMPyrvq_J20SgK8DgNCCTgNC52RrDDlKLZGvKF90cRh_09qxBmXAf_wBU6ijmUp53Jgw_MbpeUbJnUjdRh3XzpjH0Z_7HM4gI4E7sdeWCqRcrni0JQ/w400-h300/enso_zen1.webp" width="400" /></a></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Sou um blogueiro bissexto. Volto novamente à escrita. Talvez por falta do que fazer. Talvez por ter que fazer alguma coisa nas férias. Talvez porque tenha voltado às caminhadas e, durante a primeira, hoje, tenha tido vontade de escrever sobre Pelé, que morreu ontem. Talvez porque seja 30 de dezembro e, só para ser diferente (kkk), eu não queira esperar o dia 1º de janeiro para mudar algumas coisas na minha vida. Sei lá. Volto a postar no Blog hoje. Até quando, não sei.</span></p>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-34852494887375215902021-11-24T06:09:00.002-03:002021-11-24T06:09:38.885-03:00Vamos precisar de todo mundo, por Jonas Paulo<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvrS89r1ptXzUwLa52TBbJt7rG3qAIgSJNkJEpbSN2j8XmFRBOEnx-t7FlwUf2LLoJtPjGtWUX3wLMo3HBqL9Iu9HJpSHxGcl6nH3o0p7tZGzFq9WdRc8r1w1xhGzvlvWpwjy-TKzS4trW/s680/lula.jpg.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="453" data-original-width="680" height="341" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvrS89r1ptXzUwLa52TBbJt7rG3qAIgSJNkJEpbSN2j8XmFRBOEnx-t7FlwUf2LLoJtPjGtWUX3wLMo3HBqL9Iu9HJpSHxGcl6nH3o0p7tZGzFq9WdRc8r1w1xhGzvlvWpwjy-TKzS4trW/w514-h341/lula.jpg.jpg" width="514" /></a></div><br /><div style="text-align: right;"><i><span style="font-family: Cabin;">“Um mais um é sempre mais que dois” </span></i></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: Cabin;">Beto Guedes</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O descalabro que as elites levaram o Brasil com o golpe contra o Governo da Dilma chegou ao limite de desestruturar a economia, esgarçar o tecido social e desmontar o Estado e as instituições públicas democráticas, pondo em risco a própria democracia, as liberdades civis e os direitos de cidadania.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">A extrema-direita neofascista, desde 2013, foi às ruas, disseminou o ódio ao petismo, envolveu a direita neoliberal, ganhou a mídia oligárquica, o parlamento fisiológico e contagiou o judiciário e as forças de segurança e defesa, o que redundou na excrescência que está sentada na cadeira de presidente, e que sucumbiu na pandemia em criminosos negacionismo e charlatanismo, que teve como consequência mais de 600 mil mortos por covid na maior crise sanitária que o país já viveu.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O Brasil não tem mais orçamento, pois agora é secreto, não tem programa ou plano estratégico, desmontou o PAC e o PPI, extinguiu os programas sociais e de distribuição de renda e de valorização do Salário Mínimo. O governo passou a atuar por demanda pontual do capital financeiro e do grande capital, e virou refém das gigantes petrolíferas, além da forte tutela militar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Se é verdade que o tecido econômico e social se dilacera a cada dia, também é verdadeira a cumplicidade e conivência do parlamento fisiológico que sustenta o governo e valida suas iniciativas nefastas ao país.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Portanto, derrotar esse esquema de poder da extrema-direita e reverter o atual estado de coisas não são coisas simplórias que se resolvam em atos e palavras de ordem espontâneas voluntaristas e pretensamente heroicas ou radicais. É necessário arregimentar forças democráticas políticas e sociais, mobilizar segmentos econômicos, mexer e, no mínimo, neutralizar a mídia oligárquica e conservadora, movimentar as redes, ruas e rádios e, principalmente, despertar um clima de indignação, inconformismo e revolta que está latente no povo trabalhador desempregado, uberizado, autônomo, no biscate, diarista, pauperizado vivendo na porta ou já integrado ao crescente batalhão de brasileiros e brasileiras na extrema pobreza e inscritos no mapa da fome.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Enfrentar esse quadro dramático requer um enorme esforço no dia-a-dia e muito diálogo e ação presencial, mesmo que resulte da ação nas redes. A solidariedade e o incentivo à mobilização e à atitude não têm como prescindir do “olho no olho”, da palavra que conforta e anima, além do indispensável caminhar lado a lado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Vivemos um período pré-eleitoral de uma disputa que pode ser definitiva para interditar o projeto da extrema-direita pois tem na presença de Lula no cenário um contraponto e uma alternativa democrática real e de construção de um novo projeto para o país e, mais que isso, uma esperança acesa para o povo pobre e trabalhador de que é possível termos dias melhores.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Sendo Lula a principal liderança do PT, cabe ao nosso partido o protagonismo na construção da frente política das forças de esquerda e democráticas que conduzirá o processo de enfrentamento da candidatura presidencial da extrema direita.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">A disputa eleitoral tem um caráter nacional, pois são os destinos da nação que estão em disputa, mas é nos estados onde se estruturam os palanques presidenciais, tendo papel importante as candidaturas de governadores, senadores e deputados como condutores e sustentáculos da candidatura presidencial. É nos estados e municípios onde o voto se materializa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O cenário ideal é que a candidatura de Lula, que é muito sólida no plano nacional, busque construir palanques fortes e competitivos nos estados, particularmente nos maiores colégios eleitorais do país. Desta forma, sem dúvidas, não cabem candidaturas majoritárias nos estados apenas para marcar posição e aprisionar na sua baixa densidade eleitoral a forte candidatura presidencial de Lula, colocando uma bola de ferro no seu pé impedindo que ela cresça e caminhe para ter maioria nos estados. No cenário real do presidencialismo brasileiro, as alianças têm um papel importante nas eleições majoritárias, mesmo com as chapas proporcionais autônomas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Nesse contexto, o Nordeste, onde está o maior número de governadores e senadores petistas, constituiu coalizões políticas e eleitorais com as forças de esquerda e de centro que não só foram vitoriosos nas eleições nos nove estados nordestinos, como garantiram as maiores margens de vantagem em votos às nossas candidaturas presidenciais, suprindo as margens desfavoráveis no Sul e Sudeste.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">As coalizões, além das forças tradicionais da esquerda – PCdoB, PSB e PDT – têm, conforme o caso, parcerias com PSD, PP e, principalmente, o MDB. E, nessa lógica, os governos estaduais, diante das dificuldades institucionais com o governo federal, constituíram o Consórcio Nordeste e, envolvendo o PT, PSB, PDT, PCdoB, MDB e PSD, formaram um bloco sólido e uma frente política regional com repercussão nacional.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Nas condições atuais da disputa com a extrema-direita, é imprescindível garantir o arco de alianças e a densidade política nordestina, assim como a manutenção do mesmo diapasão no Norte, principalmente no Pará, Tocantins e Amazonas, e foco no “triângulo das bermudas” – MG, RJ e SP – onde é fundamental equilibrar os palanques e as disputas, observando e disputando os espaços com as forças de centro, inclusive com pactos de 1° ou 2°turno tendo como norte a centralidade da disputa nacional contra a extrema direita.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Também faz-se necessário fortalecer a articulação nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que outrora possuíam desempenhos excelentes, pois tínhamos governos municipais em diversas grandes cidades e até em capitais e nos governos de estado, mas que sofreram declínio nos últimos anos e têm sido marcados por candidaturas petistas de perfil eleitoral com desempenho insuficiente para polarizar a disputa nacional, apesar da melhora do potencial com alianças que permanecem e têm importância estratégica elevada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Enfim, será uma disputa acirrada, na qual os palanques estaduais fortes são fundamentais por não se tratar de uma eleição “solteira” e a TV aberta ser menos decisiva, pois perdeu espaço para as redes sociais e o clima das ruas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Do ponto de vista programático, a disputa será de projetos para o país e fortemente marcada pela disputa ideológica e de valores, além de ter um componente de trato de linguagem e conteúdo popular dialogando com as periferias urbanas das grandes e médias cidades e com os rincões sertanejos desse imenso e diverso Brasil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Temos um imenso e rico legado e uma carreta carregada de realizações para colocar na agenda de <b>Reconstrução</b> do país, que alimenta no povo o sonho da volta de Lula à Presidência, entretanto, na pauta da <b>Transformação</b> precisamos, além de focar na política de maiorias (mulheres jovens, negros) e atualizar as pautas com esses segmentos sociais majoritários e estratégicos, devemos dar conta da fome que avança assustadoramente, das mudanças no mundo do trabalho, com o avanço da uberização e informalidade, e, ainda, da força estruturadora da valorização do Salário Mínimo, o maior indexador da economia real na vida das pessoas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Precisamos realçar a força e capilaridade do SUS, visto na pandemia, e o aprofundamento da imensa rede de ensino público, com a universalização do acesso e capilarização territorial do ensino superior e técnico-científico e o suporte ao ensino básico e fundamental desde o transporte, a valorização do professor à merenda escolar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Também é fundamental ampliar os debates sobre a retomada da economia, a valorização dos bancos públicos e das empresas de ponta e os investimentos em infraestrutura, logística, diversificação da matriz energética, petróleo e gás, novas tecnologias, comunicação eletrônica e conectividade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Outra pauta de importância primordial é a questão ambiental, que deve ancorar-se na sustentabilidade, na gestão equilibrada dos recursos naturais, na preservação dos biomas e no planejamento territorial do desenvolvimento, observando o imenso potencial agrícola, mineral e de proteína animal do país.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;"><i><b><span style="font-family: Cabin;">Jonas Paulo é coordenador do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas do Nordeste (NAPP-NE) da Fundação Perseu Abramo e foi Presidente do PT da Bahia.</span></b></i></p></div>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-7161616032578256142021-04-02T20:41:00.002-03:002021-04-02T21:18:02.196-03:00Crônica incidental de uma entrevista espetacular<p style="text-align: center;"><span style="font-family: Cabin;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQfsY4fyoXRKdZLTxd75YdLrsbSgarTc_HX6mZE_NECS4q_-DmhB948NTNcGw0ck7aDTLbhyAPeLxw5TW4aFgzGpKXvFHuAo4UsyQ6d_NXKJme8IGjUjpp7d-33v5own9q2lThwqiHQYUw/s1015/lula-no-e-da-coisa-com-reinaldo-azevedo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="571" data-original-width="1015" height="309" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQfsY4fyoXRKdZLTxd75YdLrsbSgarTc_HX6mZE_NECS4q_-DmhB948NTNcGw0ck7aDTLbhyAPeLxw5TW4aFgzGpKXvFHuAo4UsyQ6d_NXKJme8IGjUjpp7d-33v5own9q2lThwqiHQYUw/w549-h309/lula-no-e-da-coisa-com-reinaldo-azevedo.jpg" width="549" /></a><br /><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Com trilha sonora do paraibano Chico César, fã de Lula e vice-versa, Reinaldo Azevedo entrevistou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva neste 1º de abril de 2021 na Rádio Bandnews FM de São Paulo, com transmissão simultânea na Bandnews TV e no <a href="https://youtu.be/vlvjciPQrq4">YouTube</a>, que, quando escrevo este post, registra mais de 1,6 milhão de visualizações, um verdadeiro fenômeno. De fato, a entrevista bateu recordes de audiência em todas as plataformas em que foi veiculada (veja <a href="https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/audiencia-de-entrevista-de-lula-supera-a-de-radio-lider-do-fm-de-sao-paulo/">aqui</a> e <a href="https://teleguiado.com/radio/2021/04/o-e-da-coisa-bate-recorde-de-audiencia-com-entrevista-de-lula-e-vence-os-pingos-nos-is.html">aqui</a>) e, segundo a insuspeita Revista Época, foi 18 vezes maior (!!) do que a <i>live </i>semanal do genocida (veja <a href="https://epoca.globo.com/guilherme-amado/live-de-lula-registra-audiencia-18-vezes-maior-do-que-bolsonaro-24952257">aqui</a>). </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">De terno e gravata, indumentária que fez questão de justificar como adequada para entrevistar um ex-presidente da República, o inventor do neologismo "petralha" e crítico acerbo do petismo, iniciou a <i>live</i> fazendo logo uma autocrítica sobre o seu posicionamento contra as cotas raciais, luta histórica do movimento negro brasileiro e política pública implementada</span><span style="font-family: Cabin;"> pelos governos Lula e Dilma após</span><span style="font-family: Cabin;"> um amplo (e duro) debate na sociedade brasileira e no Congresso Nacional</span><span style="font-family: Cabin;">. Disse Azevedo</span><span style="font-family: Cabin;">:</span></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>"Eu errei. Eu vou entrevistar o presidente Lula daqui a pouco. Eu errei em ser contra a política de cotas. E quando alguém erra tem que reconhecer. </i></span><i style="font-family: Cabin;">Errou, reconhece. Qual é o problema? É assim que se avança"</i></p></blockquote></blockquote></blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Para um bom entendedor, meia palavra basta. O Tio Rei acenava a sua bandeira branca para Lula e deixava no ar uma exortação aos arrependidos de 2018 (a</span><span style="font-family: Cabin;"> imensa maioria ainda enrustida),</span><span style="font-family: Cabin;"> àqueles que - </span><span style="font-family: Cabin;">siderados pelo antipetismo incutido durante anos na cabeça do povo brasileiro pela mídia hegemônica e/ou enganados </span><span style="font-family: Cabin;">pelo </span><i style="font-family: Cabin;">lawfare</i><span style="font-family: Cabin;"> da hoje desmoralizada Lava Jato e/ou engambelados</span><span style="font-family: Cabin;"> </span><span style="font-family: Cabin;">pelas <i>fake news </i>da campanha eleitoral -</span><span style="font-family: Cabin;"> contribuíram para que um psicopata alcançasse </span><span style="font-family: Cabin;">o mais alto poder da República. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Ora, e</span><span style="font-family: Cabin;">rrou, reconhece. Qual é o problema? É assim que se avança. Concordo plenamente!</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O primeiro tema da entrevista foi sobre a condenação sem provas e a prisão injusta de Lula, cuja verdade dos fatos foi restabelecida recentemente pelo STF com a decretação da parcialidade de Sérgio Moro, o juiz ladrão. Lula profetizara isso no livro que publicou antes de ser preso - <i>A verdade vencerá</i> - e no histórico depoimento a Sérgio Moro, quando o ex-presidente disse ao juiz que este estava "condenado a condená-lo", pois a mídia já o fizera. Conclusivo, Lula asseverou:</span></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>"Eu estou muito tranquilo, a Lava Jato saiu da minha vida".</i></span></p></blockquote></blockquote></blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Pura verdade. Como são pura verdade os dados apurados pelo DIEESE que Lula apresentou sobre os prejuízos que a malfadada Operação Lava Jato deu ao país, dados estes pronta e enfaticamente chancelados pelo entrevistador, inclusive citando outras fontes. Disse Lula:</span></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>"O Ministério Público fica tentando fazer pirotecnia com a sociedade brasileira dizendo que arrecadou 4 bilhões com a Petrobras. Eles deram um prejuízo ao país de 172 bilhões de reais que deixaram de ser investidos, 47 bilhões de impostos que deixaram de ser pagos, 20 bilhões sobre folha de pagamento e 85 bilhões de massa salarial. E o resultado disso tudo são 4 milhões e 400 mil trabalhadores que perderam emprego".</i></span></p></blockquote></blockquote></blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">No momento em que se confessou "trotskista na infância" e liberal na maturidade, Azevedo trouxe o tema das relações entre o Estado e o Mercado, discussão muito importante. Depois de afirmar ser contra o "Estado empresarial" e a favor do "Estado indutor de desenvolvimento", Lula concluiu o debate formulando mais um dos seus impagáveis chistes:</span></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>"Ô Reinaldo, faz um favor pra mim. Tenta provocar um debate entre eu e o tal Mercado. Eu quero saber quem é esse tal de Mercado que dá tanto palpite. (...) Esse mercado, se tivesse juízo, ele ia na Aparecida do Norte pagar promessa para eu voltar."</i></span></p></blockquote></blockquote></blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Pausa para rir. Foi o que fez Reinaldo Azevedo, cujas feições iam revelando uma crescente empatia pelo entrevistado. Aliás, arrisco dizer - baseado nas repercussões da entrevista que me chegaram por mensagens, pelas inúmeras <i>memes</i> que inundaram as redes sociais e pelo que li na mídia alternativa - que foi exatamente este o sentimento geral entre os ouvintes e espectadores, mesmo aqueles que não são fãs incondicionais do ex-presidente: uma profunda empatia.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Ora, Lula fala a linguagem do povo com a segurança dos sábios, como o fez pautando a discussão sobre a pandemia, sem dúvida o seu grande foco. Nesse momento, falou o Estadista:</span></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>"O Bush </i></span><span style="font-family: Cabin;">[ex-presidente dos EUA]</span><i style="font-family: Cabin;">, eu e o Hu Jintao </i><span style="font-family: Cabin;">[ex-presidente da China] </span><i style="font-family: Cabin;">criamos o G20 para tentar salvar a economia. Por que os líderes dos países não se reúnem agora para discutir Covid-19? Por que não transformam a vacina em um Bem da Humanidade para todo cidadão ter direito à vacina? Então, o que está faltando é dirigente para tomar decisão."</i></p></blockquote></blockquote></blockquote><p><span style="font-family: Cabin;">Alguém discorda disso? E, certamente, não haverá de discordar do seu recado ao genocida:</span></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>"Eu espero que o Bolsonaro esteja assistindo nosso programa, pro Bolsonaro saber que não tem jeito esse país se não tiver um salário emergencial de 600 reais até terminar essa pandemia. E que essa pandemia só vai terminar quando tiver vacina pra todo mundo. Então, deixa de ser ignorante, presidente, pare de brigar com a ciência."</i></span></p></blockquote></blockquote></blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Não satisfeito com esse gancho no fígado do psicopata, Lula desferiu-lhe um cruzado na ponta do queixo:</span></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>"</i></span><i style="font-family: Cabin;">Lamentavelmente, a gente tem um presidente que não consegue falar com nenhum presidente. Jogou todas as fichas em cima do Trump. E esse cara, ninguém quer conversar com ele. E ele se fez assim.</i></p></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;"><i style="font-family: Cabin;">Nós estamos vivendo um genocídio, não um genocídio de Estado como foi contra os negros e os indígenas, porque um genocídio praticado sob responsabilidade de um único homem.</i></p></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>Bolsonaro, quando é que você vai assumir a responsabilidade e parar de brincar de governar esse país? Pelo amor de Deus, aceita o conselho da Ciência pra cuidar do Coronavírus. Fecha a boca, Bolsonaro! Da mesma forma que você não sabe falar sobre Economia, não sabe sobre Saúde, então deixa o seu ministro da Saúde falar, deixa o pessoal do SUS falar, deixa os governadores e os prefeitos falarem."</i></span></p></blockquote></blockquote></blockquote><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Logo em seguida, ambos se chamaram de "companheiros". Azevedo com um largo sorriso no rosto. Como milhões de brasileiros e brasileiras que acompanharam a entrevista, todos esperançosos por dias melhores.</span></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;"><br /></p></blockquote></blockquote></blockquote>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com27tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-81928966881875288332021-04-01T10:21:00.001-03:002021-04-01T10:21:53.395-03:00 O jejum, o lockdown e a apostasia dos violentos, por Lenon Andrade<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK3x1fSsqgDd9R26NaEYR9SfuFCyhW5AiM_3yLiHM7d-nhSM-c6TwzokrE_C60cWw8PKfVlGjxM6ysBMJxr2A-Q8PGvpQRrN2jcMPG5XF6p3qtTrmoOqxTxtdQOqwyNaWN4TAhKl82Z8Un/s720/Jejum+Bolsonaro.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK3x1fSsqgDd9R26NaEYR9SfuFCyhW5AiM_3yLiHM7d-nhSM-c6TwzokrE_C60cWw8PKfVlGjxM6ysBMJxr2A-Q8PGvpQRrN2jcMPG5XF6p3qtTrmoOqxTxtdQOqwyNaWN4TAhKl82Z8Un/w400-h400/Jejum+Bolsonaro.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Era o ano de 1963. Enéas Tognini, pastor membro da conservadora Convenção Batista Brasileira, convoca os evangélicos do país para um jejum de salvação nacional do perigo comunista, vendido pela propaganda do movimento autoritário de 1964 como justificativa para atacar a Constituição Federal, destruir o estado democrático de direito e derrubar um presidente democraticamente eleito pelo povo. Foi assim que, quatro meses depois da dita convocação, João Goulart foi deposto e o Brasil mergulhou em 20 anos de ditadura militar, marcada por supressão de liberdades individuais, perseguição política, prisões injustas, torturas e assassinatos de homens, jovens e mulheres, inclusive evangélicos, que ousaram se levantar contra o regime.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O jejum dos profetas, atualizado no Evangelho de Jesus, nada tem a ver com a defesa da injustiça e do arbítrio! O profeta Isaías, por exemplo, é claro na convocação nacional dos filhos de Israel a respeito do sentido do jejum:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>“O povo pergunta a Deus: Que adianta jejuar, se tu nem notas? Por que passar fome, se não te importas com isso?"</i></span></div></blockquote></blockquote></blockquote><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O Senhor responde:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>A verdade é que nos dias de jejum vocês cuidam dos seus negócios e exploram os seus empregados. Vocês passam os dias de jejum discutindo e brigando e chegam até a bater uns nos outros. Será que vocês pensam que, quando jejuam assim, eu vou ouvir as suas orações? O que é que eu quero que vocês façam nos dias de jejum? Será que desejo que passem fome, que se curvem como um bambu, que vistam roupa feita de pano grosseiro e se deitem em cima de cinzas? É isso o que vocês chamam de jejum? Acham que um dia de jejum assim me agrada? Não! Não é esse o jejum que eu quero!</i></span></div></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i><br /></i></span></div></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>Eu quero que soltem aqueles que foram presos injustamente, que tirem de cima deles o peso que os faz sofrer, que ponham em liberdade os que estão sendo oprimidos, que acabem com todo tipo de escravidão. O jejum que me agrada é que vocês repartam a sua comida com os famintos, que recebam em casa os pobres que estão desabrigados, que deem roupas aos que não têm e que nunca deixem de socorrer os seus parentes.” </i>(Isaías 58:3-7).</span></div></blockquote></blockquote></blockquote><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">A clareza da proclamação profética contrasta radicalmente com a verborragia evangélica que apoia um jejum nacional em defesa do arbítrio liderada por um presidente violento que debocha da morte, enquanto realiza a festa da indiferença diante das perdas de vidas do povo brasileiro para a Covid-19. Por isso, a atualidade da denúncia profética alinhavada nestas linhas!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Para nada serve um jejum nacional, carregado de enganação verborrágica, liderado por fariseus contemporâneos, ávidos de holofotes e dos benefícios oriundos dos seus projetos de poder! Nenhum jejum que não esteja ligado à defesa e à proteção da vida tem valor algum. Nenhum jejum que desconsidere as ações das aves de rapina do sistema financeiro e da elite sanguessuga contra o nosso povo é digno de crédito, justamente porque é contra a ganância manifesta no egoísmo diabólico desses grupos, servos do deus do dinheiro e da riqueza, que a voz da profecia ecoa neste texto!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Defender o<i> lockdow</i>n como ato de amor e preservação da vida, quando necessário, é ministério profético de todo(a) verdadeiro(a) seguidor(a) de Jesus de Nazaré. Mobilizar a Igreja para unir-se às periferias abandonadas pelo Estado, que passam necessidades, saciando-lhes a fome, é sinônimo de jejum autêntico e libertador. Fazer o jejum silencioso, na solidão de Deus, como exercício de reflexão sobre a vida concreta e como esvaziamento radical do ser egoísta que nos habita é o passo primeiro para a transformação da própria vida para tornar-se um evangelho vivo a ser comunicado ao mundo! Esse é o jejum que aprendo com a Bíblia. O contrário disso não passa de apostasia fundamentalista!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><b>Lenon Andrade é pastor evangélico Batista, membro do CEBI - Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos e dirigente municipal do PT de Campina Grande.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><span style="text-align: left;"><i>Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Blog.</i></span></span></div>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-15231039749507147942021-03-24T16:48:00.000-03:002021-03-24T16:48:15.592-03:00Desmoronou, por Fred Ozanan<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoObIxk7QBn2EOVX8BkKCMbwkqJKzAQfr6Sk4Ap2anuebBwb_QRnVUSy4LJtXYymhELagvS9jE82Llnnf9gORRk0Bjtrcsrjjmnw_AQqvBERAAGQa5ivGFG3CQCh7zSsliXNZfDdi4YaHq/s1985/desmoronou2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1412" data-original-width="1985" height="363" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoObIxk7QBn2EOVX8BkKCMbwkqJKzAQfr6Sk4Ap2anuebBwb_QRnVUSy4LJtXYymhELagvS9jE82Llnnf9gORRk0Bjtrcsrjjmnw_AQqvBERAAGQa5ivGFG3CQCh7zSsliXNZfDdi4YaHq/w511-h363/desmoronou2.jpg" width="511" /></a><br /><br /></p>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-43668366349886309042021-03-22T16:08:00.001-03:002021-03-22T16:08:34.480-03:00Uma palinha de exortação, por Gustavo Ribeiro<div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3NRkyqqHUIYLiSrXuyDkmwIFcGxQjq4nVuFOyCuenNFeapOS_6AgwQ8PpARpw5u-qI9uU-P2fB4uVsq-zrOK2JWTyfpRPj3Zh67yVMKoipkIpht1o2ptbhbD6PFLMBUFz83SJUSM0y-D3/s1500/Janelas_covid_Col%25C3%25B4mbia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1500" height="334" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3NRkyqqHUIYLiSrXuyDkmwIFcGxQjq4nVuFOyCuenNFeapOS_6AgwQ8PpARpw5u-qI9uU-P2fB4uVsq-zrOK2JWTyfpRPj3Zh67yVMKoipkIpht1o2ptbhbD6PFLMBUFz83SJUSM0y-D3/w502-h334/Janelas_covid_Col%25C3%25B4mbia.jpg" width="502" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: center;"><br /></div><span style="font-family: Cabin;"> Aí pessoal... <br /><br />Deixa perguntar: <br /><br /><br />O que você vê da sua janela? <br /><br />O que da sua janela você vê?<br /><br /><br />Vê a rua, a lua. Vê o dia, neon, o mar? <br /><br />Vê muros, paredes, grafites? Vê outras janelas? <br /><br />Vê carros, pessoas... a pressa delas?<br /><br />Vê labirintos, canteiros, becos, vielas?<br /><br /><br />Da minha janela vejo nuvens, o céu azul.<br /><br />Árvores, folhas, o verde.<br /><br />Vejo ninhos, o voo dos passarinhos.<br /><br />Vejo o norte, vejo o sul.<br /><br />Vejo desconhecidos, amigos, pessoas, vizinhos. <br /><br /><br />Das nossas janelas vemos vida, e o sentido dela. <br /><br />Vemos além. Vemos por dentro, por fora. <br /><br /><br />Há janela de condomínio. <br /><br />Janela de bacana. <br /><br />Janela de vidro temperado.<br /><br />Há fresta estreita na janela da choupana.<br /><br />De onde não se pode espiar o outro lado.<br /><br /><br />Há janelas no alto imponentes. Item de decoração.<br /><br />Embaixo, no chão, improviso entre telhado de zinco, piso de terra batida.</span><div><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div><span style="font-family: Cabin;">Buraco na parede de papelão.<br /><br /><br />O que cabe na nossa janela? <br /><br />O que cabe na nossa moldura?<br /><br />Cabe empatia, sensibilidade, caridade?<br /><br />Cabe um espelho que possa refletir o interior, descobrir o que somos de verdade?<br /><br /><br />Uma janela que se abre, <br /><br />por onde se enxerga através, <br /><br />pode ser o momento, <br /><br />a oportunidade,<br /><br />da busca do rumo, do prumo, do caminho sem viés. <br /><div style="text-align: center;"><br /></div></span><div><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div><span style="font-family: Cabin;">Bora refletir:<br /><br /><br />O que entra pela sua janela ilumina o canto da sala.<br /><br />E o que sai por ela, o que ilumina? <br /><br /><br />A matéria, o desejo de ter?<br /><br />Ou o espírito, coração, a pureza da alma, a grandeza do ser?<br /><br /><br />Pela minha janela vejo os meus, os nossos, os seus.<br /><br />Pela minha janela vejo o que sou, o que creio e pra onde vou.<br /><br />Da minha janela eu vejo a luz, eu vejo Deus.<br /><br /><br /><br /></span><div><b><i><span style="font-family: Cabin;">Gustavo Ribeiro é Comentarista da Rádio Cariri 101.1 FM e um entusiasta por Campina Grande.</span></i></b></div></div></div>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-28130087071347659362021-03-19T13:51:00.008-03:002021-03-19T14:58:26.743-03:00Ódio e Nojo<p style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgMI8BxIYD5Jk5oCA2qE1HNfmCQxw9REUMYdV0ysyUcp7cf1O1hyphenhyphendBQJmi7pS9LByN67QB5Xkuu3afOWp6j-PYImrA2N7RWYJJFzE099UicuazWcxQaqq7NCTz2QJZSDGo8pfqDHSfRFKF/s1065/Micagem+do+genocida.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="588" data-original-width="1065" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgMI8BxIYD5Jk5oCA2qE1HNfmCQxw9REUMYdV0ysyUcp7cf1O1hyphenhyphendBQJmi7pS9LByN67QB5Xkuu3afOWp6j-PYImrA2N7RWYJJFzE099UicuazWcxQaqq7NCTz2QJZSDGo8pfqDHSfRFKF/w510-h282/Micagem+do+genocida.png" width="510" /></a></p><p><br /></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Enquanto milhões de brasileiros e brasileiras choram por seus mortos - familiares, amigos, colegas de trabalho, companheiros de luta, conhecidos, vizinhos e até adversários ("na morte a gente esquece", como diz o Chico) - ou</span><span style="font-family: Cabin;"> que simplesmente se enternecem por empatia ao próximo;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">No momento em que centenas de milhares de cidadãs e cidadãos agonizam nas UTIs lotadas, padecem em enfermarias e corredores de hospitais, se desesperam em filas infindáveis aguardando por um leito para sobreviver, falecem em ambulâncias ou esperando por socorro, morrem sufocadas em casa, num barraco, embaixo de um viaduto, na rua;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Ao mesmo tempo em que milhares de trabalhadoras e trabalhadores da Saúde arriscam as suas vidas na agoniante faina diária de uma guerra inglória em que não medem esforços para honrar o mandado de Hipócrates; no instante mesmo</span><span style="font-family: Cabin;"> em que esses abnegados heróis e heroínas </span><span style="font-family: Cabin;">se extenuam,</span><span style="font-family: Cabin;"> se deprimem, temem infectar a família, são infectados, adoecem, agonizam e morrem;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Na semana em que ficamos sabendo que os medicamentos necessários para a intubação dos pacientes em estado grave estão acabando nos hospitais - ao que não se atentou</span><span style="font-family: Cabin;"> o néscio ex-ministro-general, mesmo escaldado pela tragédia do oxigênio em Manaus - e </span><span style="font-family: Cabin;">que</span><span style="font-family: Cabin;"> as farmacêuticas nacionais informam ao novo ministro da Saúde - outro pau-mandado - que não têm capacidade de produzi-los a tempo para suprir os estoques;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">No dia em que o Brasil vacinou pouco mais de 300 mil pessoas, se mantendo junto aos países com os menores índices de imunização <i>per capita</i> do mundo, quando poderíamos estar entre os primeiros, pois o SUS, o maior sistema público de atenção à saúde do planeta, tem condições de vacinar <a href="https://epoca.globo.com/brasil/brasil-consegue-vacinar-60-milhoes-por-mes-contra-covid-19-so-falta-vacina-diz-fundador-da-anvisa-24887868">2 milhões de pessoas por dia no país</a>;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">No mesmo dia em que 2.724 brasileiros e brasileiras morreram de Covid-19 e em que foram computados 86.982 novos casos, dois macabros recordes mundiais;</span></p><span style="font-family: Cabin;"><div style="text-align: justify;">O pústula que ocupa a Presidência da República, <a href="https://www.blogger.com/#">o sujeito que ama a pandemia</a>, o negacionista que desdenhou das vacinas quando o mundo inteiro corria atrás delas, o sádico que se omite, desinforma, sabota, transfere responsabilidade, age com desídia, indiferença e chacota frente à maior tragédia sanitária da nossa história, teve o desplante de <a href="https://www.brasil247.com/regionais/brasilia/bolsonaro-tem-atitude-monstruosa-e-ironiza-brasileiros-que-morrem-com-falta-de-ar-video">remedar asquerosamente uma pessoa se sufocando em sua <i>live</i> semanal</a>, picadeiro <i>online</i> do abjeto circo de horrores que é o seu governo, enquanto grunhia:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><span style="font-family: Cabin;"><div style="text-align: justify;"><i>"Sem problema, se tu começar a sentir um negócio esquisito lá, tu segue aí a receita do ministro Mandetta: cê vai pra casa e quando você tiver </i>[arremedo e grunhido], [repete o arremedo e o grunhido]<i>, falta de ar, aí você vai pro hospital." </i>(Jair Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil, 18/03/2021)</div></span></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote><span style="font-family: Cabin;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Estou tão indignado e perplexo, que me faltam palavras para concluir este post. </span><span style="font-family: Cabin;">Então, vou evocar o grande </span>Ulisses Guimarães, parafraseando-o no que ele disse sobre a ditadura militar em seu discurso histórico de promulgação da Constituição de 1988.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tenho ódio e nojo desse genocida que governa o Brasil e da corja que o apoia. </div></span><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">#ForaBolsonaro<br />#ImpeachmentJá</span></p>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-62108812721775256332021-03-18T08:55:00.000-03:002021-03-18T08:55:32.520-03:00Nordeste: centro decisivo da eleição presidencial, por Jonas Paulo<div style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjId9F76E1z9mdmoiNQYAp9kRTUeLd5DXi-k-9UXYkBR5CwqJxxK2DHiHqPOo_x9tZVJ1SZfui9mMaYyVtAGyrX3mbd0d81CsTtQUcDZyoODj5SjZYyOOV8w8mnohOR-IeWKJbr5HrYldM2/s2048/Lula+em+Monteiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1071" data-original-width="2048" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjId9F76E1z9mdmoiNQYAp9kRTUeLd5DXi-k-9UXYkBR5CwqJxxK2DHiHqPOo_x9tZVJ1SZfui9mMaYyVtAGyrX3mbd0d81CsTtQUcDZyoODj5SjZYyOOV8w8mnohOR-IeWKJbr5HrYldM2/w536-h280/Lula+em+Monteiro.jpg" width="536" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: right;"><span style="font-family: Cabin;">Lula discursa em Monteiro-PB, 19/03/2017 (Foto: Ricardo Stuckert)</span></td></tr></tbody></table><br /><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><span style="font-family: Cabin;"><div style="text-align: justify;">Historicamente, o Nordeste era a reserva estratégica de votos para a manutenção do poder das elites sudestinas e sulistas, que mantinham estreitas alianças com os coronéis oligarcas controladores dos currais eleitorais onde estavam os tristemente conhecidos votos de cabresto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com um forte trabalho de base do sindicalismo rural, ONGs de educação popular e Pastorais da Terra, Operária e da Juventude nos anos 80 e 90, elevou-se significativamente o nível de organização e consciência dos trabalhadores rurais e urbanos em todos os estados nordestinos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esse trabalho ganhou espaço nos partidos políticos de esquerda e de centro e se reproduziu na eleição de vereadores, prefeitos, parlamentares estaduais e federais. Foi avançando e começou a eleger governadores, desmontando o poder das velhas oligarquias em cada estado. O que mudou radicalmente a estrutura de poder na região, gerando lideranças de porte nacional como Marcelo Déda, Jaques Wagner, Eduardo Campos, Ricardo Coutinho e Wellington Dias.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A nova geração de poder politico no Nordeste ganha densidade com a presença do Governo Lula e com as cisões nas estruturas do poder oligárquico que passam a compor a base dos novos governos de centro-esquerda, entendendo que essas cisões já vinham se configurando desde a emergência das lideranças de Waldir Pires, Miguel Arraes, Jackson Lago e Ciro Gomes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>PT Bom de Governo</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Certo é que o desenvolvimentismo ganha fôlego nos novos governos nordestinos impulsionados principalmente pelo governo federal do Presidente Lula, pois os governos estaduais replicam os mesmos valores, princípios e fundamentos da governança federal petista enfeixados numa concepção central: o Estado Democrático indutor dos investimentos públicos e parcerias privadas, regulador da economia, provedor dos serviços à cidadania e inibidor das desigualdades sociais e regionais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E essa sintonia fina produziu uma transformação grandiosa na infraestrutura e na logística da região, na política habitacional, na diversificação da matriz energética com fontes renováveis e, ainda, no petróleo e gás. Também houve avanços na mobilidade urbana, conectividade, interiorização do ensino superior e técnico e a promoção de uma forte inclusão social com as políticas de renda e de valorização do Salário Mínimo, além das tecnologias sociais na convivência com o Semiárido e na Agricultura Familiar com a incorporação dos assentados da Reforma Agrária e quilombolas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O resultado foi a retirada do Brasil do Mapa da Fome e o Nordeste alcançando índices de crescimento nos padrões chineses - acima de 7% ao ano - além de ser a retaguarda estratégica das eleições das candidaturas presidenciais petistas, ofertando sempre mais de 10 milhões de votos de frente sobre os adversários.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com o golpe de estado contra o governo legítimo da Presidenta Dilma e a desestruturação das políticas de desenvolvimento e inclusão social – além de uma forte crise marcada pela restrição fiscal e orçamentária com prevalência no governo federal das teses neo e ultraliberais do Estado Mínimo – a intensidade dos investimentos públicos foi reduzida drasticamente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Contudo, os governos estaduais continuaram se orientando pelos mesmos princípios e fundamentos de gestão democrática e popular e avançaram nas modalidades de gestão e investimentos, introduzindo as PPP e Concessões, preservando o papel indutor e regulador do Estado atraindo investimentos privados, fortalecendo as cooperativas de produção e intensificando a criação de consórcios públicos interfederativos que culminaram no Consórcio dos Governadores do Nordeste, um contraponto fundamental ao neoliberalismo federal e instrumento de gestão eficiente na integração regional e expansão das políticas públicas no território nordestino.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na atual conjuntura, o desempenho dos governadores por meio do Consórcio Nordeste foi fundamental para a articulação interna e internacional que resultou, após autorização legislativa e da Suprema Corte, na aquisição de 39 milhões de doses da vacina Sputnik V junto ao Fundo Soberano Russo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Sucessões Estaduais e Presidencial</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Nordeste, que foi decisivo em todos os pleitos presidenciais desde 2002, garantindo na região a maioria ampla para Lula, Dilma e Haddad, é onde o partido tem as melhoras perspectivas políticas e eleitorais para 2022, ainda mais sendo Lula o candidato. Entretanto, o quadro não é tão simples, pois teremos sete sucessões de governos já reeleitos – AL, BA, CE, MA, PE, PI e SE – e apenas duas tentativas de reeleição – PB e RN.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como se tratam de governos de coalizão com composições que vão da esquerda à centro-direita, inclusive com a participação de partidos da base do atual governo federal, a costura das alianças para a construção do palanque presidencial é mais delicada e requer mais astúcia política e, acima de tudo, a prevalência da visão nacional sobre o cenário da disputa local.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A eleição é em dois turnos, mas a tática tem prioridade nacional e portanto os palanques presidenciais nos estados nordestinos devem ser fortes e agregadores, porque aqui está a maior força eleitoral do campo democrático-popular no País. A eleição de bancadas federais e sua ampliação é importante, mas só depende dos próprios partidos, pois não há mais coligação proporcional. Já as chapas majoritárias para os Governos e o Senado serão o lastro político da chapa presidencial.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A importância de se ocupar essas posições estratégicas está comprovada no atual momento político do País, quando, mesmo na oposição ao governo federal, os governadores fazem o contraponto, ampliam a base progressista, articulam as ações com o Consórcio Nordeste e, quando o PT esteve no governo federal, fortaleceram o projeto nacional replicando as suas políticas mais estratégicas ou estruturantes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já no Senado, com uma bancada representativa, dificilmente os adversários do campo democrático-popular compõem maioria qualificada, o que torna a luta mais renhida em defesa dos nossos projetos, estando nós na oposição ou no governo central.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O quadro atual é complexo e desafiador. Na Bahia, a candidatura de Jaques Wagner ao governo agrega a base atual e faz um palanque presidencial muito forte, com muitas chances de garantir as margens de vitórias dos últimos pleitos que variaram de 3 a 4 milhões de votos de frente sobre o adversário.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No Ceará, o xadrez político é mais complexo pois o PT governa o Estado em coalizão com o PDT de Ciro Gomes, que é presidenciável e, sendo o governador Camilo Santana já reeleito e potencial candidato ao Senado, certamente haverá uma disputa presidencial nos moldes de 2018, quando Haddad rivalizou na liderança do pleito no primeiro e segundo turno. Dessa vez, sendo Lula o candidato, o PT terá mais competitividade, ficando a discussão da candidatura ao governo estadual entre o PDT e o PT. Vale lembrar que o PT apoiou o PDT no segundo turno da eleição na Capital em 2020.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Estado de Pernambuco, governado pelo PSB - hoje atritado com o PT em decorrência da última eleição em Recife - foi força decisiva na eleição presidencial em 2018 e, junto com a Paraíba, deu consistência à frente eleitoral petista nos nove estados nordestinos. Repetir a façanha de ter palanques presidenciais fortes na Paraíba e Pernambuco e com a presença do PT nas chapas majoritárias, como o partido logrou com Humberto Costa e Luís Couto, será um desafio importante, tendo Lula um papel central nessa decisão com o PT.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No Maranhão, o governador reeleito Flávio Dino, candidato ao Senado e decidido a apoiar Lula, desponta com mais densidade para a sucessão o atual senador Weverton Rocha, do PDT, que na eleição de 2018 hesitou na largada, mas assumiu o apoio a Haddad e se elegeu como o “Senador de Lula” no Maranhão. O PT legitimamente pleiteia estar na composição da chapa majoritária.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No Piauí, a forte liderança de Wellington Dias e da coalizão de governo, que tem o senador Marcelo Castro (MDB) como mais forte aliado e tendo a candidatura ao senado de Wellington como aglutinador da composição, certamente garante um palanque presidencial forte para Lula no Estado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em Sergipe, onde tudo começou com o inesquecível Marcelo Déda, o PT participa hoje de uma coalizão com o PSD do governador Belivaldo Chagas ocupando espaços importantes: a petista Eliane Aquino (viúva de Déda) é a vice-governadora e o partido conta com Rogério Carvalho como senador. O governador já foi reeleito e o desafio é construir a sua sucessão, com o PT tendo nomes fortes e reivindicando encabeçar a coalizão. Vale ressaltar que, na eleição da capital, houve dispersão e o PT acabou tendo candidato próprio, enquanto o governador apoiou a reeleição do atual prefeito, que era PCdoB e foi para o PDT, sendo este reeleito. Reconstruir a relação na coalizão é garantia de palanque presidencial forte no estado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em Alagoas, o PT participou do governo de Renan Filho, que deu apoio integral e incondicional a Fernando Haddad em 2018. Agora, já reeleito e candidato ao Senado, não encontra facilidades para construir a sua sucessão, pois perdeu as duas principais cidades - Maceió e Arapiraca - nas eleições municipais. No entanto, seguir na coalizão tentando construir um palanque presidencial forte é o melhor caminho.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já no Rio Grande do Norte, a construção do palanque presidencial passa pelo palanque de reeleição da governadora Fátima Bezerra e pela manutenção do núcleo essencial de sustentação do seu governo, o que requer atenção especial do PT.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Concluindo, sabemos que a tarefa de construção do palanque presidencial no Nordeste é importantíssimo no atual momento, considerando que a direita no Governo Federal, pretendendo a reeleição, vai jogar as suas cartas na região e terá alguma expressão, polarizando em alguns estados. Por outro lado, os demo-tucanos reapareceram com alguma força em estados importantes como a Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí. E mais, Ciro Gomes tenta se articular com a direita, por meio do DEM e do PSDB e áreas do PSB e outros partidos, como fez na sucessão municipal com algum sucesso mesmo sem ser protagonista das candidaturas vitoriosas ou que foram ao segundo turno.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Portanto, entendendo a polarização nacional Lula/PT vs. Bolsonaro, é fundamental no Nordeste a manutenção do protagonismo petista e a nossa capacidade e habilidade na montagem dos palanques, unindo a esquerda e atraindo o centro, dentro da lógica vitoriosa das nossas coalizões democrático-populares que governam os Estados e lastreiam o contraponto que faz do Consórcio Nordeste uma referência nacional.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><b>Jonas Paulo é Coordenador Executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia (CODES-BA) e Coordenador do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas - Nordeste (NAPP-Nordeste) da Fundação Perseu Abramo.</b></i></div><div style="text-align: justify;"><i><b><br /></b></i></div><div style="text-align: justify;"><i><b><br /></b></i></div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: #fff9ee; color: #222222; font-size: 15.4px; text-align: left;"><i>Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Blog.</i></span></div></span>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-69313444676769115822021-03-17T08:49:00.000-03:002021-03-17T08:49:40.775-03:00Uma palinha sobre a vacina, por Gustavo Ribeiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIM4_ekwJhXsv2HGt9jY6eu-wF-ezZeJclGlmu6oNhjcE-vPZ4xMlDLM0FDXMyG0hlXG9EpkfesRQJBlUvfbttDmGsfk15lbGs-br1P3lEQpRoLoONZwbexvpywyoWl0YE5Vy0tHoxnPi9/s653/Vacina+n%25C3%25A3o.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="411" data-original-width="653" height="338" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIM4_ekwJhXsv2HGt9jY6eu-wF-ezZeJclGlmu6oNhjcE-vPZ4xMlDLM0FDXMyG0hlXG9EpkfesRQJBlUvfbttDmGsfk15lbGs-br1P3lEQpRoLoONZwbexvpywyoWl0YE5Vy0tHoxnPi9/w538-h338/Vacina+n%25C3%25A3o.jpg" width="538" /></a></div><br /><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>A partir de hoje, o Blog passa a publicar algumas das saborosas "Palinhas" que o meu amigo Gustavo Ribeiro apresenta diariamente na Rádio Cariri FM. São textos que tratam de temas polêmicos com simplicidade, muita verve, um raro senso de humor e nenhuma afetação. Confira:</i></span></blockquote></blockquote><div><br /></div><div><br /></div><span style="font-family: Cabin;"><div style="text-align: justify;">Aí pessoal, </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É de não crer, é de fazer espantar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A discussão medíocre, bizarra, a mais pura perda de tempo, retrocesso absurdo que somos obrigados a constatar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pois não é que, em plena nova onda dessa terrível pandemia, há quem não queira ser vacinado, imunizado?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por ingenuidade, receio, ignorância, birra, teimosia ou ideologia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Meu amigo, quem agora questiona já tomou injeção no braço, na bunda, em gota, com seringa, com pistola. </span>Vacinou contra sarampo, poliomielite, coqueluche, gripe, meningite, tétano, tifo, catapora.</div></span><div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><span style="font-family: Cabin;"><div style="text-align: justify;">Nunca fez questão de ficar na fila. Acreditava no que via. Nunca leu sequer a bula. Não cobrou responsabilidade, não questionou origem, qualidade ou garantia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ei você... você mesmo! Pode olhar pro seu umbigo e dizer:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Eu sou a experiência! Por toda vida vacinei a mim, a família, cão, pato, gato... E estar vivo é a mais contundente prova de que sempre confiei plenamente na ciência!"</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pois é... a miopia interior às vezes impede enxergar o óbvio, a razão. Faz esquecer solidariedade e faz perder sensibilidade. Desvaloriza respeito, amor, empatia e comoção.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Bem, vamos fazer nossa parte e pedir a Deus consciência, paz e sabedoria.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Vamos orientar as pessoas. Evitar politizar, desconsiderar, tentar fazer alguém entender que a Terra gira, que somos todos humanos, irmãos e que todo o resto não passa de vã filosofia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Então agora pra encerrar, vou falar mais uma vez pra vocês:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pode o mundo acabar, homem em jacaré se transformar, que ainda assim não tem jeito pra dar: descobrir a vacina contra a tal insensatez.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><i>Gustavo Ribeiro é Comentarista da Rádio Cariri 101.1 FM e um entusiasta por Campina Grande.</i></b></div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div></div>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-64961117736204017702021-03-15T08:30:00.001-03:002021-03-15T08:31:57.775-03:00STF, por Fred Ozanan<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiITbMCzDjLBE23uOOMME90EZmZoYAQs5EUQxHue9jFs0MgOmlzPg5Yin_IjalLvQWPzGkOLEeyhTB_Br904gLwdn_9mPNg9RQLTfKWZ7LhzU8lher_2RTRNNNGo26dQprfpE8ESmyUuDsx/s2048/lula+stf.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1446" data-original-width="2048" height="362" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiITbMCzDjLBE23uOOMME90EZmZoYAQs5EUQxHue9jFs0MgOmlzPg5Yin_IjalLvQWPzGkOLEeyhTB_Br904gLwdn_9mPNg9RQLTfKWZ7LhzU8lher_2RTRNNNGo26dQprfpE8ESmyUuDsx/w512-h362/lula+stf.jpg" width="512" /></a></div><br /><br />Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-85622716850293471242021-03-15T08:27:00.000-03:002021-03-15T08:27:29.672-03:00O poder da narrativa Lula, por Lenon Andrade<div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjZJd1-VtugfO7gUMWppcsyNVkake15CRASTJxq0U6nNec0e_Mejg5zf5nFL7YSjt3Be7XAfa2rqk8YwNCiJAZPqSpJCEVq4wGemKhTbkQh1_nHHqAHVyGQr9PDaZyKxRA2EScfu0lB9ah/s1080/10032021+_criacao_+citacao_lulacoletiva3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="603" data-original-width="1080" height="284" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjZJd1-VtugfO7gUMWppcsyNVkake15CRASTJxq0U6nNec0e_Mejg5zf5nFL7YSjt3Be7XAfa2rqk8YwNCiJAZPqSpJCEVq4wGemKhTbkQh1_nHHqAHVyGQr9PDaZyKxRA2EScfu0lB9ah/w509-h284/10032021+_criacao_+citacao_lulacoletiva3.png" width="509" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Analisar o atual cenário sociopolítico do Brasil não é tarefa fácil. A velocidade dos acontecimentos impressiona até mesmo os mais experientes cartógrafos do mapa político da atualidade. Por isso, essa brevíssima análise está mais para uma <i>selfie</i> do cenário do que para qualquer tentativa de aprofundamento da nossa situação tupiniquim. Contudo, inexiste um ser vivo brasileiro que não tenha sido sacudido pela tsunami Lula dos últimos dias. Sobretudo, a Laja Jato que, pela marolinha fedorenta que se tornou, perdeu completamente a serventia a que se prestou, de aviltar a democracia, atacar a soberania, destruir a economia e ajudar a colocar a cloaca bolsonarista no poder da nação.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O fenômeno Luiz Inácio Lula da Silva entrou em cena para mudar completamente a narrativa e o sentido da história de um país semidestruído pelas aves de rapina empoleiradas no planalto central. A história se configura e reconfigura diante de nós com <i>insights</i> fantásticos de um Brasil profundo que resiste, insiste e persiste para trazer de volta o bem comum ao seu estado da arte!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Não adianta o espírito lavajatista se debater na poça fétida em que se lambuzou porque não conseguirá reverter a narrativa poderosa que tomou conta da nação. A luz da esperança brilhou nos guetos mais escuros onde as forças fascistas da antipolítica haviam prevalecido até recentemente. É justamente isso que garante ao país um reencontro consigo mesmo. Portanto, será inócua qualquer tentativa da banda podre do sistema de Justiça, com seus aliados antinacionalistas, de prejudicar Lula porque o fundamento ético que emergiu junto com a sua figura histórica mostrou-se inabalável nesse embate entre “Davi” e “Golias.” </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Por essa razão, afirmo, sem medo de ser feliz, que a vitória política de Lula já está consumada! Mesmo que ele não concorra e, eu sei que concorrerá, ele elegerá o próximo presidente da república! Quem viver verá!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O cenário que ouso desenhar é parte de uma tese que defendo há algum tempo, cujas hipóteses são as seguintes:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">1) Os 7 TB de mensagens em poder de Gilmar Mendes e de outras personagens chaves do tabuleiro é uma pá de cal em qualquer tentativa de ressuscitar a narrativa sebosa da Lava Jato que, aliás, não mais servirá para atacar Lula e as forças de esquerda. Pelo contrário, daqui para frente prejudicará aqueles que inadvertidamente o fizerem. Obviamente que o gado bolsonarista não entra nessa conta.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">2) Bolsonaro perderá força por conta da gestão genocida de seu governo. Sobretudo, por conta da imensa luz lançada pelo ex-presidente Lula sobre a sua pessoa e sobre o desastre governamental que este representa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">3) Parcela significativa do empresariado e da política liberal tenderão a ir em direção à Lula para a reconstrução do país, em razão da economia produtiva nos moldes desenvolvimentistas dos seus dois governos. Já se percebem gestos e declarações nessa direção.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">4) PSDB, elite de rapina no estilo AMBEV e imprensa golpista tentarão promover um outsider do tipo Luciano Huck ou Henrique Mandeta. É só o que esse povo sabe fazer…</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">5) O centrão se dividirá entre os principais concorrentes em busca de barganha e autopreservação por ser essa a vocação do campo fisiológico. Provavelmente, nessa partilha, uma parcela seguirá Bolsonaro, a depender do seu desempenho nas pesquisas de opinião Outra parcela seguirá o candidato do PSDB, talvez alguns sigam Ciro Gomes, caso viabilize a sua candidatura, especialmente se for ele o escolhido da AMBEV e, óbvio, Lula receberá aqueles que desejarem conversar. Afinal, nosso campeão pernambucano é mestre na arte do diálogo. E não tenho nenhuma dúvida de que existe uma parcela do centro que caminhará em direção a Lula.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Tudo isso são hipóteses que, portanto, podem se confirmar ou não. O que não mudará é o fato de que Lula será novamente o grande avalista da eleição presidencial, isso se não for ele mesmo o candidato, hipótese em que aposto com grande chance de ver a tese de Lula presidente consagrada nas urnas de 2022.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>Lenon Andrade é pastor Batista, membro do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos - CEBI e dirigente municipal do PT de Campina Grande</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i><b><br /></b></i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><b style="text-align: left;"><i><span>Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Blog.</span></i></b></span></div>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-39499075358318784232021-03-14T10:43:00.003-03:002021-03-14T19:36:28.319-03:00Vídeo: Comentário para o Programa Cariri em Ação<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Na pauta: </span><span style="font-family: Cabin;">Anulação das condenações de Lula</span><span style="font-family: Cabin;"> </span><span style="font-family: Cabin;">e o que acontece se o STF decidir pela suspeição de Sergio Moro.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: Cabin;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="350" src="https://www.youtube.com/embed/dVWz1xYz_wI" width="490" youtube-src-id="dVWz1xYz_wI"></iframe></span></div><span style="font-family: Cabin;"><div style="text-align: center;"><span style="text-align: start;">Caso não consiga abrir o vídeo, clique </span><span style="text-align: start;"><a href="https://youtu.be/dVWz1xYz_wI">aqui</a></span></div></span><div><br /></div><span style="font-family: Cabin;"><a href="https://www.blogger.com/#">Programa Cariri em Ação</a> - Apresentador: Marivaldo Alcântara - 13.03.2021<br /><br /></span>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-37197513673597885072021-03-13T13:13:00.002-03:002021-03-13T13:13:38.731-03:00O pai tá on<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy8r8GTcjWQhixSw6ytoIZUtQgjexH_7_uc-ytXwq2w8vfqiVQ4-f_7ngWPXhx9n-a80F35i3jJ28vfGGJMr5Mleg9uv4Z7HKJurCcGJE8EXhNF9HwTcCdlk3cpIr9yG7eXWR9UuI9TXI9/s1280/Lula_o+pai+t%25C3%25A1+on.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="447" data-original-width="1280" height="201" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy8r8GTcjWQhixSw6ytoIZUtQgjexH_7_uc-ytXwq2w8vfqiVQ4-f_7ngWPXhx9n-a80F35i3jJ28vfGGJMr5Mleg9uv4Z7HKJurCcGJE8EXhNF9HwTcCdlk3cpIr9yG7eXWR9UuI9TXI9/w575-h201/Lula_o+pai+t%25C3%25A1+on.jpeg" width="575" /></a></p><p><span style="font-family: Cabin;">Arte do companheiro Edmundo Cabral. TOP!</span></p>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-16285540532809604532021-03-12T17:50:00.008-03:002021-03-13T10:56:48.955-03:00Folha de São Paulo confirma palpite do Blog<p style="text-align: center;"><span style="font-family: Cabin;"> </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVn7Wi7SQbNOdEpd-caXQn-MB8R0h8F00XpBOlki49i1W7rj5rQjJ9bHVDVBkBgNQj3lzyDH8JNheKz0kWiNOztclYWxSKg_W2XIuy-x33EIajiIgwNMKdTfOdNUS-yo0XP9Zckke1j-5Q/s1274/Imagem1.png" style="font-family: Cabin; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="899" data-original-width="1274" height="340" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVn7Wi7SQbNOdEpd-caXQn-MB8R0h8F00XpBOlki49i1W7rj5rQjJ9bHVDVBkBgNQj3lzyDH8JNheKz0kWiNOztclYWxSKg_W2XIuy-x33EIajiIgwNMKdTfOdNUS-yo0XP9Zckke1j-5Q/w481-h340/Imagem1.png" width="481" /></a><span style="font-family: Cabin;"><br /><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Na última quarta-feira, escrevi aqui no Blog que a decretação da suspeição de Sérgio Moro pelo STF seriam <a href="https://caniello.blogspot.com/2021/03/favas-contadas.html">"favas contadas"</a></span><span style="font-family: Cabin;">. </span><span style="font-family: Cabin;">Um dos argumentos que utilizei para sustentar esse prognóstico foi que, no meu sentir,</span><span style="background-color: #fff9ee; color: #222222; font-family: Cabin; font-size: 15.4px;"> Bolsonaro não teria interesse nenhum em influenciar no voto-vista do ministro Kássio Nunes Marques, indicado ao STF por ele, nessa matéria.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: #fff9ee; color: #222222; font-family: Cabin; font-size: 15.4px;">"</span><span style="background-color: #fff9ee; color: #222222; font-family: Cabin; font-size: 15.4px;">Muito antes pelo contrário", enfatizei, considerando que a anulação dos processos da Lava Jato contra Lula por Fachin já haviam restabelecido os direitos políticos do ex-presidente e que, portanto, Bolsonaro não tinha nada a ganhar envolvendo-se no processo decretação da suspeição de Moro, seu adversário direto no campo da direita em 2022.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: #fff9ee; color: #222222; font-family: Cabin; font-size: 15.4px;">Hoje a informadíssima jornalista Mônica Bérgamo escreveu em <a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2021/03/bolsonaro-quer-distancia-e-ve-suspeicao-de-moro-como-escada-para-juiz-posar-de-vitima.shtml">sua coluna na Folha de São Paulo</a>:</span></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><span style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>Jair Bolsonaro quer distância do julgamento da suspeição de Sergio Moro no STF (Supremo Tribunal Federal). O presidente acredita que o ex-juiz já está fora do circuito eleitoral. E que qualquer movimento por parte do Palácio do Planalto serviria apenas para dar a ele pretexto para posar de vítima de uma perseguição.</i></span></span></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><br /></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><span style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><i>O distanciamento do presidente frustrou os que imaginavam que ele poderia influir no voto do ministro Kassio Nunes, do STF —que pode selar o destino de Moro.</i></span></span></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><br /></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: left;"><span style="font-family: Cabin;"><i>Bolsonaro chegou a se interessar pelo assunto quando a declaração de suspeição de Moro poderia restituir os direitos políticos de Lula. Como isso ocorreu antes do veredicto sobre o ex-juiz, no momento em que o ministro Edson Fachin anulou as condenações do petista, o assunto saiu de seu radar.</i></span></div></blockquote><div style="text-align: justify;"><br /></div></blockquote><span style="font-family: Cabin;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Assim, o ministro Nunes Marques, um garantista, está livre de qualquer pressão política para avaliar a matéria e dev</span><span style="background-color: #fff9ee; color: #222222; font-size: 15.4px; text-align: justify;">e votar pela suspeição de Moro, desempatando o placar em prol da concessão do Habeas Corpus a Lula. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: #fff9ee; color: #222222; font-size: 15.4px; text-align: justify;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: #fff9ee; color: #222222; font-size: 15.4px; text-align: justify;">Carmem Lúcia também deve seguir o voto divergente de Gilmar Mendes e decidir</span><span style="background-color: #fff9ee; color: #222222; font-size: 15.4px;"> pela suspeição do ex-juiz porque vem dando claros sinais nesse sentido e há um amplo consenso no meio jurídico nacional e internacional de que realmente a Lava Jato extrapolou.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: #fff9ee; color: #222222; font-size: 15.4px; text-align: justify;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #222222;"><span style="background-color: #fff9ee; font-size: 15.4px;">Meu palpite: 4X1 pela concessão do Habeas Corpus a Lula. Isso, se Fachin não mudar o voto e formar a unanimidade em favor do ex-presidente (no que realmente não creio).</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #222222;"><span style="background-color: #fff9ee; font-size: 15.4px;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #222222;"><span style="background-color: #fff9ee; font-size: 15.4px;">Seja como for, aposto todas as minhas fichas na decretação da suspeição de Moro. Para mim, são favas contadas.</span></span></div></span>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-45494088695953771962021-03-11T09:00:00.002-03:002021-03-15T09:48:02.511-03:00Lula livre, por Fred Ozanan<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjDobr2CFOwFqmdBA4BzBG0ISLyvyiPOIlaxDz8IrWuG_iMwdl4JHRU5iBhZviPaujkpPwTzaMPZnhmk5H89idSWJZbmrUsbxEH_jXvv1WJ8mCrJkbnnuui1H62ZIKy2uFMY9gncdhUh1C/s2048/lula+livre.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1460" data-original-width="2048" height="369" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjDobr2CFOwFqmdBA4BzBG0ISLyvyiPOIlaxDz8IrWuG_iMwdl4JHRU5iBhZviPaujkpPwTzaMPZnhmk5H89idSWJZbmrUsbxEH_jXvv1WJ8mCrJkbnnuui1H62ZIKy2uFMY9gncdhUh1C/w519-h369/lula+livre.jpg" width="519" /></a><br /><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Hoje o Blog tem a honra de iniciar uma parceria com o genial Fred Ozanan, o maior cartunista que Campina Grande já viu nascer, publicando aqui as suas charges, graciosamente cedidas por ele.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Fred Cartunista, como é conhecido nas redes sociais, i</span><span style="font-family: Cabin;">niciou sua carreira na saudosa Gazeta do Sertão de Campina Grande, em 1984, e teve trabalhos publicados no Pasquim, Revista Cartoon, Imprensa e Bundas, dentre outras. Foi chargista político do Diário da Borborema, Jornal de Alagoas, O Norte, A Palavra, Correio da Paraíba e Estadão (RO). Frequentemente participa de salões e mostras nacionais e internacionais e já foi laureado com vários prêmios</span><span style="font-family: Cabin;">. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Na internet publica na <a href="https://www.chargeonline.com.br/">Charge On Line</a> e <a href="https://www.facebook.com/brazilcartoonoficial/">Brazil Cartoon</a> e atualmente integra a equipe de chargistas do <a href="https://www.uol.com.br/">Portal UOL</a>.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Siga Fred Ozanan no Instagram: <a href="https://www.instagram.com/fredcartunista/?hl=pt-br">@fredcartunista </a></span></p><div style="text-align: justify;"><br /></div>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-39547054480251313162021-03-10T15:24:00.002-03:002021-03-10T15:24:37.389-03:00Favas contadas<p style="text-align: center;"><span style="font-family: Cabin;"> </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJpZylnQBmH9XPkkJjbeMjJ5CjYwWpVkA83CvS3D2u3x9DjeS1censc0lY-OsHykU2HW9a_ZCCOacyFkms999xg7T1xky1RSXWKaXuseLtqUmrYwPaJZHPeSJTk1vWkMT3MrWACkthsXZe/s1600/feij%25C3%25A3o+fava+variados.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Cabin;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="371" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJpZylnQBmH9XPkkJjbeMjJ5CjYwWpVkA83CvS3D2u3x9DjeS1censc0lY-OsHykU2HW9a_ZCCOacyFkms999xg7T1xky1RSXWKaXuseLtqUmrYwPaJZHPeSJTk1vWkMT3MrWACkthsXZe/w493-h371/feij%25C3%25A3o+fava+variados.jpg" width="493" /></span></a><span style="font-family: Cabin;"><br /></span><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Escrevi <a href="https://caniello.blogspot.com/2021/03/o-jogo-esta-empatado-mas-lula-ja-e-o.html">aqui no Blog</a> que são favas contadas a decretação da suspeição de Moro pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Conversando sobre isso com o meu amigo Gustavo Ribeiro, o homem das palinhas, fiquei ainda mais convicto do meu palpite.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Senão, vejamos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O placar está em 2X2. Votaram a favor da concessão do Habeas Corpus a Lula, isto é, pela decretação da suspeição de Sérgio Moro, os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Édson Fachin (relator) e Carmem Lúcia já haviam votado contra o HC antes da interrupção do julgamento, há mais de dois anos. Cássio Nunes Marques, o único que falta votar, pediu vista.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O mais novo ministro do STF é um garantista e vem votando com Mendes e Lewandowski na 2ª Turma. Aliás, em seu primeiro processo envolvendo Lula no STF, <a href="https://jovempan.com.br/noticias/politica/indicado-por-bolsonaro-nunes-marques-vota-a-favor-de-lula-em-acao-no-stf.html">ele votou de maneira favorável ao ex-presidente</a>. Deve manter a coerência e votar pela suspeição. </span><span style="font-family: Cabin;">Há quem se preocupe pelo fato do ministro ter sido indicado por Bolsonaro e essa não é uma apreensão infundada nesse STF tão politizado. Mas, tudo que o genocida quer neste momento é ver Moro liquidado, pois o seu ex-ministro da Justiça é um concorrente direto dele no campo da direita. Não acho que vá pressionar Nunes Marques nessa matéria, muito antes pelo contrário. Ora, Lula já recuperou os seus direitos políticos com a anulação dos processos da Lava Jato por Fachin e é muito improvável que isso seja revertido, pois formou-se um amplo consenso no meio jurídico brasileiro de que a Lava Jato realmente extrapolou depois que vieram a público os diálogos escandalosos entre Moro, Dallagnol e companhia captados pelo hacker de Araraquara. Para Bolsonaro, já que Lula será candidato mesmo, é melhor aproveitar a ocasião e jogar a última pá de cal em Moro. Reduzirá danos. </span><span style="font-family: Cabin;">Assim, penso que Nunes Marques votará pela decretação da suspensão do ex-juiz.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Mesmo que isso não ocorra, a ministra Carmem Lúcia já disse que vai votar de novo. Ora, não há porque votar novamente se não for para mudar a sua decisão. Seria um fato inusitado, algo insólito. Além do mais, Carmem Lúcia vem dando muitos sinais de que já não é uma defensora incondicional da Lava Jato e</span><span style="font-family: Cabin;">, no julgamento de ontem, aparteou Gilmar Mendes e Ricardo Levandowski várias vezes para concordar com eles e fez questão de abrir o microfone e dizer, em alto e bom som, que o grampo nos telefones dos advogados de Lula foi um ato "gravíssimo" (<i>sic</i>). Por isso, Carmem Lúcia deve mudar o seu voto e encaminha-lo pela concessão do HC a Lula.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Fachin também vota de novo, mas, ao contrário de Carmem Lúcia e na contracorrente do sentir hegemônico no mundo jurídico nacional e internacional sobre esse caso, ele continua sendo um defensor obcecado da Lava Jato, sabe-se lá porque. Deve proferir um voto longo, cheio de malabarismos jurídicos e com muita empolação, para denegar o HC e justificar a sua fidelidade canina a Moro e seus asseclas. Mas, é muito provável que ficará isolado.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Assim, o meu palpite é que a profecia de Lula será confirmada pela 2ª Turma do STF. A suspeição de Moro será decretada, o ex-presidente será inocentado e, finalmente, a verdade vencerá. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">A conferir.</span></p>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-3395596459680555063.post-83259868745252910482021-03-09T19:02:00.009-03:002021-03-10T09:48:22.345-03:00O jogo está empatado, mas Lula já é o vencedor<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI93OPMfpxWRi3YEXHfrmWdd_dsNHaTSiuhITvX7OEPIAzGnDzXXKYcjYcoXLPGpuHjQXjQbtIWsjqD9IKEGNIDhz9-Wj1cNSA8WfIwbkLsn0DhXE-22medkfI_dJkWki3jiA1Ns346L58/s1954/Imagem3.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1954" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI93OPMfpxWRi3YEXHfrmWdd_dsNHaTSiuhITvX7OEPIAzGnDzXXKYcjYcoXLPGpuHjQXjQbtIWsjqD9IKEGNIDhz9-Wj1cNSA8WfIwbkLsn0DhXE-22medkfI_dJkWki3jiA1Ns346L58/w501-h276/Imagem3.png" width="501" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Ontem, o ministro Édson Fachin, um dos mais apaixonados defensores da Operação Lava Jato ("ahah, uhuh, o Fachin é nosso!") surpreendeu o Brasil</span><span style="font-family: Cabin;"> ao anular subitamente os processos contra o ex-presidente Lula que tramitaram sob o tacão de Sérgio Moro, restabelecendo os direitos políticos do melhor presidente da República que esse país já teve.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Depois de cinco anos em que a defesa de Lula </span><span style="font-family: Cabin;">peticionou o seu primeiro recurso contra o esdrúxulo processo, no qual alega que a</span><span style="font-family: Cabin;"> 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba seria incompetente para decidir sobre investigações ou denúncias ofertadas pela "força tarefa" de Curitiba, eis que o eminente ministro "dá por si" e resolve acatá-lo. </span><span style="font-family: Cabin;">Isso após esse pedido da defesa ter sido negado em todas as instâncias que percorreu, inclusive no próprio STF, e num momento em que até os pombos da Praça da Bandeira sabem que a suspeição de Moro são favas contadas na Suprema Corte. Afinal de contas, a profusão de provas produzidas por Dallagnol contra si mesmo, o ex-juiz e os demais procuradores da Lava Jato ao guardar numa nuvem na internet - santa ingenuidade narcisista! - as imorais e antiéticas trocas de mensagens no Telegram captadas pelos</span><span style="font-family: Cabin;"> hackers de Araraquara, vazadas pelo Intercept, apreendidas pela Operação Spoofing e liberadas pelo ministro Ricardo Levandowski à defesa de Lula, ao TCU e ao STJ - se segurem, malandros!! -</span><span style="font-family: Cabin;"> falam por si e fazem corar até os seus mais fanáticos defensores, inclusive os </span><span style="font-family: Cabin;">jornalistas amestrados da</span><span style="font-family: Cabin;"> Globo, o supra sumo dessa categoria.</span></div><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Evidentemente, o restabelecimento dos direitos políticos de Lula em virtude da anulação dos processos foi festejado por todos que cremos na inocência do ex-presidente em face da absoluta falta de provas contra ele e da evidente perseguição que sofreu pelo conluio judicial-midiático da Lava Jato, em decorrência da qual hoje o Brasil padece sob o governo genocida de Jair Bolsonaro.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Entretanto, logo veio "a pulga atrás da orelha". Esmola muito grande, o santo desconfia. Fachin quis justiça para Lula ou salvação para Moro? No fim da noite de ontem, a segunda opção parecia a mais plausível. Fomos dormir ressabiados.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Hoje de manhã, o ministro Gilmar Mendes, presidente da 2ª Turma do STF e crítico acerbo da Lava Jato, se movimenta no tabuleiro e finalmente pauta o julgamento do Habeas Corpus que pede a suspeição de Moro, suspenso há mais de dois anos em função de um pedido de vista dele próprio. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Fachin não se fez de rogado. Solicitou ao presidente do STF, Luiz Fux, outro ardoroso defensor da Lava Jato ("In Fux we trust!"), que o julgamento fosse adiado. O presidente não matou no peito. Fechou-se em copas e deixou Fachin no vácuo. Mas, o bravo varão de Rondinha não desistiu da manobra protelatória e</span><span style="font-family: Cabin;"> tentou adiar o julgamento na própria 2ª turma. Debalde. Ficou isolado. Finalmente, o julgamento do HC seria retomado.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Em voto histórico, Gilmar Mendes dissecou o que chama de "maior escândalo judicial da história", não sem antes ressaltar que</span><span style="font-family: Cabin;">, por decisões do próprio STF - inclusive uma relatada por Celso de Melo - Sérgio</span><span style="font-family: Cabin;"> Moro foi denunciado três vezes ao Conselho Nacional de Justiça por parcialidade em outras ações penais, todas elas arquivadas por aquele órgão historicamente corporativista. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Dando seguimento ao seu voto-vista, recheado de citações dos diálogos escandalosos captados pelos hackers de Araraquara, Gilmar Mendes chamou a condução coercitiva de Lula de "hediondo espetáculo policialesco", disse que havia um "consórcio" dos procuradores e do juiz Moro com a mídia, a qual "prestava assessoria de imprensa" a eles e definiu como "coisa de regime totalitário" o grampo ilegal no escritório dos advogados de Lula, ao que foi aparteado pela ministra Carmem Lúcia, que exclamou: "Gravíssimo!". Em seguida, estupefato com a "tabelinha", nas palavras de Dallagnol, entre Moro e os procuradores, afirmou que o ex-juiz se comportou como "revisor técnico das peças do MPF". Concluiu, então, que Lula foi submetido a um "modelo autoritário de persecução penal", reconheceu "a suspeição do julgador", declarou "a nulidade do processo desde o recebimento da denúncia", verificou a "ilegalidade da prisão do paciente (Lula)" e a revogou "definitivamente". Aí veio a cereja do bolo: determinou que Sérgio Moro seja condenado ao pagamento das custas processuais da ação penal (ai!!).</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">Em seguida, o ministro Cássio Nunes pediu vista ao processo, mas Ricardo Levandowski proferiu o seu voto favorável à concessão do HC, cuja conclusão, por sua potência, faz-se mister transcrever: "Eu invalido totalmente esta ação penal, enfatizando que nenhum ato, mesmo após o recebimento da denúncia, pode ser, de qualquer forma, convalidado". </span><span style="font-family: Cabin;">Xeque-mate em Fachin, que resolveu dar o seu voto revisado depois do voto-vista de Cássio Nunes, no que foi seguido por Carmem Lúcia. Assim, o placar ficou em 2X2. Empate técnico.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: Cabin;">O jogo ainda não acabou, mas Lula já é o vencedor. Em pleno gozo de seus direitos políticos, aguarda apenas a decretação da suspeição de Moro, o juiz ladrão. E isso, são favas contadas.</span></p>Márcio Caniellohttp://www.blogger.com/profile/05850402470064005049noreply@blogger.com15